Família Golovaty na casa em Rio Claro |
Recebi um e-mail, de sra. Ana Rosenthal e sr. Lúcio Rosenthal, com
o relato abaixo.
Olá,
Myriam.
Lí seu
artigo “Resgate de memórias das comunidades judaicas” e gostaria de
complementar a História narrada pela minha prima Blima.
Meu
nome é Lúcio Rosenthal. Nasci em Limeira em 1963. Sou bisneto do Casal Benjamin
e Berta Golovaty de Rio Claro. Eles eram avós da minha mãe Dora (filha da Fany,
irmã do Sr. Abraão – pai da Blima).
Anexo
estou enviando uma foto de toda a família reunida na casa de Rio Claro. Era a
comemoração do casamento da filha Dora (irmã da Fany), que depois passou a
assinar Dora Kbrith. No alto da escada estão Benjamin e Berta Golovaty;
descendo, os outros familiares. Minha avó Fany, está ao lado do noivo.
Inauguração da Sinagoga de Limeira - 1958 |
Conforme
ela contou as rezas eram realizadas na casa da família, pois era única Torah da
região. Com o passar do tempo a comunidade judaica do interior foi crescendo na
região de Limeira, onde meu pai, Bernardo, se tornou uma próspero comerciante.
Foi quando o Sr. Benjamin decidiu doar seu bem mais precioso, para um grupo de
“rapazes” construíssem uma Sinagoga em Limeira. Com muito esforço e recursos
próprios as famílias Rosenthal, Munimiz, Tatar, e outras que infelizmente não
me recordo, fundaram a Associação Israelita de Limeira, em 1958.
A
Sinagoga tinha sede na Rua Capitão Bernardes, 611 onde eram realizadas as
principais festas do Calendário Judaico.
Inauguração da Sinagoga de Limeira - 1958 |
Além
das famílias de Limeira, a sinagoga também acolhia os patrícios de Mogi Mirim,
Pirassununga e Piracicaba. Não era apenas um local para as rezas; era um ponto
de encontro da comunidade do interior, onde todos se reencontravam ano após ano.
O local era simples, mas sob seu teto, um lustre em forma de estrela de Davi e
luzinhas coloridas, acolhia a todos.
Para
mim, a festa mais aguardada era o Yom Kipur. Após a longa reza, e já com a
sinagoga lotada, tocava-se o Shofar. Todos se abraçavam e comemoravam.
Uma
longa festa se iniciava. As mulheres traziam vários bolos e doces e todos
realizavam muitos lechaim. Um grande jantar se iniciava, e fechava com chave de
ouro um momento inesquecível para aquelas famílias que tanto de esforçavam para
manter suas tradições.
Infelizmente não tenho outras fotos era uma época que não se tirava muitas fotos. Lembro que já vi uma foto da fachada num livro da coletividade. Como se alguém passasse na porta e tirasse a foto com as portas fechadas. Devia ser um anuário sobre as sinagogas do Brasil. Talvez tenha no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo.
Dentro
a Sinagoga tinha forro e piso em madeira. As paredes eram decoradas com quadros
relativos a Israel: Plantio de Árvores do KKL, uma foto de Theodor Herzl, e
alguns com textos em hebraico. Tinha três grandes bancos para rezas, cada uma
com 12 cadeiras. Duas eram reservadas para os homens e outra para as mulheres.
Ao fundo tinha a Arca da Torá, uma mesa mais alta com um candelabro
reservado ao Hazan, e no centro a Bimá para ler Torá. Atrás
do salão, uma copa e dois banheiros.
Recorte de jornal enviado por sr. Lúcio Rosenthal |
Infelizmente
não tenho outras fotos era uma época que não se tirava muitas fotos. Lembro que
já vi uma foto da fachada num livro da coletividade. Como se alguém passasse na
porta e tirasse a foto com as portas fechadas. Devia ser um anuário sobre as
sinagogas do Brasil. Talvez tenha no Centro de Memória do Museu Judaico de São
Paulo.
Dentro
a Sinagoga tinha forro e piso em madeira. As paredes eram decoradas com quadros
relativos a Israel: Plantio de Árvores do KKL, uma foto de Theodor Herzl, e
alguns com textos em hebraico. Tinha três grandes bancos para rezas, cada uma
com 12 cadeiras. Duas eram reservadas para os homens e outra para as mulheres.
