terça-feira, 29 de maio de 2018

Uma visita ao Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov - Sinagoga da Abolição



Visitamos em 28 de maio de 2018 o Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov, atualmente situado no bairro dos Jardins. Fomos recebidos pela sra. Juliette Douek, que nos acompanhou e apresentou os diversos espaços deste edifício, como a ampla sinagoga, a sinagoga menor utilizada no dia-a-dia, o salão para Kidush, o salão para festas e a quadra esportiva no último piso.

A sinagoga atual, projeto de Itamar Berezin e Louna Douek e Miro Construtora Ltda.nos remete à sinagoga que se situava à Rua Abolição, com sua organização interna e seus amplos vitrais restaurados. 

Os bancos, novos, estão dispostos nas laterais e na parte posterior, no setor masculino situado no pavimento térreo. O posicionamento dos bancos da galeria feminina, localizada no primeiro piso, permite uma excelente visão de todo o espaço da sinagoga. O Hechal e a Bimah assemelham-se também à antiga sinagoga, e estão de acordo com a tradição sefaradi. Muito bem iluminada, foi projetada para que seja possível a abertura do teto em uma celebração de um casamento. A sinagoga utilizada para o dia-a-dia, menor, também recebeu parte dos vitrais e a Paróchet da Sinagoga da Abolição. 
As placas em homenagem ao sócios que se destacaram na reconstrução da sinagoga, e da diretoria no ano de 1961, foram cuidadosamente afixadas próximo ao hall de entrada. Da mesma maneira, placas com detalhes semelhantes aos dos vitrais, afixadas na entrada, no hall e nos corredores do diversos pisos, homenageiam colaboradores, doadores, patronos, beneméritos, diretoria, comissões e conselhos deste novo edifício inaugurado em Lag Baomer, 17 de Iyar de 5772, 9 de maio de 2012. 
Vemos também a placa em que consta  projeto da arquiteta Cristina G.A.Antonelli e Trino Construtora Ltda.
Como já postado, o edifício de 2.705m² situa-se em um terreno de 1.100m², possui uma sinagoga para 580 pessoas, outra menor, para 100 pessoas, um salão de festas para 500 pessoas, salas de ensino, centros de palestra, biblioteca, auditório e área de convivência, Instituto de Música, Kolel para jovens, programa “after school”. 

Em 25 de fevereiro de 2018 ocorreu a festa de inauguração da quadra e abertura do “Bnei Akiva dos Jardins” na Ohel Yaacov.

No dia da visita conversamos com Rabino Samy Pinto sobre a pesquisa que realizo, relativa às sinagogas em São Paulo. Rabino Samy Pinto enfatizou que as sinagogas e suas edificações nos mostram, e permitem compreender a migração da comunidade judaica nos diversos momentos de nossa história nesta cidade. 

Realmente, tem sido possível acompanhar e observar, através das postagens deste Blog, o estabelecimento, as mudanças e os deslocamentos da comunidade judaica em São Paulo, e a construção de suas sinagogas, nos mais diverso bairros da cidade...

Assim, pergunto novamente...voce teria alguma informação sobre as sinagogas da cidade? Gostaria de compartilhar? Alguma foto, documento, histórias e memórias, inclusive de familiares, relacionadas aos bairros onde a comunidade de estabeleceu e sobre as sinagogas nos bairros de São Paulo?

Então entre em contato comigo deixando seu comentário, ou envie-me um e-mail para myrirs@hotmail.com



sexta-feira, 25 de maio de 2018

Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov e a Enciclopédia Judaica

Foto Enciclopédia Judaica vol.1 pag.343, Ed. Tradiçào

Podemos encontrar alguns detalhes sobre o Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov na Enciclopédia Judaica, no vol. 3 página 1157, da Editora Tradição, publicada em 1967 no Rio de Janeiro (original: The Standard Jewish Encyclopedia, 1959, 1962, 1966-Encyclopedia Publishing Company Ltd, Tel Aviv). Esta publicação informa que “A Comuniddae Israelita Sefaradi, fundada em 1 de setembro de 1924, com sinagoga na Rua da Abolição, 457 desde 1928, adotou em 1940 a denominação Templo Israelita do Rito Português, e em 1961, após a reconstrução e ampliação de sua sede, passou a ter a denominação ayual. Seguem o rito sefaradita seus 300 sócios, entre os quais há judeus de origem búlgara, iugoslava, grega, turca, iraniana e principalmente egípcia. A diretoria da entidade em 1928 compunha-se de Amadeu Toledano, Alexandre Algranti, Samuel Avzaradel, Alberto Carmona, Jacques Israel, Jacques Crespin, José Couriel e Moysés Carmona.

