A Sociedade União Israelita
Paulista foi fundada pelas famílias Derviche, Chatah, Mizrahi, Sawaia, Cohen,
entre outras. A cerimônia
de colocação da pedra fundamental da sinagoga ocorreu em julho de 1935, em
terreno cedido pelos Klabin, à Rua Odorico Mendes, 380 e a inauguração do
edifício data de março de 1936. Era conhecida
como a sinagoga dos safadie, a “Sinagoga dos Amar” ou dos originários de Safed/Tzfat,
sendo frequentada também por judeus sefaradim de origem marroquina,
egípcios e libaneses. Foi reformada e “reinaugurada” em 2017. Como chazanim, Habibe
Memran, Elias Mizrahi, Jacob Hazan e Edmundo Gazali.
Em relação ao seu edifício, este se constitui de um pátio e um amplo salão para recepções, no térreo. O acesso ao setor masculino, no primeiro piso, dá-se por duas escadas laterais e uma porta de madeira de folha dupla.
A Bima situa-se na parte
central, em patamar elevado de madeira, separada do Aron Hakodesh, e
cercada por balaústres. Os bancos, renovados e mais modernos, substituíram os
originais, distribuídos em três partes ao redor da Bima. Detalhes na
pintura acima do Aron Hakodesh se mantêm, assim como as luminárias. Antes
da pandemia, quando conheci a sinagoga, as cores azul e branca prevaleciam nas
paredes, o piso permanecia bem conservado e diversas Torot continuavam
guardadas no Aron Hakodesh. Um lance de escadas, iluminadas por uma
ampla janela, conduzia à ala feminina, protegida por um balcão. A Ner Tamid (chama eterna) permanecia fixa ao teto.
Os serviços religiosos continuavam a acontecer nos Shabatot,
conduzidos pelo Rabino Ghazali, antes da pandemia COVID-19.
A primeira visita à sinagoga aconteceu no dia 03 de dezembro
de 2017 através de convite de Linda Zeitoune, quando, acompanhada de Noeli
Vainzoff, estive presente, na homenagem que Victória Hadid fez aos pais, Shimon
Ben Victoria e Miryam bat Rachel, na Sinagoga da Sociedade União Israelita
Paulista, na Mooca. Na ocasião, pudemos
ouvir as palavras do Rab. Shie Pasternak, de Victória Hadid e do Rab. Ghazali,
rabino este que conduzia as rezas nesta sinagoga, nos Shabatót.
Neste dia da homenagem aos pais de Victoria circulamos pela
Rua Odorico Mendes, rua aonde se situam as duas sinagogas do bairro. Diversas
famílias da comunidade judaica viviam tanto nesta rua como no seu entorno.
Muitas das casas, da metade do século XX, ou ainda anteriores a esta época,
ainda faziam parte da paisagem.
Victoria comentou, naquela ocasião: "meu pai era o
frequentador mais antigo em todos os Shabatot
e tinha 94 anos. Fazia questão de ir, sempre, na sinagoga. Só não ia
quando se sentia muito doente, sentava sempre na mesma cadeira e abria a Arca
(aonde tinha os Sefer Tora) todos os sábados. Quero ressaltar o respeito
pela memória dele, e ainda hoje essa cadeira só é ocupada quando os meus irmãos
Jose ou Isaac vão à sinagoga. Quando não vão, coloca-se um sidur e um talit no
lugar..."
Famílias de frequentadores desta sinagoga e da Sinagoga
Israelita Brasileira, também no bairro, foram lembradas pelo sr. Cesar Srur e
demais presentes, como Habib, Calderon, Memran, Chatah, Amar, Mizrahi, Zekhry,
Sayeg, Sawoya, Nigri, Mansur, Duek, Homsi, Zeitoune, Hadid, Muro, Simantob, sr.
Geraldo Porto, e Srur. E também, Crespin, Basrave, Sidi, Campeas, Haber, Gamal,
Adissy, Politi, Sarraf, Derviche, Tawil, Cohen, como apresenta Rachel Mizrahi
em seu livro Imigrantes judeus do
Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro.
A comunidade judaica do bairro, como lembraram Linda e
Victória, era unida e “se ajudava”, famílias eram próximas por amizade ou por
parentesco, porém cada família frequentava somente uma das duas sinagogas: ou a
família fazia parte da Sinagoga Israelita Brasileira ou fazia parte da
Sociedade União Israelita Paulista. Estas sinagogas mantinham o seu rito nas
rezas, de acordo com o país de procedência.
Victoria Hadid contou que a família morava na Rua Dom Bosco
e o pai, já nascido no Brasil, trabalhava com venda de colchões e de roupas,
vendendo-as de porta em porta. Antes dos pais se casarem, foram vizinhos... Já
Linda Zeitoune comentou que os pais vieram do Líbano. O pai também foi mascate,
estabelecendo-se posteriormente em uma loja à Rua dos Lavapés.
