domingo, 22 de julho de 2018

Histórias compartilhadas sobre o Bom Retiro


Dov Ber (Berale) Rosenblit (Roizemblit)
meu bisavô - pai de meu avô materno
Sofer no Bom Retiro - 1a. metade do sec.XX
Muitas histórias sobre a comunidade judaica do Bom Retiro já foram publicadas e estão sendo compartilhadas por moradores e antigos frequentadores do bairro. No Boletim Informativo n.49, do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, o artigo “Lembranças do Bom Retiro”, de Fabio Rochwerger, apresenta sua história, na década de 1940, do momento em que morou na Rua da Graça e na Rua Prates, relata sobre sua família, seus amigos, sobre o Jardim da Luz, a Casa do Povo, Boris Cipkus, as peças de teatro...No Boletim n.30, de 2004, o artigo “Bom Retiro, cada um tem o seu”, de Estela Sahm esclarece que falar do bairro exige abordagens diferenciadas, configurando-o não apenas como território físico, mas também um lugar real e imaginário, de evocação do passado e suporte para um futuro possível na cidade, relacionando os dados e fatos com histórias e depoimentos pessoais. Interligar ou sobrepor percepções e memórias, construindo, como escreve Estela, por vezes, semelhantes e variados “Bom Retiros”, de convívio entre diferentes culturas e diversas procedências. Passeios no Jardim da Luz, bondes elétricos, jogos de várzea, mergulhos no Tietê, cadeiras na calçada e conversas entre vizinhos, marcando relações possíveis nos bairros de uma época, no século XX... Hoje em dia, o caráter do bairro se alterou, porém, como afirma a autora do texto “...a partir da análise apurada de seus recursos potenciais, que envolvem baixo grau de degradação, bom nível de mobilização comunitária e impressionante estrutura produtiva industrial”. O Bom Retiro, bairro na área central da cidade, de diversas ocupações em diferentes épocas, é parte do patrimônio de nossa história...Já no Boletim n.32, o artigo escrito por Sarah Feldman “As múltiplas faces do Bom Retiro”, apresenta a história deste bairro central e multicultural, a origem como bairro fabril, a zona de prostituição incrustada no bairro, o Bom Retiro como um centro de indústria e de comércio de roupas feitas. Nesta mesma série de Bolentins, na edição n.44, o artigo “O cotidiano do Banco Judeu do Bom Retiro”, uma entrevista realizada por Myriam Chansky e Ilda Klajman e com transcrição de M.Theodora da C.F.Barbosa, apresenta como era o cotidiano da Cooperativa de Crédito Popular, quem eram os seus funcionários e qual era a sua rotina bancária.

Quanto aos comentários realizados no Facebook, na última postagem sobre o Bom Retiro, em mensagem inbox, Daniel Gutemberg escreveu: “Incrível sua descrição: Bessarábia / Romênia / Hotin / Bom Retiro... a descrição exata da origem da minha família! Emocionante ler o seu texto, mas para mim vem seguido de uma certa melancolia. Lá se foram nem sei quantos anos da chegada dos meus avós, "só de Russia são 400 anos!" como dizia meu Pai, Z"L. Saudade do Bom Retiro, nunca mais será o mesmo. Saudade de um tempo que não volta mais. Íamos na Sinagoga da Rua da Graça. Pelo que sei hoje é um museu. A cadeira com o nome do neu avô está lá. Estudei no Sholem, no Lubavitsch e no Renascença, os três são lembranças hoje. Muito emocionante, mas de verdade me entriste. Acho que no fundo preferia que tudo tivesse ficado como era. Você entrava no Jardim da Luz, e sentia aquela sensação de ter saído de Sao Paulo. O Bom Retiro mudou. Talvez porque os judeus se mudaram. Ou porque as pessoas mudaram, o tempo passou. O nosso Schtetl mudou...”

Na página do Guisheft Anuncios, Ana Silvia Waichenberg contou que o  pai e familia moravam no Bom Retiro. O tio-avô Max Wajchenberg era dono da Malharia Ouro. A mãe era de Pinheiros. Lea Goldstein gostou do artigo: “Voltei ao passado onde tive uma linda infância”. Fany Klass contou que faz parte, até hoje, da história do Bom Retiro e Cleide Chusyd escreveu: “Você deve ter ouvido sobre a descoberta de objetos de pessoas que lá viveram, peças do início do seculo XX, em escavações, no Bom Retiro no dia 19/7”. Sobre isto falaremos no próximo post. Paula Stroh comentou: “O Bom Retiro é parte de mim, lá nasci e vivi até à idade de 10 anos...” Rose Freifeld contou: “Minhas tias Golde e Lesha também moravam no Bom Retiro e quando a gente visitava, sempre íamos na casa das tias, meu tio Manfredo ia para Sherit Hapleita, e depois pegava a gente na casa das irmãs. Eu não morava ali! A gente morava nos Estados Unidos, e isso foi quando visitávamos. Belas lembranças”. Simone Kauffman indicou a mãe, Flora Sheila Grinspan, que morou no Bom Retiro e deve ter histórias a contar. Marcio Kluger nasceu no Bom Retiro, lá viveu e trabalhou e tem “as melhores lembranças de lá !!!”, como comentou. Joel Ben Arie escreveu: “Eu  Bom Retiro”.

Em CCIB, Ciro Lakryc indicou Sarah Lakryc. E Sarah Lakryc comentou: “Morei na minha infancia no Bom Retiro. Adorei o seu comentário, vou procurar fotos e recortes de jornal sobre o Bonra, apelido carinhoso e enviarei para você...” Branca Kives Ostronoff contou: “Eu morei no Bom Retiro até casar. Estudei no Scholem Aleichem, e frequentei o Litfisher Shil, onde meu avô era o Shames. Eu nasci em 1943 e morei até 1964.

Na página de Memórias Paulistanas, Nadia Moroz escreveu: “Meus avós, com seus cinco filhos, foram dos que chegaram pelo porto de Santos em novembro de 1926, vindos da Bessarabia (Romênia). Aqui fixaram residência, criaram os filhos e escreveram sua história. Meus familiares não são do Bom Retiro. Fernando Bueno Rocha também contou: “Minha mãe, seus pais e um tio chegaram da Bessarabia em 1929, porém não eram de origem judaica, eram de origem búlgara. Meus avós não residiram no Bom Retiro...” Anderson Torres publicou: “É bom mesmo que a comunidade judáica valorize a contribuição que deu e continua a dar à nossa grande cidade. Viva o Bom Retiro e a comunidade judaica.” Waldemar M. Blanco Filho gostou do texto do post anterior.  E na minha página... Ingrid Birta elogiou o trabalho que venho realizando...”Parabéns, admiro muito seu trabalho”. Flavia Szafir Zvi indicou Sorella Yancovitz Englender e Claudia Broniscer E para completar, em Thora Judaismo e Sionismo, Hélio Lenin contou que nasceu e foi criado no Bom Retiro, e que lembra-se do Jardim da Luz, da foto publicada no post anterior...

E você, mora ou morou no Bom Retiro? Quais são as suas memórias, histórias, lembranças? Qual sinagoga frequentava ou ainda frequenta? Possui fotos e documentos? Deixe aqui seu comentário ou envie para myrirs@hotmail.com

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