no vol. 1 página 343 da mesma Enciclopédia Judaica, há a informação que a Comunidade Israelita Sefaradi de São Paulo, fundada em 1956 e com sede à Rua Florêncio de Abreu, 157, tinha, entre seus objetivos, “sistematizar as atividades das sinagogas e outras entidades sefaraditas. Ao ser constituída tal entidade, filiaram-se o Templo Israelita de Rito Português (atual Ohel Yaacov), a Sinagoga Israelita Brasileira, a União Israelita Paulista, o Centro Israelita Amadeu Toledano, a Benevolência-Associação dos Israelitas da Iugoslávia, o Grêmio Sinai, a Sociedade Beneficente e Cultural de Israelitas Brasileiros e Búlgaro e, o Centro Recreativo Hebreu-Brasileiro...”
Capa Enciclopédia Judaica- Ed. Tradição

Diversos comentários foram feitos no Facebook, em relação às publicações sobre a Sinagoga da Abolição. No Net Shuk, Patrick Bellelis escreveu: “Lembranças da minha infância na Abolição! Lindas memórias!! Já Tuna Suelzle comentou: “Fez parte da minha vida também... Nasci no Egito (Port Said) e saí em 1956, na época do Nasser. Muita história pra contar...” Em Guisheft Anuncios e Oportunidades de Negocios Janette Hodara avisou que enviará o material que possui, e que o avô, Abraham Hanna, foi um dos fundadores da Sinagoga da Abolicao. E indicou Eliane Sirota. Em Jewish Brasil Debora Grinspun Shor indicou Eduardo Shor e David Bessler comentou: “Que incrível! Obrigado por compartilhar”. Tati K. Presch Oscalis marcou Rodrigo Oscalis e em SOS Patrimonio, Luciano Ferreira enfatizou: "...Temos que investir na educação dos filhos, porque o que entra na cabeça deles nenhum governo confisca, religião modifica ou dificuldade tira...- Fantástica lição de vida!!”

E você, quais histórias teria para contar desta e de outas sinagogas de São Paulo? Possui fotos, memórias a resgatar? Colabore, faça parte você também!!!

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Semana de Museus 2018 e o evento “Museus e novos usos para Sinagogas"

Vitrais Sinagoga Beth-El - Museu Judaico

Como parte da Semana de Museus, que acontece de 14 a 18 de maio de 2018, o evento “Museus e novos usos para Sinagogas – Semana de atividades relativas aos novos usos para edifícios pré-existentes” está acontecendo na FAU-Mackenzie, tendo como ponto de partida a exposição “Sinagogas do Leste Europeu 1781-1944”, cedida pelo Consulado Geral da Hungria, com trabalho e fotos de Rudolf Klein. A palestra de abertura, no dia 14, realizada pelo arquiteto e designer gráfico Roberto Strauss, permitiu aos participantes conhecer a beleza das sinagogas europeias daquele período.

Nesta semana temática, duas visitas foram programadas: Uma visita técnica às obras do Museu Judaico de São Paulo, na antiga Sinagoga Beth-El, ocorrida em 15 de maio e a visita ao Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, na antiga Sinagoga Kehilat Israel, na Rua da Graça, no dia de hoje, 17 de maio.

