É
muito bom perceber que muitas pessoas, da comunidade judaica ou não, acompanham
as publicações que faço no Blog e divulgo também no Facebook e Instagram.
Comentários, como o de Elizabeth Fernandes Costa, quando diz “que ótimo
sabermos sobre as comunidades judaicas do interior!!” e de Priscila Grinblat,
quando escreve “Estou adorando suas publicações” motivam a continuidade deste
levantamento sobre as comunidades judaicas e sinagogas de São Paulo, tanto da capital,
como do interior paulista. Amalia Knoploch também
comentou: “Esta história de judeus em Botucatu merece um livro
para conhecermos mais um pouco de história do nosso povo”. Quem sabe consigamos
publicá-lo!?! Felipe Moreno (sobrenome fictício, ou seja, é pseudônimo
artístico que adotou quando era roteirista de televisão, o sobrenome verdadeiro
é Chusyd), por sua vez, relembrou: “Minha prima havia me dito que ela chegou à cidade de Botucatu quando
se casou. Pelas contas que fiz, foi no final dos anos 1940, e lá ela ficou por
uns 15 anos mais ou menos. O sobrenome de casada é Vinik ou Vinic. Fiquei
sabendo que ela faleceu. Mas talvez a minha prima, a filha dela, que é sua
Xará, possa contar um pouco mais sobre o período dos pais lá em Botucatu”. Já
conversamos, divulguei fotos e detalhes nas postagens
anteriores.
Ainda em relação a
Botucatu podemos ler um texto publicado originalmente no “Correio de Botucatu”
em 02/07/1970, e que nos conta a história do Rabino Samuel Levy. Com o título, “O
Rabino Samuel Levy”, lemos que, nos anos de 1870, durante a guerra franco-alemã,
a França “perdeu” as províncias da Alsácia e Lorena, incorporadas ao território
alemão. Samuel Levy, um judeu alsaciano, naquela época, resolveu imigrar para o
Brasil, passando a trabalhar como ourives e dentista protético, e, posteriormente,
como rabino. Desta forma, pôde “dar assistência religiosa à pequena comunidade
judaica dispersa pelo interior”. Estabelecendo-se inicialmente em Sorocaba, conheceu
Maria Magdalena Grohmann, filha de alemães e católica, com quem acabou se
casando. O casamento foi realizado no Consulado Alemão, mediante um registro
especial (não havia Registro Civil). O casal seguiu para várias cidades,
fixando-se, porém em Botucatu, onde os filhos cresceram. O artigo cita os nomes
dos filhos e os casamentos: “Samuel Junior (Nhonhô), casado com Amélia
Grohmann; Elisa, casada com Paulo Fernandes; Alberto, casado com Cilóca Braz da
Cunha; Julieta (Zizinha), casada com Henrique Pavão; Amélia, casada com Nicolau
Kuntz; Iracema (Mira), casada com João Silva; e Jayme Catão, que sempre residiu
em Sorocaba. Todos são falecidos”. O autor do texto conta que conheceu Samuel
Levy no fim da vida: “Residia com seu genro Nicolau Kuntz, comerciante, que foi
Prefeito Municipal de Botucatu. Naqueles bons tempos, não havia esses
preconceitos e essa discriminação racial, que tanto castigam os judeus. Nicolau
Kuntz era filho de alemães. Dona Magdalena, era registrada como alemã. E o
velho rabino, amigo do Monsenhor Ferrari, vigário da Paróquia, era muito estimado
pela população, de todos os credos. Samuel Levy faleceu em 1915. Está sepultado
em Botucatu”. Antes de falecer o autor informa que sr. Samuel Levy, que morreu
pobre, recomendou aos filhos: “Sigam a religião da mulher, que era católica;
quero ser enterrado com os objetos do culto israelita; e queimem os livros
sagrados...Nhonhô Levy deixou os seguintes filhos: Prof. Mário; Professoras
Odete, Julieta e Lygia; João, Romeu, Oswaldo e Vinício. João Levy, ferroviário
e Romeu (o Bizuca), decano dos gráficos botucatuenses, residem em nossa cidade”.
Cita Dona Mira (Iracema Levy Silva), funcionária da Escola Normal, que casou-se
com João Silva, funcionário dos Correios e funcionário da Prefeitura Municipal...João
Silva faleceu em 1913, exercendo o cargo de professor de Trabalhos Manuais da
Escola Normal de Botucatu. Sua Esposa, dona Mira, criou os filhos João, Iracema,
Dinorah, Mariae Diva, já falecida...Um neto do velho rabino, o Sr. Alberto Levy
Junior, o “Iôca”, reside em Botucatu, onde é ferroviário.
Leiam “O Rabino Samuel Levy”,
em “O Tempo de Dantes”, cujo trabalho divulga 100 artigos publicados no Jornal “Correio
de Botucatu” pelo Dr. Sebastião Almeida Pinto, médico pela Faculdade Fluminense
de Medicina http://www.historiadebotucatu.com.br/livros/tempoDante/trabalhos/11.htm
A foto que aqui
compartilho foi encaminhada por Zyndal Zumerkorn, que nasceu em Botucatu e ali
residiu com a família. Leiam sobre a família Zumerkorn em artigos anteriores...
Você possui algum artigo
que cita a comunidade judaica das cidades paulistas? Algum texto? Fotos, memórias,
documentos? Vamos compartilhar? Escreva para myrirs@hotmail.com
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