domingo, 15 de janeiro de 2017

Familias no Brás: Feffer, Blay, Kasinski, Waldman, entre outras...

As Porteiras do Brás- http://www.jorbras.com.br/portal
Entrevistas e artigos publicados nos mostram que as famílias de sr. Leon Feffer, sr. Samuel Blay, sr. Abraham Kasinski, sr. Mauricio Waldman, dentre outras, também tem suas histórias ligadas ao bairro do Brás.

Sr. Leon Feffer, por exemplo, nasceu na Ucrania e chegou ao Brasil aos 19 anos. Aos 24 registrou sua primeira empresa de comercialização de papéis no bairro do Brás. Comprava papel no atacado e o revendia em bazares e papelaria. Inicialmente a pé ou de bonde, até comprar sua primeira charrete. Morava na rua Bresser, 154, na ocasião. Abriu também uma tipografia e uma pequena fábrica de envelopes, alugou uma loja na Rua Rangel Pestana, além de outros projetos. Esta loja era vizinha à d o sr. Salomão Teperman, que fabricava e vendia móveis. 
Sr. Leon casou-se com a sra. Antonietta, filha do sr. Salomão. Na década de 1930, necessitando de mais espaço para sua empresa, construiu um edifício próprio à Rua Barão do Ladário. Em 1939, desfez-se de tudo, inclusive da casa da família, e levantou capital para montar sua própria fábrica de papel. Esta pequena fábrica deu origem ao Grupo Suzano. Leiam mais em: http://www.alef.org.br/institucional.php 

O sr. Samuel Blay, filho de Leon e Dora Blay, nasceu em São Paulo, em 29 de novembro de 1922. A família do pai e da mãe moravam na Polônia, em Rovno, perto de Kiev. A pedido da avó paterna, o pai Leon Blay saiu da Polonia em 1909, em direção a Argentina, começando a trabalhar em Buenos Aires. Em 1913, seguiu para o Brasil e chegando em São Paulo, com cerca de 22 anos, começou a trabalhar como mascate, vendendo gramofones e fotos em prestações, com o objetivo de mandar o dinheiro para a Europa. Depois disto, e até 1917, começou a vender casimira e a fazer ternos para os homens. Nesta época morava em casa de família. Em 1917 começou a se corresponder com a mãe do sr. Samuel, que morava em Boston, nos Estados Unidos. Escreveu que gostaria de se casar com ela, esta aceitou o convite e, em 1917, sra. Dora chegou a São Paulo. Os dois casaram-se em 30 de junho de 1917, vivendo juntos durante 29 anos. Na entrevista, sr. Samuel comenta que os pais pretendiam comprar uma casa, com as economias que tinha. Foram em busca de um terreno, encontrando um na rua Bresser. Acabaram por compra-lo. Com o passar do tempo, construiu um sobrado e uma loja. Como a mãe detestava escadas, fez um sobrado menor, incluindo mais dois porões. Foram, assim, para a nova casa. Nesta ocasião, a loja que possuíam já estava alugada para uma tinturaria, e os 2 porões também, para duas famílias. Com o tempo, pretendendo um aumento no aluguel da loja, o inquilino acabou saindo. O pai começou a pensar em abrir uma casa de móveis, o que o fez em 1930. Os negócios não eram fáceis na época... Para conhecer um pouco mais sobre a história do sr. Samuel Blay veja o link: http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/samuel-blay-44896

Estação do Brás e Pça Agente Cícero em 1959
http://www.jorbras.com.br/portal
Podemos ler que “desde criança, quando brincava pelas ruas do bairro do Brás”, sr. Abraham Kasinski, descendente de judeus russos, sempre teve um sonho: fabricar um automóvel. Sr. Abraham nasceu no dia 11 de julho de 1917, não na residência da família (esquina da avenida Celso Garcia com a rua Bresser), como era habitual naquela época, mas na maternidade do Tatuapé. Os primeiros anos da infância foram vividos pelas ruas do bairro. "Havia algumas indústrias e muitas casas de famílias de classe média. Meu território era ali pela Bresser, pela rua Silva Telles, largo da Concórdia e rua Joli, aonde havia o cinema Brás Politheama”. O "ponto" de sr. Kasinski era na loja do pai, a Loja do Leão, que funcionava junto à casa da família e que deu origem a toda uma linhagem de negócios ligado aos automóveis.
O negócio de seu pai não vendia acessórios. "Não era uma loja para enfeitar automóveis, mas sim de peças que gastavam e precisavam ser substituídas. Ou seja, tudo o que se referia a peça de reposição, a loja Leão tinha para vender. Estudou no Colégio do Carmo, de religiosos católicos, um conflito com suas origens judaicas. Aos sábado, ia com a família à sinagoga da rua Bresser. Sr. Abraham faleceu em 09/02/2012. Para conhecer um pouco mais sobre a história de Abraham Kasinski, vistem http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2610200320.htm 

Final de 1940 e início dos anos de 1950
https://diariodotransporte.com.br
Quanto ao sr. Maurício Waldman, a família do pai é originária da Polonia(Lagow), e a da mãe tem origem italiana. O pai, sr. Wolf Waldman tinha sido um militante do Bund polonês quando jovem. Além dele, outros irmãos do pai, Chil, Schloime, Jacó e David também seguiram para o Brasil. Todos os demais membros da família que permaneceram na Polônia, com exceção da sra. Ruth, tia de sr. Mauricio, foram mortos pelos nazistas. Já a família da mãe veio “bem antes” para o Brasil. As raízes da família da mãe estão no antigo Guetto de Veneza. Sr. Mauricio nasceu no bairro do Brás, em dezembro de 1955. Comenta que “nos anos 50, o bairro do Brás reunia uma coletividade judaica de certo vulto, quase todos comerciantes e profissionais liberais de origem polonesa, russa, alemã e romena. Esta comunidade mantinha diversas instituições, dentre as quais a sinagoga da Rua Bresser”, onde celebrou o Bar-Mitzvá. Mais tarde mudou-se com a minha família para o Tatuapé. Fez parte dos estudos na Escola Israelita Luiz Fleitlich, que funcionou “na Rua Visconde de Parnaíba até os anos 60. Mais tarde, o prédio foi demolido no final dos anos 70 para abrir espaço para a atual estação Bresser do metrô”. Foi lá que aprendeu canções judaicas e elementos básicos da religião e da história do povo judeu. Também estudou na escola estadual Colégio Domingos Faustino Sarmiento e posteriormente, no Colégio Oswaldo Catalano, no Tatuapé. A família não era religiosa, no entanto a mãe e irmãs sempre acendiam as velas de Shabat, e freqüentavam apenas eventualmente a sinagoga. Leiam mais: http://galiza-israel.blogspot.com.br/2007/04/o-pt-e-os-xudeus-no-brasil.html

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