Obras - Museu Judaico - Sinagoga Beth-El
A visita guiada às obras do Museu Judaico foi conduzida por Simoni Waldman Saidon e Mauro Martins, autores do projeto arquitetônico, através do escritório Botti Rubin, juntamente com Roberta Sundfeld, diretora executiva do Museu. Foi possível conhecer o espaço que será destinado às exposições, a rearquitetura do local, com novos ambientes que estão sendo acrescidos, a parede de vidro com sua estrutura metálica, voltada para a Av. 9 de julho. Comentou-se, durante a visita, que o terreno lindeiro a esta avenida, e que engloba o projeto, era uma concessão da Prefeitura de São Paulo à Sinagoga Beth-El. Uma nova concessão para uso do terreno foi obtida em 2007. Mas sobre isto falaremos em breve, no momento em que ocorrerem as postagens relativas às antiga Sinagoga Beth-El. e aqui pergunto...você ou sua família fizeram parte desta sinagoga? Alguma história, memórias, a compartilhar? Possui documentos, fotos? Saberia dizer quem é o autor dos vitrais deste edifício ou quem fez os bancos? Compartilhe deixando um comentário ou envie por e-mail myrirs@hotmail.com

Divulgação do evento - Design Roberto Strauss

A Mesa Redonda, de 16 de maio, “A Preservação de Sinagogas do Brasil – a sinagoga do Recife e o Templo Beth-El”, foi coordenada por Cecília Rodrigues, com abertura de Pérola Felipette Brocaneli, e apresentada pelos arquitetos Mauro Bondi(Iphan) e Walter Pires(DPH). Mauro Bondi apresentou o tema relacionado à Sinagoga Kahal Tsur Israel, do Recife, sinagoga em funcionamento de 1636 a 1654, localizada na Rua dos Judeus n. 10/12, posteriormente Rua da Cruz e Rua do Bom Jesus. A constatação de uma mikve no local, e de documentação urbanística, de inventários dos prédios edificados pelos holandeses, possibilitou a localização da sinagoga. O edifício hoje existente neste local data do sec.XIX. Reformado e restaurado pela família Safra, com início de projeto de recuperação da  de Tombamentosinagoga em 1997, está aberto à visitação. A prefeitura cedeu o uso do local por 90 anos e o processo de tombamento foi arquivado. 

Obras - Museu Judaico - Sinagoga Beth-El

Quanto ao Templo Beth-El, ou Sinagoga Israelita Askenazi, Walter Pires informou que o projeto do edifício foi feito pelo arquieto Samuel Roeder, que trabalhava na Cia. City. Inserido em um dos primeiros loteamentos desta Companhia, “Loteamento Anhangabahú”, por sua topografia elevada, destacava-se na paisagem urbana. Em 2002 deu-se a abertura do Processo de Tombamento pelo Conpresp e a aprovação do Tombamento ocorreu em 2013. Em relação a este processo conversarei, ainda, com Vania Lewkowicz Katz do DPH.

Paralela a este evento ocorre a exposição “Húngaros no acervo do Centro de Memória do Museu Judaico”, em Pinheiros, revelando à cidade documentos históricos sobre a imigração húngara. Mais uma oportunidade para conhecermos o material que o acervo dispões sobre o tema de diversos posts deste Blog, relativos à Sinagoga dos Húngaros...a Sinagoga Israelita Paulista ou Sinagoga da Rua Augusta... a conferir.

Como ouvinte, está sendo muito interessante acompanhar o que vem ocorrendo em São Paulo, relativo às sinagogas da cidade, imigração judaica, projetos arquitetônicos, novos usos para antigos espaços, atividades culturais e exposições relacionadas ao tema.

Participem... visitem a exposição e compareçam à Mesa Redonda desta sexta-feira com o tema “Museu do Ipiranga- novos usos para edifícios antigos”, com coordenação do prof. Marcos José Carrilho e debatedores arquitetos Eduardo Ferroni e Pablo Herenu...

terça-feira, 15 de maio de 2018

“Sinagoga(Synagogue) Israelita Paulista”- The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art



District: Consolação – São Paulo – SP – Brasil
Location: Initially located at Rua(Street) dos Andradas, in 1935 the Congregation rented the first floor of the building located at Rua(Street) General Osório. In 1953 he moved to Rua(Street) Augusta
Foundation: November 29, 1931 – Assembly of the foundation of the “Hungarian Israeli Congregation” in São Paulo
Projects by unknown authors

