segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

A Sinagoga de Moema - por Marcelo Brick

Sefer Torah
Sinagoga de Moema

Segue aqui meu relato mais detalhado sobre a Sinagoga de Moema. Sou morador de Moema desde 1986. Uns anos depois meus queridos pais Abram Brick (Z'L) e Selka Meszberg Brick (Z'L) também se mudaram pra o bairro. Foi em meados dos anos 1990, talvez 1997 ou 1998, não sei precisar, eu já casado e duas filhas ouvimos falar que o bairro ganharia uma Sinagoga”. Desta forma Marcelo Brick iniciou seu relato a respeito da Sinagoga de Moema, em uma mensagem enviada a mim pelo Facebook. E continuou: “Apesar de ter sido criado no Bom Retiro, e conhecedor das sinagogas daquele bairro, eu não era um frequentador, apenas em ocasiões especiais e festivas, além das festas religiosas tradicionais. Meus pais foram convidados para a inauguração da sinagoga em Moema, e me lembro de terem relatado que o evento estava bem cheio, com bastante gente prestigiando. Já, um pouco depois, não sei precisar quando, decidi levar minhas duas filhas, com aproximadamente um e cinco anos, para uma festa judaica, provavelmente Purim, para celebrar e conhecer a ainda recente Sinagoga da Rua Pavão, que foi onde ela funcionou em seus primeiros anos. Encontramos alguns vizinhos de bairro e pessoas queridas (até de outros bairros) por lá. O Rabino Nathan e sua querida família (ainda em crescimento), nos 'abraçaram' com carinho e afeto, emanando uma energia muito boa. Deixamos nosso contato com ele e pouco tempo depois ele veio com a Chani, sua esposa, nos fazer uma visita, conhecer nossa casa. Apesar de certo receio, já que não seguíamos os preceitos kasher, minha esposa Ester Aizenstein Brick (Z'L) muito prática, providenciou alguns petiscos kasher, pratos, copos e talheres descartáveis. B'H tudo correu bem e ele deixou uma benção pra nós, que guardo até hoje. A partir de então, comecei a frequentar a sinagoga no Cabalat Shabat sempre que possível, mas, em pouco tempo, passei a ir todas as sextas. Isso me aproximou da comunidade do bairro (e arredores) e me reaproximou do Shabat. Acabei ficando bem próximo, participando de mais festas e algumas atividades do Rabino Nathan e sua família, vi seus filhos nascendo e crescendo. As celebrações de Sucot, com a Sucá montada no quintal da frente, eram uma maravilha. Mesmo quando caía aquela chuva torrencial, típica da época e que fazia alguns estragos, e a Sucá permanecia de pé e operante. Algum tempo depois, a Sinagoga mudou-se para uma casa na Rua Inhambu onde não ficou por muito tempo, talvez um ano ou dois, e continuei a frequentar da mesma forma. Foi só depois da Rua Inhambu que a Sinagoga ganhou sua sede própria (doada por beneméritos da comunidade). Um belo prédio de tijolo aparente numa esquina da Av. Ibirapuera com a Rua Prestes João, lado a lado com um dos muros que delimitam o Clube Monte Líbano. Um verdadeiro Oriente Médio, só que a convivência era pacífica e tranquila. O prédio tinha o subsolo com algumas garagens, o andar térreo onde estava a sala de orações, um jardim com alguns brinquedos e outro terraço na parte de trás onde era instalada a Sucá. No primeiro andar ficava um grande salão onde era realizado o kidush, preparado e providenciado pela Chani. Também eram realizadas ali outras celebrações, como jantares de Pessach, Rosh Hashanah, Purim e outras festas. Além dos kidushim mais festivos, patrocinados por algum frequentador, para celebrar algum evento familiar. Eu mesmo tive a felicidade e o privilégio de oferecer o kidush em diversas ocasiões, seja para agradecer a recuperação ou só para celebrar alguma ocasião festiva como os Bat-Mitzvót das minhas filhas. O Rabino Nathan, sempre muito atencioso, fazia questão de me avisar sempre que tinha vereniques, porque descobriu que eu gostava. E ainda avisava que fez, ou comprou, por minha causa. Ainda antes da pandemia, o Rabino assumiu outra sinagoga na Av. Angélica e colocou seu filho Mendy, que chegara já com família constituída de seus estudos de uma Yeshivá em Israel, para tocar a Sinagoga. Mas a frequência de pessoas havia baixado muito e, pouco depois, chegou a pandemia que decretou seu fechamento definitivo. E eu me lembro bem do primeiro Bar-Mitzvah que aconteceu lá na Sinagoga de Moema, na Rua Pavão, só não lembrava que era o do seu filho. Sempre vale um Mazal Tov”.

Assim como Marcelo Brick, vocês gostariam de escrever um texto para ser publicado neste blog, compartilhando histórias e lembranças sobre a Sinagoga de Moema? Teriam fotos, documentos? E sobre as diversas comunidades judaicas de São Paulo e suas respectivas sinagogas?

Vamos resgatar as nossas histórias e preservar o nosso rico patrimônio cultural material e imaterial! Escrevam para mim: myrirs@hotmail.com 


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