sexta-feira, 25 de setembro de 2020

São Carlos, Franca, e suas comunidades judaicas...

A busca por mais informações tanto da comunidade judaica de São Carlos, como de outras cidades do interior paulista permanecem, assim como a busca por fotos e documentos, textos, publicações e realização de entrevistas.  Relacionada à postagem anterior, sobre a comunidade judaica de São Carlos, Salomon Mizarahi comentou em e-mail que, naquela foto de capa da Revista da FISESP, quem carrega a Torá, é ele. E completou: “Ela foi doada pela sinagoga Beit Yaacov! O chazan da sinagoga de São Carlos é o Júlio Zukerman Schpector. Famílias que conheci, e que eram donas de lojas: 1. Estevam Muszkat, Loja de Móveis Progresso - a loja fechou. 2. Salomão Schevs, Casa Leon (ou leão), de tecidos - fechou depois que faleceu, há uma rua no nome dele no bairro Jardim Cruzeiro do Sul. 3. José Aizemberg, com o filho Daniel, e fábrica de jalecos e Lojas Radeni - terminou suas atividades. A foto que aqui compartilho também foi encaminhada por Salomon Mizrahi

Sérgio Greif escreveu, na postagem do Facebook, que morou em Franca entre 2002 e 2005. Quando se mudou para a cidade, as famílias judias já haviam saído, mas conheceu uma família ortodoxa em Franca. E contou: “A esposa era originalmente judia de NY e o marido não era, mas ele se converteu e se tornou um judeu religioso. Quando eu morei lá, este judeu convertido organizou uma sala para orações em sua fábrica. Hoje eles residem nos EUA. Não há mais uma ala judaica no cemitério. Creio que havia túmulos, mas não os vi, e talvez tivessem sido transferidos pela Chevra Kadisha. Acho que jamais houve uma sinagoga, mas talvez eles se reunissem em algum lugar...Há uma tese defendida na Unesp a respeito, e se não me engano um livro publicado. Eu residi lá, e conheci o rapaz que escreveu a tese, que com certeza contém mais informações...”.  A tese a que se refere Sergio é de Júlio Cesar Mestriner de Freitas com o título “A Comunidade Judaica de Franca” (Ano 1998, 130 páginas, Editora: Monografia – Unesp, Franca). Lemos em uma sinopse sobre a mesma que o autor apresenta um levantamento das muitas famílias judias que residiram em Franca e compilou dados genealógicos de cada uma delas e procurou definir a participação de seus membros na vida social e econômica da cidade. O interessante do que foi apurado é que, com alguma exceção, não tiveram essas famílias uma participação efetiva na vida social. E, em sua maioria, dedicou-se ao comércio de armarinhos, roupas, calçados, chapéus e fazendas...”. O sumário da tese, nesta sinopse, apresenta o índice de fotos, mapas, cita o cemitério judaico de Franca,  e também nomes de famílias da comunidade judaica da cidade como Ackermann, Aizemberg, Bergstein, Bodossky, Brickmann, Brunstein, Chvindelmann, Davidson, Dorfman, Eliezer, Ecksmann, Fischer, Gedanker, Kauffmann, Kupper, Kelmann, Kramer, Kundman, Kuppermann, Levymann. Não encontrei, ainda, tal tese para lê-la e averiguar o seu conteúdo, e posição desta em relação à comunidade judaica da cidade.

Quem tiver interesse em ler a sinopse deste trabalho na integra acesse: http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=F&idCity=22&idCategory=18&idBook=325&fbclid=IwAR2HbFrOqyag3rkfU28SoU9NWQ1a-EQc1i3VfkfWR8KFUEyqSnzmBwPUoGY

Conversei com Leo Palansc em junho de 2020. Morando atualmente em Ranana, Leo contou que morou em Franca de 1990 até 2011. O pai de Leo nasceu em Botucatú e a mãe, em Ponta Grossa. Leo também citou a tese sobre a comunidade judaica da cidade. Comentou que a história judaica em Franca começou nos anos 1920/1930, com a atividade dos mascates que seguiam de trem para a região, no comércio de tecidos. Não havia sinagoga, sendo assim, reuniam-se numa casa no centro da cidade, em Ribeirão Preto (década de 1950). No entanto, no cemitério da cidade, havia uma área separada para as sepulturas judaicas. Citou o sr. Abraão Brickman, tio de Carlos e a família Tabacow.

O Boletim do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, Ano VII, de Janeiro/Abril de 2005 publicou a entrevista com sr. Abraão Brickmann, realizada pelas senhoras Eva A. Blay e Célia Rubisntein Eisembaum em 03/10/1981. Sr. Abraão, médico homeopata, nasceu em Franca em 1910, estudou no Grupo Escolar Francisco Martins, como outras crianças da comunidade judaica da cidade, e no Ginásio Católico Marista. A educação escolar era complementada pela educação judaica, pela vida familiar, pelo contato comunitário e pelo cumprimento dos ritos religiosos.... Segundo sr. Abraão citou na entrevista, a convivência com as pessoas de outras religiões era muito grande. “Os judeus russos eram em pequeno número e tinham prestígio...” Sr. Abraão Brickman citou, também, um Sefer Torah que estava na casa dos pais, e comentou sobre o cemitério Israelita de Franca: “(Rab. I.Raffalovich)  me disse: podem fazer o cemitério (judaico) dentro do cemitério católico desde que exista uma pequena separação, uma mureta e uma entrada...o cemitério foi transferido para São Paulo, porque surgiu um problema religioso, não havendo mais minhe (minian) no lugar e nem visitações nos grandes feriados, deviam transferir os corpos em respeito...”

Rosinha B. Perlov, há algum tempo, comentou: “Sou do interior do estado, Franca e lá aprendíamos e comemorávamos em casa de familiares.”

Sra. Habibe Simantob, em 26 de junho de 2017, havia contado: “Meu avô, sr. Srul Gutman, ao chegar da Europa ao Brasil, foi inicialmente para Franca e posteriormente para São Paulo, indo morar no Bom Retiro. Ao se casarem, meus avós foram para a Mooca. Em Franca havia aproximadamente 40 famílias judias, entre elas Tabacow e Steinberg”.

Você possui fotos, documentos, memórias, histórias ou informações sobre as comunidades judaicas e respectivas sinagogas, tanto do interior paulista como da capital? Gostaria de compartilhar? Escreva para myrirs@hotmail.com

Um comentário:

  1. Boa tarde. Sou o autor do livro sobre a comunidade judaica de Franca. Escrever sobre essa comunidade foi muito prazeirosa neste não judeu. Depois de tanto tempo, julgo que, se fosse possível, eu faria correções e acréscimos. Naquela época, não tinha fácil acesso à Internet como hoje kkkk. Assim trabalhei exclusivamente com fontes documentais do acervo municipal de Franca. Nada mais que isso. Caso precisem de informações entrem em contato comigo pelo meu e-mail. Grato.

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