quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Comunidade judaica no interior paulista

Estação de Pinhal no inicio do seculo XX
Cia. Mogiana de Estradas de Ferro
1889-1060
(autor desconhecido)
www.estacoesferroviarias.com.br/p/pinhal.htm
A busca por detalhes sobre as comunidades judaicas do interior paulista levou-me ao artigo “Poucos eram, e simpáticos, os judeus desta terra”, escrito por sr. Alberto Isaac, jornalista, e publicado no “Correio de Itapetininga” em  inicia-se questionando quais e quantos foram os judeus que se estabeleceram em Itapetininga? E revela que um pequeno número se estabeleceu na cidade entre 1930 e 1950, tendo como moradia a rua Campos Sales. Sr. Alberto relata: “Foram os bravos e simpáticos Moshe Grajkar - especialista em recepcionar as altas autoridades civis, militares e eclesiásticas em sua loja - Benjamin Perloff - competente alfaiate, Isaac Ferman, com grande loja de miudezas por atacado, José Lerner, em frente ao Cine São Pedro, com a loja de confecções e miudezas, Shatane, família transacionando com móveis de alto padrão, Marcos Steiman e família Segal, trabalhando com móveis novos e usados. Comenta no artigo que “se aculturaram com os habitantes de Itapetininga, contribuindo e colaborando com entidades filantrópicas, e contribuindo com outras causas beneficentes como os filhos do saudoso Bereck Grajkar, residindo ainda na rua Campos Sales...”  Como informa, até a década de 80, o sr. Bereck Grajkar – já falecido - filho de Moshe Grajkar, residiu na capital, vendendo artigos para inverno, na rua Anhaia. Leiam o artigo completo no link: https://correiodeitapetininga.com.br/coluna/poucos-eram-e-simpaticos-os-judeus-desta-terra/

No início de 2020, quando escrevia sobre a comunidade judaica da Alsacia-Lorena, em São Paulo, Breno Lerner, na página “Mundo Judaico”, no Facebook, indicou a sra. Malu Toledo: "A Malu é descendente de judeus alsacianos". Sra. Malu e eu pudemos conversar, tanto através do Messenger, como pessoalmente. Comentou que ficou bem feliz em escutar notícias de judeus alsacianos:  “Nasci em Pinhal, mas moro em são Paulo. Tenho um bisavô Jacob Worms, que veio da Lorraine, na metade do século XIX, em 1852. Sempre tive muita curiosidade sobre ele, e já fiz muitas pesquisas, pois temos informações orais de família. O que sei é que meu bisavô veio trazido por um tio, que comercializava pedras preciosas. Ele era de Tragny, região de Metz. Veio com um primo da família Baccarat, família que tiveram muitos contatos. A lenda diz que andava pelo interior como mascate com um escravo. Certa vez ficou doente, foi cuidado por uns indígenas, e se apaixonou pela filha do cacique. Queria se casar com ela e o cacique perguntou se ele tinha moradia. Ele voltou para Espírito Santo do Pinhal, e fez a primeira moradia urbana da cidade, onde foi uma figura de bastante proeminência.  Meu avô Jacob Worms Júnior se casou com minha avó Ursulina Tavares Worms, de antiga família brasileira. Meu avô foi prefeito de Pinhal e Grão Mestre da Maçonaria. Era primo dos judeus da casa Worms, e um tio meu, Olavo Worms, era vem amigo de Michel, um dos donos da Casa Worms. Como fiz várias pesquisas, tenho leis que foram feitas por meu avô em Espírito Santo do Pinhal. Atualmente encontrei um primo neto, filho de Leonor, uma irmã de meu avô. Ele se chama Paulo Alves de Lima, e fui eu quem passou várias pesquisas para ele. Acho esta história muito interessante, pois são raízes do povo brasileiro. A maior coincidência é que meu amigo Breno Lerner tem um avô que foi rabino em Pinhal. Sobre este detalhe, Breno Lerner escreveu que o avô materno, Maurício Rosenblit, nasceu em 1901, filho de Golda e Isaac Roizenblit. Era da cidade de Britchve, Bessarabia e veio ao Brasil solteiro, em 1922, tendo morado em Pinhal. O avô paterno era Nathan Lerner e morava em Catanduva, “onde tentou fazer uma sinagoga no pátio da casa, mas quase nunca funcionou por falta de mínima. Durou pouquíssimo tempo...”

