Dov Ber (Berale) Rosenblit (Roizemblit) meu bisavô - pai de meu avô materno Sofer no Bom Retiro - 1a. metade do sec.XX |
Muitas
histórias sobre a comunidade judaica do Bom Retiro já foram publicadas e estão
sendo compartilhadas por moradores e antigos frequentadores do bairro. No
Boletim Informativo n.49, do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, o artigo
“Lembranças do Bom Retiro”, de Fabio Rochwerger, apresenta sua história, na
década de 1940, do momento em que morou na Rua da Graça e na Rua Prates, relata
sobre sua família, seus amigos, sobre o Jardim da Luz, a Casa do Povo, Boris
Cipkus, as peças de teatro...No Boletim n.30, de 2004, o artigo “Bom Retiro,
cada um tem o seu”, de Estela Sahm esclarece que falar do bairro exige
abordagens diferenciadas, configurando-o não apenas como território físico, mas
também um lugar real e imaginário, de evocação do passado e suporte para um
futuro possível na cidade, relacionando os dados e fatos com histórias e
depoimentos pessoais. Interligar ou sobrepor percepções e memórias,
construindo, como escreve Estela, por vezes, semelhantes e variados “Bom
Retiros”, de convívio entre diferentes culturas e diversas procedências.
Passeios no Jardim da Luz, bondes elétricos, jogos de várzea, mergulhos no
Tietê, cadeiras na calçada e conversas entre vizinhos, marcando relações
possíveis nos bairros de uma época, no século XX... Hoje em dia, o caráter do
bairro se alterou, porém, como afirma a autora do texto “...a partir da análise
apurada de seus recursos potenciais, que envolvem baixo grau de degradação, bom
nível de mobilização comunitária e impressionante estrutura produtiva
industrial”. O Bom Retiro, bairro na área central da cidade, de diversas
ocupações em diferentes épocas, é parte do patrimônio de nossa história...Já no
Boletim n.32, o artigo escrito por Sarah Feldman “As múltiplas faces do Bom
Retiro”, apresenta a história deste bairro central e multicultural, a origem
como bairro fabril, a zona de prostituição incrustada no bairro, o Bom Retiro
como um centro de indústria e de comércio de roupas feitas. Nesta mesma série
de Bolentins, na edição n.44, o artigo “O cotidiano do Banco Judeu do Bom
Retiro”, uma entrevista realizada por Myriam Chansky e Ilda Klajman e com transcrição
de M.Theodora da C.F.Barbosa, apresenta como era o cotidiano da Cooperativa de Crédito
Popular, quem eram os seus funcionários e qual era a sua rotina bancária.
Quanto aos comentários realizados no Facebook,
na última postagem sobre o Bom Retiro, em mensagem inbox, Daniel Gutemberg
escreveu: “Incrível sua descrição: Bessarábia / Romênia / Hotin / Bom Retiro...
a descrição exata da origem da minha família! Emocionante ler o seu texto, mas
para mim vem seguido de uma certa melancolia. Lá se foram nem sei quantos anos
da chegada dos meus avós, "só de Russia são 400 anos!" como dizia meu
Pai, Z"L. Saudade do Bom Retiro, nunca mais será o mesmo. Saudade de um
tempo que não volta mais. Íamos na Sinagoga da Rua da Graça. Pelo que sei hoje
é um museu. A cadeira com o nome do neu avô está lá. Estudei no Sholem, no
Lubavitsch e no Renascença, os três são lembranças hoje. Muito emocionante, mas
de verdade me entriste. Acho que no fundo preferia que tudo tivesse ficado como
era. Você entrava no Jardim da Luz, e sentia aquela sensação de ter saído de Sao Paulo. O Bom Retiro mudou. Talvez porque
os judeus se mudaram. Ou porque as pessoas mudaram, o tempo passou. O nosso
Schtetl mudou...”
Na página do Guisheft Anuncios, Ana
Silvia Waichenberg contou que o pai
e familia moravam no Bom Retiro. O tio-avô Max Wajchenberg era dono da Malharia
Ouro. A mãe era de Pinheiros. Lea
Goldstein gostou do artigo: “Voltei ao passado onde
tive uma linda infância”. Fany
Klass contou que faz parte, até hoje, da história
do Bom Retiro e Cleide
Chusyd escreveu: “Você deve ter
ouvido sobre a descoberta de objetos de pessoas que lá viveram, peças do início
do seculo XX, em escavações, no Bom Retiro no dia 19/7”. Sobre isto falaremos no próximo post.
Paula
Stroh comentou: “O Bom Retiro é
parte de mim, lá nasci e vivi até à idade de 10 anos...” Rose
Freifeld contou: “Minhas tias Golde e
Lesha também moravam no Bom Retiro e quando a gente visitava, sempre íamos na
casa das tias, meu tio Manfredo ia para Sherit Hapleita, e depois pegava a
gente na casa das irmãs. Eu não morava ali! A gente morava nos Estados Unidos, e
isso foi quando visitávamos. Belas
lembranças”. Simone
Kauffman indicou a mãe, Flora Sheila Grinspan,
que morou no Bom Retiro e deve ter histórias a contar. Marcio
Kluger nasceu no Bom Retiro, lá viveu e trabalhou
e tem “as melhores lembranças de lá !!!”, como comentou. Joel
Ben Arie escreveu: “Eu ❤ Bom Retiro”.
Em CCIB, Ciro
Lakryc indicou Sarah Lakryc. E Sarah Lakryc comentou: “Morei na minha infancia no Bom Retiro. Adorei o seu comentário, vou procurar fotos e recortes de
jornal sobre o Bonra, apelido carinhoso e enviarei para você...” Branca
Kives Ostronoff contou: “Eu morei no
Bom Retiro até casar. Estudei no Scholem Aleichem, e frequentei o Litfisher
Shil, onde meu avô era o Shames. Eu nasci em
1943 e morei até 1964.
Na página de Memórias
Paulistanas, Nadia
Moroz escreveu: “Meus avós, com seus
cinco filhos, foram dos que chegaram pelo porto de Santos em novembro de 1926,
vindos da Bessarabia (Romênia). Aqui fixaram residência, criaram os filhos e
escreveram sua história. Meus familiares não são do Bom Retiro. Fernando
Bueno Rocha também contou: “Minha
mãe, seus pais e um tio chegaram da Bessarabia em 1929, porém não eram de
origem judaica, eram de origem búlgara. Meus
avós não residiram no Bom Retiro...” Anderson
Torres publicou: “É bom mesmo que a
comunidade judáica valorize a contribuição que deu e continua a dar à nossa
grande cidade. Viva o Bom Retiro e a comunidade judaica.” Waldemar
M. Blanco Filho gostou do texto do
post anterior. E na minha
página... Ingrid
Birta elogiou o trabalho que venho realizando...”Parabéns, admiro muito seu trabalho”. Flavia Szafir Zvi indicou
Sorella Yancovitz Englender e Claudia Broniscer
E para completar, em Thora Judaismo e
Sionismo, Hélio Lenin contou que nasceu e foi criado no Bom Retiro, e que lembra-se do Jardim da Luz, da foto
publicada no post anterior...
E você, mora ou morou
no Bom Retiro? Quais são as suas memórias, histórias, lembranças? Qual sinagoga
frequentava ou ainda frequenta? Possui fotos e documentos? Deixe aqui seu
comentário ou envie para myrirs@hotmail.com
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