Quanto ao ensino, muitos estudaram na Escola Luiz Fleitlich
e na Escola Estadual Firmino Proença. Sra. Loris Chatah, esposa de sr. Salim e
a quem conheci no domingo da visita, comentou ter estudado com minha mãe Dora
Dina Rosenblit Szwarcbart, dividindo a mesma carteira escolar na época do
primário...
Raquel Calderon Kopelowicz: “Frequentamos por muitos anos a sinagoga da Mooca! Não me lembro do nome da sinagoga, mas era na primeira quadra do lado esquerdo quando a gente vinha da Rua da Mooca! Acredito que não tenho fotos, mas teria que perguntar para minhas primas que frequentavam também. Tinha o meu tio avô, Salim Homsi, z"l, que rezava e cantava junto com o Rabino! Bons tempos, que não voltam mais”
Daniela Zeituna Levy:
“eram duas na mesma rua, de tantos judeus. Meus avós se casaram em uma
delas (família Duek e Zeituna), meus bisavós vieram da Síria (Alepo), primeiro
moraram em Santos e depois na Mooca. Lembro
de frequentar durante minha infância esse "Knis"(sinagoga) e passar as festas lá, como em Yom Kipur. Só aqueles que eu
identificava como parentes eram mais de trinta pessoas (início da década de 1990).
Gostava mesmo de Purim, porque quando acabava a leitura da Meguilá, as crianças ficavam no térreo e as mulheres no primeiro
andar jogavam balas, doces e "lâbis"
para nós... Era muito divertido, comia doces por um mês... Minha mãe conhece muito sobre as famílias que
frequentavam e pode te contar muitas histórias! Quem não sabe de onde veio, não pode saber para onde vai” Daniel Levy, Monica Zeituna, Hosana Martins, Esther Scagliusi, Leila Zeituna, Judite Pinheiro, Regina Zeituna, Suzete Scenegaglia Zeituna,
Gladis Duek, Maria Aparecida Duek, Leandra Pinheiro Caliano, Mario Pinheiro e Iago Zeituna.
Neste ano de 2023, ao retornar com as postagens sobre a comunidade judaica da Mooca, por e-mail, Jacob Cohen, no mês de fevereiro, escreveu: “Apenas
complementando, minha família é sefaradi,
100% da Mooca, e nasci e fui criado no bairro (Rua Dom Bosco, Rua Coronel
Cintra) e frequentei juntamente com minha família sempre a Sinagoga da Odorico
Mendes 380 (Sinagoga União Israelita Paulista), inclusive meu avô Moysés Cohen
Tawil Z`L` era chazan da Sinagoga.
Tenho muitas e boas lembranças da minha época da Mooca, e acho fantástico o seu
trabalho e me coloco a sua disposição no que for necessário”.
Na página “Guia Judaico”, do Facebook, Marcus Leibel contou:
“Sou de Campos de goitacazes rj Brasil
eram 200 famílias que imigraram pro Brasil. Tinha duas sinagogas um cemitério
israelita. Meu primo Miquel Lerner editou um livro brochura que contava e mostrava
as famílias com sobrenomes Cohen, Leibel, Benchimol, Nigri, etc. Minha irmã
frequentava uma sinagoga no Bom Retiro, e a Unibes, que é uma entidade judaica que acolhe
velhos e viúvas idichs, dão almoço,
jantar, kits de higiene, até plano de saúde. Uma irmã foi ajudada. hoje eles são empresários, e contribuem
generosamente. Os filhos. Pagavam escolas pagavam alimentação até Iptu.
São abençoados, únicos, tem um restaurante próprio. Quando não podem se
locomover, eles entregam as quentinhos. Quem puder contribuir com doações será
ótimo, fora que em São Paulo você pode doar eletrodomésticos, cama, geladeira,
tudo eles retiram rápido, duas situações e, lógico, que eles tem limitações.”
Você ou seus
familiares frequentaram as sinagogas da Mooca? Morararam
na região, ou em bairros próximos? Gostariam de compartilhar informações,
escrever um texto para divulgar aqui no blog?
Vocês teriam alguma
informação sobre as comunidades judaicas da capital e das cidades do interior
paulista? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando aqui chegaram,
o porquê da escolha da cidade em que se estabeleceram, como era a comunidade
judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e
onde comemoravam as festas?
Escrevam para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes...
Meu avô Leon Cohen, nascido no Líbano, chegou no Brasil em 1910 e se instalou na Moóca, foi um dos fundadores da Sinagoga, comandava as rezas e unia a coletividade , ia com sua charrete pedir material de construção para a conclusão da obra, judeus reunidos jogando cartas a dinheiro eram surpreendidos com o confisco de recursos para a obra…Tufic Cohen
ResponderExcluirFalam das familiasvque moravam na Odorico Mendes. Nao vi o nome de uma das familias mais antigas: Sr. MARCOS E RACHEL SAYEG E FAMILIA. ERA A rua Odorico Mendes 227 , enfrente aSinagoga.
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