Description of the building: A double metal gate separates the street from a small open internal space. To the right side of this small space is a construction. The entrance of this, through an old and conserved double wooden door, leads us to a distribution hall. On the left side of the hall, a kitchen with windows, to the right side small rooms, and to the front, a staircase, also in wood, takes us to the upper floor. This floor has long been renovated and stays with dormitories. A small synagogue for the Shabatót and other Jewish festivities has already occupied such a floor in the 1950s and 1970s, with places for men and women seated separately.
Just after the hall, on the right side, there is a library and in the background there is a large hall with lamps, floor and white walls, with two stylized Menorót, Aron Hakodesh in dark wood with red paróchet and Torót inside, lions flanking the “Luchót Habrit “, Bimah also in dark wood, Ner Tamid, upholstered chairs and cabinets with sidurim. This hall, formerly, was used only in Rosh Hashana and Yom Kippur, but later it was also used in the Shabatót. The space of this synagogue, in its aspect, differs from the synagogues already visited so far. Initially the Aron Hakodesh was located at the end of the hall. A stage, used as Bimah, had been installed in front of Aron Hakodesh. 
At first, the women were halfway to the right side of the room, and the men on the left side, with the Rabbi and the Ark positioned in a raised area at the back of the room. In the late 1980s it was noticed that Bimah and Aron Hakodesh were positioned to the wrong side, and everything was repositioned to the wall on the left side of whoever enters the synagogue, with men now in the middle of the front and women on the side of back “. 
The frequency of this synagogue was mainly on Rosh Hashanah and Yom Kippur, and was originally composed of Hungarian Jews, neologists. The “nussach” adopted by the Hungarian community was the Ashkenazi. At that time, men and women separated, the prayers were in Hebrew, the speeches in Hungarian..



Current situation:  In the 1990s, when the oldest goers had passed away, their sons practically no longer attended the “Augusta Street Synagogue” and the area was degraded. At that time, the Chabad took over the synagogue and thus they remain performing the Shabatót once a month, in addition to Rosh Hashana and Yom Kippur. The upper floor is still occupied by dormitories. The distribution hall features photos of former presidents on one of the walls. The kitchen is renovated, but the windows are original. 
On the ground floor, at the bottom of the small internal space of the entrance, there is a hall with two plaques, 1992, one relating to the former presidents, and another one of thanks and homage, by the board of directors. Bimah and Aron Hakodesh in dark wood and red parochet remain on the wall on the left side of whoever enters the synagogue, with the men in the middle of the front and the women on the back. The old fixtures, floor and white walls with two stylized Menorót remain the same as formerly.




sexta-feira, 11 de maio de 2018

Sinagoga da Abolição e “Era uma vez no Egito – Lembranças da Família Douek”

"Era uma vez no Egito - Lembranças da Família Douek"
presente de sra. Berta Kotler Douek e sr. Abramo Douek

O livro “Era uma vez no Egito – Lembranças da Família Douek”, um lindo presente que recebi de sra. Berta Kotler Douek e de sr. Abramo Douek, foi produzido e realizado em memória dos avós paternos Louna e Ibrahim Douek, dos avós maternos Rebeca e Nessim Holly, e dos pais de sr. Abramo, Aline e Josué Douek. É um relato, para as gerações futuras, de como a família Douek, que cresceu e viveu no Egito, de repente teve de largar tudo por causa das crenças religiosas. Sr. Abramo salienta, neste sentido, uma grande lição para a vida: “Meu pai sempre dizia: Temos que investir na educação dos filhos, porque o que entra na cabeça deles nenhum governo confisca, religião modifica ou dificuldade tira.” Esta publicação, rica em detalhes e lembranças, apresenta a vivência da família no Egito, a Árvore Genealógica, a história do patriarca, sr. Ibrahim, as diversas sinagogas do Cairo com sua arquitetura, a busca de um recomeço, o acolhimento no Brasil, a moradia na Bela Vista (pela proximidade de outras famílias egípcias e da sinagoga), a Sinagoga da Rua Abolição. E também, a nova sinagoga nos Jardins, como vemos abaixo.