Ao fundo tinha a Arca da Torá, uma mesa mais alta com um candelabro
reservado ao Hazan, e no centro a Bimá para ler Torá. Atrás
do salão, uma copa e dois banheiros.
Infelizmente
a Sinagoga não existe mais. A Torá foi novamente doada, e está na Sinagoga do
Lar, na Vila Mariana. Pretendo ir lá para revê-la e matar as saudades.
Anexo
as fotos da inauguração da Sinagoga, em outubro de 1958.
Ajude-me
divulgando essas imagens, para que seus descendentes possam ver essa grande
obra de seus pais.
Meu
pai, Bernardo Rosenthal foi comerciante, fundador da Rádio Educadora de Limeira
e muito conhecido na Cidade. Era dono da loja Cidade dos Móveis. Ele nasceu na
Romênia – Bessarábia, na cidade de Riscani e chegou ao Brasil em meados de
1930. Seu primo Marcos que já morava em Rio Claro, enviou uma Carta Convite
para ele entrar no Brasil. Essa carta é um documento oficial onde um parente se
responsabilizaria pelo imigrante oferecendo abrigo e o sustento necessário.
Está disponível nas embaixadas brasileiras até hoje.
Em Limeira ele foi homenageado, com a inauguração de uma
retransmissora de TV, que leva seu nome. Anexo enviei um recorte da época. E
sua irmã Hia Rosenthal Spilberg também foi homenageada com seu nome numa das
Ruas da cidade (está no google maps).
Fico feliz em enviar essas
histórias..."
Qual a sua
história, relacionada às comunidades judaicas da capital e do interior
paulista? Vamos compartilhar? Escreva para myrirs@hotmail.com
Muito interessante!
ResponderExcluirBenjamin e Berta são meus bisavós, meu pai Jacó Davi Golovaty se lembra desta escada que ficava no fundo da loja de seu avô.
Marcos Golovaty
Sr. Marcos, muito obrigada pelo comentário!!! Teria histórias para contar? Fotos, documentos, memórias?
ExcluirGabriel Kibrit e Dora Golovaty são meus avós, pais do meu pai. E por isso, eu e o Lúcio (acabei de descobrir) somos primos.
ResponderExcluirOla Carlos! Se puder, conte mais sobre isto!!! Teria fotos??? Meu e-mail: myrirs@hotmail.com
ExcluirMinha Avó Dora Golovaty e a Avó do Lucio são irmãs. Eu também sou bisneto de Benjamim e Berta Golovaty. A família fez há alguns anos um vídeo com fotos e histórias dos descendentes de Benjamim e Berta do nosso lado. Ainda está em VHS.
ExcluirQue ótimo! Caso queira compartilhar mais detalhes, agradeço! Irão converter este vídeo para CD, ou disponibiliza-lo em algum outro arquivo? Seria muito interessante poder ver! Meu e-mail é myrirs@hotmail.com
ExcluirMinha avó é a Blima 💖
ResponderExcluirOlá gostaria de saber como faço pra conhecer a sinagoga ? Pois tenho uma imensa vontade .
ResponderExcluirImpressionante! São os criadores da loja Golovaty de Rio Claro? Excelente texto... não imaginava que fosse tudo isso.
ResponderExcluirSim essa loja era dos meus bisavós.
ExcluirQue história bonita,inclusive moro na Rua Hia Rosenthal Spilberg,no graminha. Sempre fui curioso em saber que foi a Hia Rosenthal Spilberg,hoje descobri. Parabéns pela postagem.
ResponderExcluirEstou a fazer uma pesquisa sobre uma familia em Rio Claro e presico de ajuda pois moro em Israel
ResponderExcluirAs chaves da Sinagoga estava com o Moise Tarasautechi e seu irmão, os últimos a residirem em Limeira-SP. Na sinagoga já não mais havia reuniões e era utilizada para rezas apenas entre os irmãos... Sem a possibilidade de formar um minyan (quórum de dez judeus adultos necessários para certas obrigações religiosas) o sefer torah não era aberto, e conforme informações coletadas, o prédio foi alugado para um pastor que então veio a abrir uma igreja evangélica, logo depois ela fechou e os pertencem que haviam lá, entre eles o sefer torah foram levados pelo mesmo...
ResponderExcluirEstamos à procura de maiores informações!
Estamos procurando os Yehudim que permaneceram na região pois a grande maioria foram pra São Paulo, Santos e Israel.