A Hospedaria
de Imigrantes, hoje em dia Museu da Imigração do estado de São Paulo, à rua Visconde
de Parnaíba, 1316, recebeu aproximadamente 2,5 milhões de pessoas desde a sua fundação
até 1978.
Nos
anos 40, como já dito no post anterior, imigrantes provenientes do Nordeste, fugiam
da seca, chegavam ao Brás, iam para a Hospedaria dos Imigrantes...
No período industrial, muitos imigrantes montaram suas fábricas no
Brás. Na Rua Monsenhor Andrade, esquina com a Rua do Bucolismo, por exemplo, foi
instalado o Moinho Matarazzo, primeira fábrica de grande porte do Brasil,
inaugurada em 1900, seguindo o padrão da arquitetura fabril inglesa. Já em 1933, foi fundada a Metalúrgica Matarazzo, na Rua
Caetano Pinto, 575. Também na Rua Monsenhor
Andrade foi instalada a Companhia Mecânica Importadora (Alexandre Siciliano) e,
na Rua Rodrigues Santos, as fábricas de juta e lã de Antônio Álvares Penteado.
Tomado por chaminés e apitos, o Brás, assim como a Mooca, o Bom Retiro e o
Bexiga, se estabelecia como bairro operário e, em grande medida,
ítalo-paulistano. Muitos que moravam no Brás viviam, em cortiços
e casinhas geminadas. O bairro, empoeirado e barulhento, era sujeito a
alagamentos
Realmente, a chegada o metrô nos
anos 70, considerada por muitos moradores como uma transformação traumática, foi
modificando a paisagem do bairro. Para que fossem estabelecidas as estações, mais
de 900 imóveis, entre casas e cortiços, foram desapropriados. Surgiram novos edifícios
ao longo da linha do metro O bairro de italianos e dos migrantes nordestinos
sentiu a mudança.
Aos poucos, e principalmente nos anos
setenta, os migrantes iam transformando a imagem do comércio, vendendo em
praça, estabelecendo a cultura local do comércio popular que, no Brás, existe
até hoje no formato de lojas de atacado e ruas temáticas de compras e comércio especializado.
Por exemplo, a
Rua Piratininga, com suas lojas de máquinas usadas e peças de veículos fora de
série; as Rua Joly, Muller, Silva Teles, Xavantes, Barão de Ladário, Celso Garcia,
além da Rua Maria Marcolina e
Largo da
Concórdia, com as confecções. A Rua Oriente ainda é um dos principais
pontos de comércio de enxovais e a Rua do Gasômetro concentra o comércio de
madeira.
A presença de um comércio de características populares, que
tomaram o lugar das casas e comércio de antigamente, também é grande,
especialmente nas avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, por serem
tradicionais vias de passagem de moradores da Zona Leste que
trabalham no Centro da cidade.
As ruas do Brás fervem durante a
semana e se aquietam, de alguma maneira, aos domingos.
Comento ainda sobre a Feirinha da Madrugada,
que teve seu início em 2003 na Rua 25 de Março, mas que migrou para a região do
Brás. O ponto mais conhecido fica na Rua Oriente,
Rua São Caetano, Rua Monsenhor de Andrade e Avenida do Estado.
Podemos citar ainda a Rua
Coimbra, e travessas próximas, que há mais de dez anos se tornaram um ponto de
encontro da comunidade boliviana que vive em São Paulo.
Bem, mas e a comunidade judaica
do Brás, sua sinagoga e escola??? Leia um pouco nos próximos posts...
Gostaria de conhecê-la ! Trabalho com Genealogia Judaica e será um prazer trocar idéias consigo.
ResponderExcluirEntre em contato. Gabriela Rottgen (facebook, rottgen.gaby@gmail.com
Oi Gabriela, ja combinamos de marcar para janeiro 2017, certo?!
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