Desde que chegaram ao Brasil, nos anos 1960, a família Douek participou e envolveu-se com as atividades da Sinagoga da Abolição, incluindo a responsabilidade administrativa da instituição. Encontraram nesta sinagoga um local para dar continuidade a seus valores, tradições, e vivência religiosa. Lembranças de Yom Kipur, com a sinagoga lotada, de Sucót, na sucá no terraço, de Simchah Torah, com a retirada dos Sifrei Torah do Hekhal, das brincadeiras das crianças, dos bate-papos no salão de festas, dos Bar-Mitzvót e de Brith-Milah dos descendentes da família.

Em relação à sinagoga que situava-se na Rua Abolição, podemos ler que com o passar do tempo e a alteração da região onde estava situada, e a mudança das famílias para outros bairros, a sinagoga passou a perder seus frequentadores. Esta situação, aliada à proposta de compra da área pelo Grupo Silvio Santos gerou a possibilidade de mudança do edifício para uma outra região, e o bairro dos Jardins foi a opção escolhida. Como podemos ler no post anterior, a sinagoga funcionou na Rua Abolição até 2003, momento em que os serviços religiosos passaram a acontecer na sede da B’nai Brith, na Rua Caçapava. Em 2005, o edifício da Abolição foi demolido, o local escolhido para a nova sinagoga foi a Rua Cravinhos. Inicialmente adquiriu-se um pequeno terreno e aos poucos, conseguiu-se completar um espaço de 1.100m². Com a mobilização da comunidade, foi possível obter os recursos para a construção do novo edifício de 2.705m². Em 21 de agosto de 2008, foi colocada a pedra fundamental do novo Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov e em 9 de maio de 2012, a sinagoga foi inaugurada, durante a celebração de Lag Baomer.

O Hekhal, ou Aron Hakodesh, da nova sede da Sinagoga da Abolição, contém dois Sifrei Tora trazidos do Egito pelo pai e pelo tio do sr. Abramo Douek. A construção possui uma sinagoga para 580 pessoas, outra menor, para 100 pessoas, um salão de festas para 500 pessoas, salas de ensino, centros de palestra, biblioteca, auditório e área de convivência, Instituto de Música, Kolel para jovens e programa “after school”. Os vitrais originais que faziam parte da sinagoga à Rua Abolição foram restaurados e utilizados nesta sede.

Seguem alguns comentários realizados no Facebook relativos à Sinagoga da Abolição: 
Em Jewish Brasil, Lucia Violet Sequerra contou: “Tenho tantas memórias da Abolição... festas de Simcha Tora, brincar nas escadas, procurar meu pai, o toque do shofar. Vou ver com meus pais quanto a fotos, mas fotos acho que não temos, sinto tanto que a Sinagoga da Abolição não exista mais... sinto falta até do pedaço da pizza que comíamos no bar da esquina depois de Yom Kipur, eu achava a pizza mais gostosa do mundo! Tem um grande significado, me sinto órfã!  Meu pai (já falecido), nascido na Holanda, era de origem portuguesa e minha mãe, egípcia...Salomão e Caludine Sequerra. Vou ver detalhes também com meus irmãos.” Em Jews, Elias Salgado comentou: “Show Myriam. Parabéns.Tenho acompanhado com grande interesse teu trabalho. Gostaria de te conhecer pessoalmente e trocar uma ideias.” Muito bom comentários e incentivos assim, que motivam a continuidade desta pesquisa! Já em minha página, Thais Soltanovitch Druker indicou Bruno Druker, Perola Ventura e Berta Kotler Douek. Perola Ventura agradeceu pela atenção, e escreveu:Que interessante... A historia daquela antiga sinagoga é interessante.” E Berta Kotler Douek comentou É sempre bom relembrar nossas histórias”. E também parabenizou-me pelo trabalho... Em SOS Patrimonio, Rita Sampaio questionou para onde foi a Sinagoga da Abolição e se o prédio ainda existe. Esclareci que a Sinagoga da Rua Abolição foi demolida em 2005, e uma nova foi construida e inaugurada em 2012 nos Jardins. Luciano Ferreira anotou:”Perfeito! Não sou judeu mas adoro vitrais: esses da rua Cravinhos podem ser visitados?” Alguém saberia dizer se uma visita à Sinagoga Templo Israelita Brasileira Ohel Yaacov” à Rua Cravinhos é possível? Podemos agendar?

