Paulo sugeriu algumas leituras. Uma delas, “Alma
Estrangeira”, de Judith Vero, apresenta
uma radiografia dos húngaros em S. Paulo. Este livro aborda, inclusive a
delicada questão de alguns judeus que são documentalmente "católicos"
ou "evangélicos" por três ou quatro gerações, mas que em casa permanecem
judeus. Muito se descobriram judeus já na adolescência ou até quando adultos...
E comento que alguns dos que aqui chegaram, depois de 1956,
além de terem passado pela Segunda Guerra, foram impedidos de continuarem judeus
na Hungria do pós-guerra... e buscaram uma forma de
sobreviver.
Paulo também sugere o documentário “Um Passaporte
Húngaro”, de Sandra Kogut, neta de imigrantes húngaros que vieram para o
Brasil, e que decide tornar-se cidadã húngara. Apresenta temas como o que
significa ser húngaro, e para que ter um passaporte húngaro, e a dificuldade
para conseguir este passaporte. Questões como nacionalidade, herança e identidade,
são apresentadas e permitem entender um pouco desta mentalidade destes
imigrantes...
Ortodoxos de origem húngara também vieram
para o Brasil... O Rebbe de Munkach, na Hungria, por exemplo, morou no Brasil
nos anos 1950/60... No site do Yad Vashem e também do Geni.com
podemos ler que, no final de fevereiro de 1944, antes da invasão alemã da
Hungria, o rabino Rabinowitz, o Munkatcher Rebbe, partiu de Budapeste para Eretz Israel com sua
família. Em 1947, o rabino Rabinowitz foi nomeado rabino-chefe de São Paulo no
Brasil. Em 1963, ele retornou com a família para Israel, como Rabino Chefe de
Holon, até 1978, e depois mudou-se para Petach Tikva, onde estabeleceu seu Beit
Midrash. Ele escreveu os livros Divrei Nevonim, um comentário sobre a Torá, e
Binat Nevonim, um tratado filosófico do Holocausto. Ao falecer, no dia 27 de
Kislev, 5758 (26 de dezembro de 1997), seu filho Yair assumiu a sinagoga e a
administra até o dia de hoje.
Fotos dos documentos de ingresso no Brasil meu avô Yechiel Leib, meu pai Maurice Szwarcbart e minha tia Rachel Szwarcbart Dzialowski |
Contei ao Paulo Valadares que meu avô paterno
e meu bisavô materno eram amigos do Munkatcher Rebbe, na época em que morou em
São Paulo, tendo inclusive feito o noivado de meus pais. Paulo encontrou a documentação de ingresso
ao Brasil, e respectivas fotos, de meu pai, meus avós e minha tia, no Arquivo
Nacional. Comentei que o nome do navio
em que chegaram da Itália, após a Segunda Guerra era “Andrea Gritti”, e que desembarcaram
na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, aonde permaneceram em quarentena, antes
de se mudarem para São Paulo. Paulo, assim, escreveu: “Eles desceram no Rio de
Janeiro em 16 de janeiro de 1947 - só há um manifesto de passageiros dois dias depois,
com o desembarque em Santos - quando eles já tinham desembarcado..“Você conheceu a Anna
Rosa Campagnano? Ela fez uma tese sobre judeus italianos (ou que migraram de
lá). A tese da Ana defendida na USP relaciona a
"Colonia Mussulini" em S. Paulo”. Que excelente!!! Vou ler...
E assim...histórias
são contadas, são registradas e muitas vezes documentadas... Resgate de
Memórias, Muitas Histórias...
O post de hoje é dedicado à elevação da alma de meu pai Maurice
Szwarcbart, Moshe Tzvi ben Yechiel Leib Hacohen Z’L, na semana de seu Yurtzait,
em 14 de Nissan, Erev Pessach...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço o seu comentário. Anote seu nome e e-mail para receber um retorno...