domingo, 18 de dezembro de 2016

Imigrantes no bairro do Brás


A Hospedaria de Imigrantes, hoje em dia Museu da Imigração do estado de São Paulo, à rua Visconde de Parnaíba, 1316, recebeu aproximadamente 2,5 milhões de pessoas desde a sua fundação até 1978. 

Nos anos 40, como já dito no post anterior, imigrantes provenientes do Nordeste, fugiam da seca, chegavam ao Brás, iam para a Hospedaria dos Imigrantes...

Moinho Matarazzo: patrimoniohistorico.prefeitura.sp.gov.br

No período industrial, muitos imigrantes montaram suas fábricas no Brás. Na Rua Monsenhor Andrade, esquina com a Rua do Bucolismo, por exemplo, foi instalado o Moinho Matarazzo, primeira fábrica de grande porte do Brasil, inaugurada em 1900, seguindo o padrão da arquitetura fabril inglesa. Já em 1933, foi fundada a Metalúrgica Matarazzo, na Rua Caetano Pinto, 575. Também na Rua Monsenhor Andrade foi instalada a Companhia Mecânica Importadora (Alexandre Siciliano) e, na Rua Rodrigues Santos, as fábricas de juta e lã de Antônio Álvares Penteado. 

Tomado por chaminés e apitos, o Brás, assim como a Mooca, o Bom Retiro e o Bexiga, se estabelecia como bairro operário e, em grande medida, ítalo-paulistano. Muitos que moravam no Brás viviam, em cortiços e casinhas geminadas. O bairro, empoeirado e barulhento, era sujeito a alagamentos

Realmente, a chegada o metrô nos anos 70, considerada por muitos moradores como uma transformação traumática, foi modificando a paisagem do bairro. Para que fossem estabelecidas as estações, mais de 900 imóveis, entre casas e cortiços, foram desapropriados. Surgiram novos edifícios ao longo da linha do metro O bairro de italianos e dos migrantes nordestinos sentiu a mudança.

Aos poucos, e principalmente nos anos setenta, os migrantes iam transformando a imagem do comércio, vendendo em praça, estabelecendo a cultura local do comércio popular que, no Brás, existe até hoje no formato de lojas de atacado e ruas temáticas de compras e comércio especializado. Por exemplo, a Rua Piratininga, com suas lojas de máquinas usadas e peças de veículos fora de série; as Rua Joly, Muller, Silva Teles, Xavantes, Barão de Ladário, Celso Garcia, além da Rua Maria Marcolina e Largo da Concórdia, com as confecções. A Rua Oriente ainda é um dos principais pontos de comércio de enxovais e a Rua do Gasômetro concentra o comércio de madeira.


A presença de um comércio de características populares, que tomaram o lugar das casas e comércio de antigamente, também é grande, especialmente nas avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, por serem tradicionais vias de passagem de moradores da Zona Leste que trabalham no Centro da cidade. 
As ruas do Brás fervem durante a semana e se aquietam, de alguma maneira, aos domingos.


Comento ainda sobre a Feirinha da Madrugada, que teve seu início em 2003 na Rua 25 de Março, mas que migrou para a região do Brás. O ponto mais conhecido fica na Rua Oriente,  Rua São Caetano, Rua Monsenhor de Andrade e Avenida do Estado.

Podemos citar ainda a Rua Coimbra, e travessas próximas, que há mais de dez anos se tornaram um ponto de encontro da comunidade boliviana que vive em São Paulo.


Bem, mas e a comunidade judaica do Brás, sua sinagoga e escola??? Leia um pouco nos próximos posts...

2 comentários:

  1. Gostaria de conhecê-la ! Trabalho com Genealogia Judaica e será um prazer trocar idéias consigo.
    Entre em contato. Gabriela Rottgen (facebook, rottgen.gaby@gmail.com

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    1. Oi Gabriela, ja combinamos de marcar para janeiro 2017, certo?!

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