Comente, divulgue, compartilhe detalhes sobre a Sinagoga da Rua Abolição...Você ou sua família frequenta ou frequentou esta sinagoga? Possui fotos, documentos, memórias, histórias para contar? Deixe seu comentários aqui ou envie-me um e-mail para myrirs@hotmail.com

Gostou deste Blog e do site https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/ ?
Então acesse https://apoia.se/sinagogasemsaopaulo e apoie esta pesquisa!!!

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Apoie!!! Torne possível a continuidade deste projeto!!!!

Conheçam o Apoia.se e apoiem a pesquisa As Sinagogas em São Paulo
Como vocês vêm acompanhando, realizo, há um tempo, esta pesquisa sobre As Sinagogas em São Paulo. Este projeto visa o resgate, preservação, perpetuação da memória e das raízes da comunidade judaica de São Paulo, através do estudo das sinagogas desta cidade, como legado histórico, artístico e cultural da coletividade judaica. Conhecer a origens e histórias das sinagogas em São Paulo, sua arte, arquitetura, fatos de época, documentação e fotografias disponíveis e a comunidade judaica em cada bairro da cidade.  

Para manter e dar continuidade a este trabalho, busco o seu apoio. Conheça o site onde poderá apoiar esta pesquisa, uma proposta de financiamento continuo para produtores de conteúdo! Acesse https://apoia.se/sinagogasemsaopaulo 

O valor recebido tem a finalidade de custear a produção do site   https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/  , do blog   https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com.br/ , e do canal do Youtube https://www.youtube.com/watch?v=i9tTWRP80Go , locais onde divulgo as informações. 

Pretende-se, também publicar um livro sobre o tema e realizar exposições, encontros e rodas de conversas.

Esta projeto é colaborativo, conta com a participação dos leitores e novas informações são adicionadas constantemente no site e no blog…

Apoie!!! Torne possível a continuidade deste projeto!!!!


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Sinagoga da Abolição e a reconstrução no mesmo endereço...

 Sinagoga Abolição-Perspectiva de projeto-Sr. Nelson Benbassat
e detalhes dos vitrais
(publicação Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov)

A necessidade de ampliação do espaço da sinagoga levou à reconstrução desta no mesmo endereço. Como já descrito, sr. Nelson Benbassat foi o arquiteto que projetou e construiu o segundo edifício da Sinagoga da Rua Abolição, após vencer um concurso de projetos em 1958. Em 1959, ocorreu o lançamento da “pedra fundamental” da reconstrução da sinagoga. O nome desta sinagoga foi sendo alterado ao longo dos anos. Inicialmente denominado Templo da Comunidade Israelita Sefaradi de São Paulo, mudou o nome para Templo Israelita do Rito Português em 1946. Em 1959, sob o nome de Sha’ar Hashamaim, teve o nome alterado para Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov em 1964, nome que permanece até os nosso dias. Esta segunda construção, ampliada com a ajuda de novos imigrantes, como a família Safra, passou a ser frequentada, em sua maioria por judeus procedentes do Egito...

Sra. Esther Ascher Reichhardt contou, quando pudemos conversar, que ainda na primeira sinagoga, a sra. Aida Albahary tocava órgão nos casamentos e entre os fundadores desta sinagoga podemos citar a família Algranti. Comentou que esta nova edificação passou a ocupar, também, o quintal antes existente, a fachada situava-se no limite da calçada e grandes vitrais coloridos, criados por Conrado, iluminavam o interior da sinagoga. Os bancos desta segunda sinagoga ficavam posicionados como em outras sinagogas sefaradim, voltados para o corredor central, e eram demarcados com nomes dos seus frequentadores. Por um ou dois anos(1950/1960) durante a reconstrução do edifício, ocuparam a Sinagoga da Beth-El. Sra. Esther enfatizou que a Sinagoga da Abolição agregou e acolheu imigrantes da comunidade judaica das mais diversas origens, além dos provenientes da Turquia: iugoslavos, búlgaros, alemães e italianos, como sr. Enzo Ventura. Sr. Enzo havia estudado para ser Rabino, e, como Chazan, formou um coro que cantava na sinagoga.

