As Porteiras do Brás- http://www.jorbras.com.br/portal |
Entrevistas e artigos
publicados nos mostram que as famílias de sr. Leon Feffer, sr. Samuel Blay, sr. Abraham Kasinski, sr. Mauricio Waldman, dentre
outras, também tem suas histórias ligadas ao bairro do Brás.
Sr. Leon Feffer, por
exemplo, nasceu na Ucrania e chegou ao Brasil aos 19 anos. Aos 24 registrou
sua primeira empresa de comercialização de papéis no bairro do Brás. Comprava papel no atacado e o revendia em bazares e papelaria.
Inicialmente a pé ou de bonde, até comprar sua primeira charrete. Morava na rua
Bresser, 154, na ocasião. Abriu também uma tipografia e uma pequena fábrica de
envelopes, alugou uma loja na Rua Rangel Pestana, além de outros projetos. Esta
loja era vizinha à d o sr. Salomão Teperman, que fabricava e vendia móveis.
Sr.
Leon casou-se com a sra. Antonietta, filha do sr. Salomão. Na década de 1930,
necessitando de mais espaço para sua empresa, construiu um edifício próprio à
Rua Barão do Ladário. Em 1939, desfez-se de tudo, inclusive da casa da família,
e levantou capital para montar sua própria fábrica de papel. Esta pequena
fábrica deu origem ao Grupo Suzano. Leiam mais em: http://www.alef.org.br/institucional.php
O sr. Samuel Blay, filho de Leon e Dora Blay,
nasceu em São Paulo, em 29 de novembro de 1922. A família do pai e da mãe
moravam na Polônia, em Rovno, perto de Kiev. A pedido da avó paterna, o pai
Leon Blay saiu da Polonia em 1909, em direção a Argentina, começando a
trabalhar em Buenos Aires. Em 1913, seguiu para o Brasil e chegando em São Paulo,
com cerca de 22 anos, começou a trabalhar como mascate, vendendo gramofones e
fotos em prestações, com o objetivo de mandar o dinheiro para a Europa. Depois disto,
e até 1917, começou a vender casimira e a fazer ternos para os homens. Nesta
época morava em casa de família. Em 1917 começou a se corresponder com a mãe do
sr. Samuel, que morava em Boston, nos Estados Unidos. Escreveu que gostaria de
se casar com ela, esta aceitou o convite e, em 1917, sra. Dora chegou a São
Paulo. Os dois casaram-se em 30 de junho de 1917, vivendo juntos durante 29
anos. Na entrevista, sr. Samuel comenta que os pais pretendiam comprar uma casa,
com as economias que tinha. Foram em busca de um terreno, encontrando um na rua
Bresser. Acabaram por compra-lo. Com o passar do
tempo, construiu um sobrado e uma loja. Como a mãe detestava escadas, fez um
sobrado menor, incluindo mais dois porões. Foram, assim, para a nova casa.
Nesta ocasião, a loja que possuíam já estava alugada para uma tinturaria, e os
2 porões também, para duas famílias. Com o tempo, pretendendo um aumento no
aluguel da loja, o inquilino acabou saindo. O pai começou a pensar em abrir uma
casa de móveis, o que o fez em 1930. Os negócios não eram fáceis na época... Para
conhecer um pouco mais sobre a história do sr. Samuel Blay veja o link: http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/samuel-blay-44896
Estação do Brás e Pça Agente Cícero em 1959 http://www.jorbras.com.br/portal |
Podemos
ler que “desde criança, quando brincava pelas ruas do bairro do Brás”, sr. Abraham
Kasinski, descendente de judeus russos, sempre teve um sonho: fabricar um
automóvel. Sr. Abraham nasceu no dia 11 de julho de 1917, não na residência da
família (esquina da avenida Celso Garcia com a rua Bresser), como era habitual
naquela época, mas na maternidade do Tatuapé. Os primeiros anos da infância
foram vividos pelas ruas do bairro. "Havia algumas indústrias e muitas
casas de famílias de classe média. Meu território era ali pela Bresser, pela
rua Silva Telles, largo da Concórdia e rua Joli, aonde havia o cinema Brás
Politheama”. O "ponto" de sr. Kasinski era na loja do pai, a Loja do
Leão, que funcionava junto à casa da família e que deu origem a toda uma
linhagem de negócios ligado aos automóveis.
O negócio de seu pai não vendia acessórios. "Não era uma loja para
enfeitar automóveis, mas sim de peças que gastavam e precisavam ser
substituídas. Ou seja, tudo o que se referia a peça de reposição, a loja Leão
tinha para vender. Estudou no Colégio do Carmo, de religiosos católicos, um
conflito com suas origens judaicas. Aos sábado, ia com a família à sinagoga da
rua Bresser. Sr. Abraham faleceu em 09/02/2012. Para conhecer um pouco mais sobre a história de Abraham Kasinski, vistem http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2610200320.htm
Final de 1940 e início dos anos de 1950 https://diariodotransporte.com.br |
Quanto ao sr. Maurício Waldman, a família do pai é originária da
Polonia(Lagow), e a da mãe tem origem italiana. O pai, sr. Wolf Waldman tinha
sido um militante do Bund polonês quando jovem. Além dele, outros irmãos do pai,
Chil, Schloime, Jacó e David também seguiram para o Brasil. Todos os demais
membros da família que permaneceram na Polônia, com exceção da sra. Ruth,
tia de sr. Mauricio, foram mortos pelos nazistas. Já a família da mãe veio “bem
antes” para o Brasil. As raízes da família da mãe estão no antigo Guetto de
Veneza. Sr. Mauricio nasceu no bairro do Brás, em dezembro de 1955. Comenta que “nos
anos 50, o bairro do Brás reunia uma coletividade judaica de certo vulto, quase
todos comerciantes e profissionais liberais de origem polonesa, russa, alemã e
romena. Esta comunidade mantinha diversas instituições, dentre as quais a
sinagoga da Rua Bresser”, onde celebrou o Bar-Mitzvá. Mais tarde mudou-se com a
minha família para o Tatuapé. Fez parte dos estudos na Escola Israelita Luiz Fleitlich, que funcionou “na Rua Visconde
de Parnaíba até os anos 60. Mais tarde, o prédio foi demolido no final dos anos
70 para abrir espaço para a atual estação Bresser do metrô”. Foi lá que aprendeu canções judaicas e elementos básicos da religião e da história do povo
judeu. Também estudou na escola estadual Colégio Domingos Faustino Sarmiento e
posteriormente, no Colégio Oswaldo Catalano, no Tatuapé. A família não era
religiosa, no entanto a mãe e irmãs sempre acendiam as velas de Shabat, e
freqüentavam apenas eventualmente a sinagoga. Leiam mais: http://galiza-israel.blogspot.com.br/2007/04/o-pt-e-os-xudeus-no-brasil.html
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