Francisco Gioney Marques Rodrigues, há um tempo também, contou que a sra. Mina Karpovas é nascida em Limeira, sobrinha do Sr Bernardo Rosenthal, irmão da sra. Hia Rosenthal Spielberg, e casada com o sr. Aron Spielberg, da Romênia: “Construíram uma história muito bonita aqui no Brasil”. Sra. Mina Karpovas escreveu: “Meu tio se chamava Bernardo Rosenthal. Ele e minha mãe vieram da Bessarábia, e se estabeleceram em Limeira, onde eu nasci. Havia lá uma sinagoga que chamávamos de “Shill”, e que nas grandes festas reunia as famílias judias de Limeira e das cidades vizinhas como Americana, Rio Claro e Piracicaba. Morei em Limeira até 1962, quando eu e meus pais nos mudamos para São Paulo. Atualmente o Shill não existe mais...”  Francisco Gioney Marques Rodrigues completou: “Vale ressaltar que foram homenageados com nomes de ruas em Limeira também!! Tudo a ver com a matéria que marquei a senhora esse seu relato. No terceiro momento que vieram pra São Paulo o Sr Aron estabeleceu o comércio no Cambuci e frequentavam as festas na Sinagoga do Cambuci, era isso?”

Debora Sitnik contou que a mãe de Cassio Posvolsky (que é irmã do pai, já falecido) moraram em Pompeia e Tupã. A família do Boris Sitnik viveu em Garça. E “a da minha mãe, em Marília e Bauru...” Já Eli Roisman nasceu em Limeira, em 1959... o pai era gaúcho e a mãe de São Paulo

No Facebook, em Thora, Judaismo e Sionismo, há um tempo, Mikhael Y. Ben David relatou sua história: “Minha avó materna é da Letônia e meu Avô da Lituânia.  Minha avó chegou no Brasil com dez anos de idade, ela e minhas tias e tios viveram em regime de quase escravidão em uma fazenda na região de Ribeirão Preto. Fugiram para a vila Zelina em São Paulo. O meu avô era ateu, e minha avó só descobriu sua ascendência na Vila Zelina, por outros imigrantes que vieram no mesmo navio que ela. O meu bisavô materno, forçado a servir o exército vermelho com a ocupação soviética dos países bálticos, e com medo da guerra e da perseguição antissemita europeia, os enviou para Brasil como "Novos-Cristão", pois eram 7 filhas.  Só uma tia-avó minha que se casou com um judeu, e depois se reconverteu digamos assim ... o resto da família acabou aderindo a cultura religiosa brasileira. Minha avó era de Riga...”

Pinto Villela Luiz Seria solicitou mais detalhes: “muito enriquecedor saber de outras famílias, no Vale do Paraíba, do Ribeira...” Vânia Ejzenberg citou sua família: “Família Guinsburg, em Taubate. Minha mãe está no Face, Rosa Guinsburg, e sabe bastante sobre a comunidade judaica no Vale do Paraíba...

Vamos divulgar e buscar preservar nosso rico patrimônio histórico e cultural, seja ele material ou imaterial? Compartilhem lembranças, enviem fatos, fotos, documentos, lembranças. Vamos participar deste estudo que realizo, assim como do levantamento arquitetônico e artístico das sinagogas, seus objetos e mobiliário, a fim de preservar, revitalizar e reutilizar estas edificações?! Escrevam para myrirs@hotmail.com ou deixem seus comentários aqui no Blog... 



3 comentários:

  1. Olá. Existe alguma sinagoga em funcionamento em sorocaba ?

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  2. Bom dia. O edificio antigo está desativado, porém a comunidade judaica reúne-se em um espaço. Dê uma olhada em https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com/2020/04/uma-conversa-com-vanderlei-martinez.html

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  3. Sou prima do Paulo Alves de Lima Filho. Ele é filho da única irmã do meu pai. ELa adotou o sobrenome do marido.

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