Como escreveu Rachel Mizrahi, em artigo publicado na Revista Morashá e já citado em outro post deste blog (tema do artigo é parte do trabalho acadêmico de Rachel Mizrahi, para o Depto de História da USP, apoiado pelo CNPq), além dos marroquinos de Belém e Manaus, como o sr. Isaac Athias, procedentes de Marrocos, Alemanha, Itália, Bulgaria, Grécia, Portugal, Espanha, sefaradim ou ashkenazim, foram recebidos na Sinagoga da Abolição. Nos anos 1950, imigrantes de Alepo, Damasco, Beirute, Cairo e Alexandria também foram recebidos por esta sinagoga, e lá permaneceram até o momento em que ergueram as suas próprias sinagogas...

No Facebook, por Messeger, Joe Diesendruck escreveu “Uma história: Em 1956 chegou a primeira leva de sefaradim do Egito e, evidentemente, não falavam a língua do novo país. Rodolfo Reichardt e Arnold Z'L, meu pai, voluntariaram-se, e deram aulas de português aos imigrantes recém chegados. Outra história: Houve uma reforma que modernizou a sinagoga ainda na Rua da Aboliçao e vitrais maravilhosos, de quase 11 metros de altura cada um, foram instalados. Esses mesmos vitrais foram cuidadosamente aproveitados na atual Ohel Yaacov, na Rua Cravinhos, são um espetáculo - merecem ser visitados! A Ohel Yaacov tem quase 30 Sifrei Torah. Poucas sinagogas no mundo tem tantos. Uns mais bonitos do que outros, todos no estilo sefaradí, com a caixa cilíndrica! O Gabay de décadas era o Sr. Elias Mizrahi, homem bom e inesquecível!” Louiza Paskin Szenkier ficou feliz com a publicação em que havia citado sr. Nelson Benbassat: “Que orgulho do meu tio. Leu, Paula Benbassat?” Sami Paskin elogiou o trabalho.

Na página “THORA JUDAISMO E SIONISMO” também do Facebook, Marta Maite Sevillano contou: “Meus pais se casaram nessa sinagoga, tenho as fotos mas não frequentei a sinagoga. Infelizmente meus pais já são falecidos bem como meus tios. Meus pais tinham grande carinho pelo rabino Diesendruk tanto que até hoje quando vou ao cemitério rezo no túmulo dele. Vou procurar os álbuns e te contato. Minha mãe adoraria que a história fosse preservada. Aliás tenho fotos dos meus bisavós em campo de concentração tb estou pensando em compartilhar, afinal apesar de tudo nós - eles venceram - continuamos aqui judeus e contribuindo para um mundo melhor... conversei com meu irmão e ele também concordou, se vocês acharem interessante, disponibilizar fotos do casamento dos meus pais, que foi em 1964”. Já Luiz Camera Rodrigues comentou: “Era também conhecida como: Sinagoga dos Portugueses. Onde meu avô, provavelmente, congregava, na década de 1920”

Em “Guisheft Anuncios Compra e Venda” Evani Fridlin Levy “marcou” Natan Levy e Lior Malki Kritsberg escreveu: “Trabalhei 12 anos na sinagoga da Abolição, de 1993 à 2005, fui o último porteiro de lá, até se mudarem para os Jardins...”

Você pode estar se perguntando... e sobre a mudança para os Jardins, e o lindo livro “Era uma vez no Egito - Lembranças da Família Douek”, presente do sr. Abramo Duek e sra. Bertha Kotler Duek???  Acompanhe no próximo post!!!!