segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A comunidade judaica de Botucatu

O Museu da Imigração do Estado de São Paulo preserva a história
das pessoas que chegavam ao Brasil na antiga Hospedaria do Imigrantes

Durante o mês de julho alguns comentários foram publicados no Facebook, relacionados às famílias da comunidade judaica que moraram em Botucatu. Na página do “Guisheft Vendas e Anúncios”, Perola Wajnsztejn e Anette Wajnsztejn contaram que sua família, Wajnsztejn, morou em Botucatu, além dos Grimblat, Wasserman, Zumerkorn, Akerman, Groberman e Waxman. Perola também comentou sobre uma crônica sobre os judeus em Botucatu, escrita por um historiador de lá. E marcou Cecilia Mesniki Zveibil em seus comentários. 

Zyndal Farber Zumerkorn e Anny Zumerkorn Papalexiou  escreveram que o pai, Jacques Zumerkorn e a mãe, Mina Farber, foram morar em Botucatu, eram donos da famosa “Casa Jacques”, e, elas e os irmãos, David Zumerkorn, Deborah Zumerkorn Hassan e Esther Pipek, nasceram na cidade. Estudaram no colégio La Salle e como não havia sinagoga na cidade, os pais reuniam as outras famílias para passarem o Pessach e Rosh Hashana na casa da família. E enfatizaram: “Era muito bom mesmo, até depois que fomos pra São Paulo, e começamos a frequentar outras comunidades judaicas...”

Gil Segre, pelo Messenger, também contou: “Vim com minha família a São Paulo, de Botucatu. Todos os anos, todos os judeus da cidade, na época em que lá moramos, vinham para Pessach na nossa casa. Eu cheguei em São Paulo com apenas seis anos de idade. As melhores pessoas para te contar nossa história são minha mãe (Ariella Segre) e minha irmã mais velha”.

Conversei com a sra. Ariella Segre, que relatou que a família morou em Botucatu por 10 anos, no período de 1970/1980. Naquela ocasião o marido deu aulas na Faculdade de Medicina, inaugurada naquele período, e os quatro filhos estudaram em escola pública e de padres. Sra. Ariella, na época em que moraram em Botucatu, deu aula de hebraico e judaísmo, e citou a família Zumerkorn, onde se reuniam para celebrar Pessach, família esta que possuía uma loja na cidade. Botucatu, cuja palavra signfica “bons ares” como sra. Ariella contou, não possuía sinagoga...Miriam Segre Rosenfeld, filha da sra. Ariela, contou por e-mail: “Agora, aprendi mais história dos judeus de Botucatu do que em toda a minha vida! A questão da sinagoga, na realidade, a casa da Família Zummerkorn, sempre foi um ponto de referência judaica para nós. Seu Jaques sempre convidava os judeus que apareciam na cidade para celebrar as festas judaicas. Minha mãe, em algum momento deu aulas de judaísmo para as crianças de ambas as famílias. Nos anos oitenta, os Lubavitch faziam viagens ao interior e eram recebidos pelo Sr. Jaques. Levavam uma sinagoga portátil no carro. Nessa época, a família Segre já tinha voltado para São Paulo. Meu pai, Prof. Dr. Marco Segre, começou a lecionar no Departamento de Medicina Legal e Trabalho da Universidade em 1970, após sair da USP. Foragido da Itália, de onde veio com seus pais em 1940, aos seis anos de idade, Dr. Marco era médico formado pela USP...” 

Também conversei com sra. Clara Wajnsztejn e com seu filho Alberto, por indicação de Perola e Anette Wajnsztejn e de Julia Damiano. No dia 21 de julho de 2020 sra. Clara relatou que nasceu em Olimpia, próxima a Barretos, cidade “muito quente”, para onde os pais se mudaram após se casarem. O pai de sra. Clara, Sr. Ramiro Grimblat (ou Grynblat), saiu da Rússia aos 21 anos, e a mãe chegou ao Brasil aos 20 anos, proveniente de Yedenitz, na Bessarábia. Quando sra. Clara tinha quatro anos, a família mudou-se para Botucatu, após o pai adoecer, cidade em que cresceu e estudou. Casou-se em São Paulo, pois “tinham família na capital” e porque não havia sinagoga em Botucatu. O marido, Jankiel, chegou a São Paulo, proveniente da Polônia, aos seis anos de idade. Retornaram a Botucatu, onde os quatro filhos nasceram, e cursaram escola pública. As Grandes Festas eram comemoradas também na capital. Como contou, a comunidade judaica da cidade era pequena. Lembra-se da família Waksman, sr. Rubens e a irmã, da família do sr. Jacques Zumerkorn, da família Krystal. Alberto Wajnsztejn contou que nasceu em 1951 em Botucatu, veio morar em São Paulo em 1969, retornando à Botucatu em 1971, onde cursou medicina até 1976. O curso de medicina foi criado em Botucatu, como comentou Alberto, em 1963. Morou com o avô até 1970, quando o avô saiu da cidade. Havia, em Botucatu, umas cinco famílias nesta época, e na casa do sr. Bentzion Waksman eram comemoradas as festas, onde todos se reuniam.

Recebi um e-mail de Anette, em 18 de agosto de 2020, com uma foto da família Wajsztejn, a qual compartilho aqui, juntamente com os dados: “Clara casada com Jankiel Wajnsztejn e seus 4 filhos: Precila, Alberto, Rubens e Perola; Ramiro e Berta pais da Clara e do Carlito. Tem mais 2 filhos, Germano e Miriam; Tio Felipe e irmão da avó Berta. Em pé da esquerda para a direita: Alberto Wajnsztejn, Cziel ( Carlito) Grimblat, Felipe Groberman, Clara Grimblat Wajnsztejn, Jankiel Wajnsztejn, Precila Lana Wajnsztejn. Na frente: Rubens Wajnsztejn, Ramiro Grimblat, Berta Grimblat, Pérola Wajnsztejn” 

Em Jewish Brasil Lilian Elman escreveu: “família Goldenberg em Botucatu”. Alberto comentou que o sr. Goldenberg é professor da faculdade...

Podemos buscar também informações na internet... No site da Wikipédia, por exemplo, encontramos detalhes sobre Noel Nutels (1913 - 1973), “um médico e indigenista judeu brasileiro, nascido na atual Ucrânia. Ainda menino, veio para o Brasil com os pais para morar em Recife, no estado de Pernambuco. Em 1938, formou-se pela Faculdade de Medicina do Recife e, no mesmo ano, naturalizou-se brasileiro. Em 1941, mudou-se para Botucatu, São Paulo, para trabalhar no Instituto Experimental de Agricultura. Foi o médico da primeira expedição Roncador-Xingu, em 1943.”

Você faz parte das famílias da comunidade judaica de Botucatu? Morou nesta cidade, ou em outra cidade do interior paulista??? escreva para mim... myrirs@hotmail.com 


3 comentários:

  1. Olá,
    Curiosamente, essas famílias de Botucatu não mencionam Samuel Marek Reibscheid, médico, que mudou-se ainda jovem e estabeleceu-se na cidade. Vinculou-se, à então recém-criada Faculdade de Medicina da UNESP. Teve uma vida acadêmica brilhante. Está vivo. Acabou de completar 80 anos.Mora em Botucatu.

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  2. Que ótimo saber, vamos divulgar. Como contatar o dr. Samuel Marek Reibscheid?

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  3. Germano Grimblat mora em São Paulo com a família , mas tem muita história de infância em Botucatu . germano_grimblat@hotmail.com , sou a filha dele se quiser se comunicar com ele deixo aqui seu email . Vale a pena . Obrigado 🙏

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