A pedra fundamental da Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista, localizada à Rua Odorico Mendes, 380, no bairro da Mooca, foi assentada em 07 de julho de 1935, em terreno cedido pela família Klabin, e a inauguração desta ocorreu em 29 de março de 1936. Rachel Mizrahi em seu livro Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro escreve que o sr. Julio Derviche foi um dos fundadores da sinagoga, e a fundação desta deu-se em sua casa. Fizeram parte da fundação as famílias Chatah, Mizrahi, Adissy, Sawaia, Cohen, Zaide, Hazan, Habibe, Efraim, José, Halali, Memran, entre outras. Sr. David Amar foi o presidente, nesta ocasião, e seu irmão, Mario Amar, também o foi durante muitos anos. Rachel Mizarhi, em seu livro, nos conta que esta sinagoga era conhecida como a “Sinagoga dos Amar”, e “safadies”, por ter sido fundada, em sua maioria, pelos judeus provenientes de Safed/Tzfat. Era frequentada, inclusive, por judeus de origem marroquina, egípcios, libaneses, sefardim e de Jerusalém. Frequentadores desta sinagoga, assim como a da Sinagoga Israelita Brasileira falavam o árabe, porém os estilos de reza de ambas eram diferentes.
A Sinagoga
da Sociedade União Israelita Paulista é lembrada no Requerimento
apresentado pelo então Senador Romeu Tuma e publicado no Diário do Senado
Federal em 26 de Maio de 2010. Neste requerimento podemos ler que “o empresário sr. Alberto
Serur era um empreendedor. Nasceu em São Paulo/SP mas sua descendência era
Libanesa. Era membro da Comunidade Israelita de São Paulo e foi um dos
responsáveis pela fundação da sinagoga que recebeu o nome de “Sociedade União
Israelita Paulista...” ( http://legis.senado.gov.br/diarios/BuscaPaginasDiariocodDiario=538&seqPaginaInicial=56&seqPaginaFinal=56 )
Em outubro de 2017, como comentou Henry Lederfeind, houve
uma “reinauguração” da sinagoga: “Os filhos do sr. Bernardo Zekry reformaram a
sinagoga e está muito linda! Fui lá numa homenagem que fizeram a ele.” E como já dito, em dezembro de 2017
tive a oportunidade de conhecer esta sinagoga. Aqui apresento alguns detalhes
daquela visita, detalhes apresentados em publicação de 2017:
“A edificação possui, logo após a entrada, um amplo salão
para recepções. O acesso ao primeiro piso, o setor masculino, dá-se por duas
escadas laterais. A Bimah situa-se na
parte central deste piso, separada do Aron
Hakodesh, e “protegida” por uma grade de madeira. Os bancos, renovados e
mais modernos substituíram os originais em madeira, e distribuem-se em três
partes, ao redor da Bimah. Detalhes
na pintura, acima do Aron Hakodesh,
se mantém, assim como as luminárias. A cor azul e branca prevalece nas paredes,
e o piso, em madeira, está bem conservado. Diversas Torót permanecem guardadas no Aron Hakodesh. Um novo lance de escadas,
iluminadas por uma ampla janela, conduz `a galeria feminina, protegida por um
balcão. Nesta sinagoga os serviços religiosos acontecem nos Shabatót, conduzidos pelo Rab. Ghazali.
No Facebook, foram disponibilizadas também algumas informações,
relacionadas à ultima postagem: Miriam
Schames escreveu: “Meu
pai frequentava essa sinagoga logo que chegou ao Brasil. Ele
se chamava Isaac Alperovitch”. Gugu Cohen comentou: “Saudades de quando eu ia com meus pais e encontrava toda
a primaiada que agora nem vejo mais”.
Victoria
Hadid avisou que há algumas
alterações nas informações e irá encaminhá-las. Norma
Esquenazi contou: “Meu pai, do Egito,
minha mãe, carioca. Eu, de Manaus, e minhas amigas frequentávamos esta Sinagoga
da Odorico Mendes! Familia judaica Moravam quase todos na Rua Barão de Jaguara,
e Odorico Mendes, famílias: Nigri, Esquenazi, Kalily, Mansur, Membran e outros!
Éramos muito unidos! Estudei na Sinagoga da Odorico Mendes com o Rabino, aonde
aprendi o hebraico e fiz muitas amizades naquela época! Bons tempos! Agora moro
no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. Perdi contato com os paulistas!!!!!
Saudades dos bons tempos!!!”
Jacob Cohen comentou: “Acho que tem equívocos com os chazanim”. E, por e-mail, após a última publicação deste
blog, complementou: “O que me lembro, com relação aos Chazanim, a qual peço que você confirme
com pessoal mais velho. Legal o que você escreveu, mas
esta Sinagoga tem muito mais história e de muitas mais famílias. Frequentei desde criança a Sinagoga com meus
pais que eram assíduos, fiz meu bar Mitzvah lá e mesmo jovem frequentava
quase todo o Shabat as sextas feiras (era um milagre ter um jovem) sempre
depois de jogar dominó com os frequentadores no bar da esquina antes do shabat.
Grandes lembranças. Apesar de ter só 67 anos, acho que o sr. Habibe foi Chazan na Sinagoga da Odorico Mendes,
274. O sr. Elias Mizrahi era Chazan na Sinagoga da rua Abolição. Quem foi Chazan
nesta Sinagoga foi meu avô sr. Moises Cohen Tawil”. Como já publicado anteriormente, em fevereiro de 2023, sr. Jacob havia
escrito: “Apenas complementando, minha família é sefaradi, 100% da Mooca, e nasci e fui criado no bairro (Rua Dom
Bosco, Rua Coronel Cintra) e frequentei juntamente com minha família sempre a
Sinagoga da Odorico Mendes 380 (Sinagoga União Israelita Paulista), inclusive
meu avô Moysés Cohen Tawil Z`L` era chazan
da Sinagoga. Tenho muitas e boas lembranças da minha época da Mooca, e acho
fantástico o seu trabalho e me coloco a sua disposição no que for necessário”.
Alguns comentários foram registrados neste Blog, na
publicação anterior:
“Falam das famílias que moravam na Odorico Mendes. Nãoo vi o
nome de uma das famílias mais antigas: Sr. Marcos e Rachel Sayeg e família.
Era a rua Odorico Mendes 227 , em frente
à Sinagoga”.
“Meu avô Leon Cohen, nascido no Líbano, chegou no Brasil em
1910 e se instalou na Mooca, foi um dos fundadores da Sinagoga, comandava as
rezas e unia a coletividade, ia com sua charrete pedir material de construção
para a conclusão da obra, judeus reunidos jogando cartas a dinheiro eram
surpreendidos com o confisco de recursos para a obra…Tufic Cohen”
Você ou seus
familiares frequentaram as sinagogas da Mooca? Morou na
região, ou em bairros próximos? Gostaria de compartilhar informações, escrever
um texto para divulgar aqui no blog?
Você teria alguma
informação sobre as comunidades judaicas da capital e das cidades do interior
paulista? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando aqui
chegaram, o porquê da escolha da cidade em que se estabeleceu? Como era a
comunidade judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas,
escolas, como e onde comemoravam as festas?
Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos
resgatar nossas raízes...
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