sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O Rabino Samuel Levy em Botucatu e outros detalhes

É muito bom perceber que muitas pessoas, da comunidade judaica ou não, acompanham as publicações que faço no Blog e divulgo também no Facebook e Instagram. Comentários, como o de Elizabeth Fernandes Costa, quando diz “que ótimo sabermos sobre as comunidades judaicas do interior!!” e de Priscila Grinblat, quando escreve “Estou adorando suas publicações” motivam a continuidade deste levantamento sobre as comunidades judaicas e sinagogas de São Paulo, tanto da capital, como do interior paulista. Amalia Knoploch também comentou: “Esta história de judeus em Botucatu merece um livro para conhecermos mais um pouco de história do nosso povo”. Quem sabe consigamos publicá-lo!?! Felipe Moreno (sobrenome fictício, ou seja, é pseudônimo artístico que adotou quando era roteirista de televisão, o sobrenome verdadeiro é Chusyd), por sua vez, relembrou: “Minha prima havia me dito que ela chegou à cidade de Botucatu quando se casou. Pelas contas que fiz, foi no final dos anos 1940, e lá ela ficou por uns 15 anos mais ou menos. O sobrenome de casada é Vinik ou Vinic. Fiquei sabendo que ela faleceu. Mas talvez a minha prima, a filha dela, que é sua Xará, possa contar um pouco mais sobre o período dos pais lá em Botucatu”. Já conversamos, divulguei fotos e detalhes nas postagens anteriores.

Ainda em relação a Botucatu podemos ler um texto publicado originalmente no “Correio de Botucatu” em 02/07/1970, e que nos conta a história do Rabino Samuel Levy. Com o título, “O   Rabino Samuel Levy”, lemos que, nos anos de 1870, durante a guerra franco-alemã, a França “perdeu” as províncias da Alsácia e Lorena, incorporadas ao território alemão. Samuel Levy, um judeu alsaciano, naquela época, resolveu imigrar para o Brasil, passando a trabalhar como ourives e dentista protético, e, posteriormente, como rabino. Desta forma, pôde “dar assistência religiosa à pequena comunidade judaica dispersa pelo interior”. Estabelecendo-se inicialmente em Sorocaba, conheceu Maria Magdalena Grohmann, filha de alemães e católica, com quem acabou se casando. O casamento foi realizado no Consulado Alemão, mediante um registro especial (não havia Registro Civil). O casal seguiu para várias cidades, fixando-se, porém em Botucatu, onde os filhos cresceram. O artigo cita os nomes dos filhos e os casamentos: “Samuel Junior (Nhonhô), casado com Amélia Grohmann; Elisa, casada com Paulo Fernandes; Alberto, casado com Cilóca Braz da Cunha; Julieta (Zizinha), casada com Henrique Pavão; Amélia, casada com Nicolau Kuntz; Iracema (Mira), casada com João Silva; e Jayme Catão, que sempre residiu em Sorocaba. Todos são falecidos”. O autor do texto conta que conheceu Samuel Levy no fim da vida: “Residia com seu genro Nicolau Kuntz, comerciante, que foi Prefeito Municipal de Botucatu. Naqueles bons tempos, não havia esses preconceitos e essa discriminação racial, que tanto castigam os judeus. Nicolau Kuntz era filho de alemães. Dona Magdalena, era registrada como alemã. E o velho rabino, amigo do Monsenhor Ferrari, vigário da Paróquia, era muito estimado pela população, de todos os credos. Samuel Levy faleceu em 1915. Está sepultado em Botucatu”. Antes de falecer o autor informa que sr. Samuel Levy, que morreu pobre, recomendou aos filhos: “Sigam a religião da mulher, que era católica; quero ser enterrado com os objetos do culto israelita; e queimem os livros sagrados...Nhonhô Levy deixou os seguintes filhos: Prof. Mário; Professoras Odete, Julieta e Lygia; João, Romeu, Oswaldo e Vinício. João Levy, ferroviário e Romeu (o Bizuca), decano dos gráficos botucatuenses, residem em nossa cidade”. Cita Dona Mira (Iracema Levy Silva), funcionária da Escola Normal, que casou-se com João Silva, funcionário dos Correios e funcionário da Prefeitura Municipal...João Silva faleceu em 1913, exercendo o cargo de professor de Trabalhos Manuais da Escola Normal de Botucatu. Sua Esposa, dona Mira, criou os filhos João, Iracema, Dinorah, Mariae Diva, já falecida...Um neto do velho rabino, o Sr. Alberto Levy Junior, o “Iôca”, reside em Botucatu, onde é ferroviário.

Leiam “O Rabino Samuel Levy”, em “O Tempo de Dantes”, cujo trabalho divulga 100 artigos publicados no Jornal “Correio de Botucatu” pelo Dr. Sebastião Almeida Pinto, médico pela Faculdade Fluminense de Medicina http://www.historiadebotucatu.com.br/livros/tempoDante/trabalhos/11.htm

A foto que aqui compartilho foi encaminhada por Zyndal Zumerkorn, que nasceu em Botucatu e ali residiu com a família. Leiam sobre a família Zumerkorn em artigos anteriores...

Você possui algum artigo que cita a comunidade judaica das cidades paulistas? Algum texto? Fotos, memórias, documentos? Vamos compartilhar? Escreva para myrirs@hotmail.com


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