sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Sinagoga de São Miguel Paulista e sr. Carlos Waisblut

Sr. Carlos Waisblut, através do Facebook, no dia 21/12/2017, escreveu-me: “Sou de São Miguel Paulista”. E contou que frequentou a sinagoga nos anos 1960.

Encaminhou por e-mail as duas fotos que vemos aqui: a foto dos homens da sinagoga, e a foto aonde aparece quando pequeno, junto às mães, nesta sinagoga. Esta, como conta, mudou duas vezes de local...um dos locais foi a antiga Rua da Estação, atual Rua Salvador de Medeiros...

Quem mais fez parte desta sinagoga? Alguém consegue identificar as pessoas nestas fotos?

No link http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx , da Prefeitura de São Paulo, podemos acessar um Mapa Digital da Cidade de São Paulo, e visualizar tanto o mapa-base politico administrativo, como o "Mapeamento de 1930-Sara". Dêem uma olhada(cliquem sobre a foto) como era esta região na década de 1930, e a Rua da Estação, aonde nas décadas de 1950/60 estava localizada a sinagoga

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Sinagoga Israelita Brasileira, no bairro da Mooca

De acordo com a Enciclopédia Judaica, vol.3, página 1101, da Editora Tradição, publicada em 1967 no Rio de Janeiro*, a Sinagoga Israelita Brasileira foi fundada em 1928 por judeus de origem libanesa e contava na época com 13 famílias. Funcionando no início na Rua Oscar Horta, transferiu-se para a Rua Odorico Mendes, 174, na Mooca, em terreno doado pela família Klabin. Por volta de 1967 contava com cerca de 300 famílias, e juntamente com a sinagoga, “funcionava a Sociedade das Damas”, destinada à filantropia. A primeira diretoria era composta por: Isaac Sayeg, Gabriel Kibrit, Benjamin Cohen, Nissim Nigri, Salim Mansur e Gabriel Politi. (*original: The Standard Jewish Encyclopedia, 1959, 1962, 1966-Encyclopedia Publishing Company Ltd, Tel Aviv)


Como já postado, Rachel Mizrahi em “Imigrantes Judeus do Oriente Médio – São Paulo e Rio de Janeiro (Trabalho de pósgraduação ao Depto de História-USP, 1995 e Editado pela Ateliê Editorial, São Paulo em 2003) estuda as duas sinagogas da Mooca e a comunidade judaica do bairro. E escreve que “o crescimento numérico dos judeus da Mooca exigiu a construção de uma sinagoga, núcleo-básico comunitário. Isaac Sayeg, Gabriel Kibrit e Nassim Nigri, apoiados pelos Cohen, os Politi, os Zeitune, os Peres e os Adissy decidiram trabalhar para levantar o templo. Em 1926, Jacob Adissy, Carlos Hadid e Jacob Simantob procuraram os Klabin que possuíam propriedades na Mooca e com eles conseguiram um terreno na Odorico Mendes, rua próxima e paralela com o rio Tamanduateí. As obras do templo iniciaram-se com doações e mensalidades dos participantes comunitários. Em agosto de 1930 a Sinagoga Israelita Brasileira foi oficialmente inaugurada”. Famílias Sayeg, Hadid, Cohen, Peres, Simantob, Politis e Nigri, entre outras, estiveram presentes.

Lili Muro Zaitoune, sobrinha de Nassim Nigri, contou que o pai sr. Ibrahim Zaitoune, de origem libanesa, foi um dos Chazanim desta sinagoga, assim como sr. Carlos Nigri e sr. Moises Simantob.

A respeito da sinagoga Sinagoga Israelita Brasileira também podemos ler, no livro A História dos Judeus em São Paulo, de Henrique Veltman (Ed.Expressão e Cultura,1996), no Cap.X, “Sefarditas e Orientais”: “os orientais construíram, em terrenos cedidos pela família Klabin, dois templos numa mesma rua, a Odorico Mendes, no bairro da Mooca. Uma, a dos siadne, reunia os imigrantes de Seida e Beirute, a outra era a dos safadie, originários de Safad/Damasco. Nelas não havia rabinos, sendo os serviços conduzidos pelos indivíduos mais religiosos e pelos mais velhos.”

De acordo com o site “São Paulo Antiga”, por Douglas Nascimento, “a construção da Sinagoga Israelita Brasileira da Mooca deu-se em 1930, após a liberação e autorização da planta do templo religioso, em expediente público do dia 10 de de junho de 1930”. Como comenta, “ainda no mesmo ano, apenas alguns meses depois da autorização, a sinagoga foi inaugurada” . Leiam mais em: http://www.saopauloantiga.com.br/sinagoga-israelita-brasileira/


Aguardem detalhes da visita a ser realizada, na próxima semana, à Sinagoga Israelita Brasileira...

domingo, 17 de dezembro de 2017

Homenagem da família Hadid na Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista


No dia 03/12/2017 através de convite de Linda Zeitoune, e acompanhada de Noeli Vainzoff, estive presente, na homenagem que Victoria Hadid fez aos pais, Shimon Ben Victoria e Miryam bat Rachel, na Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista, na Mooca.  Na ocasião, pudemos ouvir as palavras do Rab. Shie Pasternak, de Victória Hadid e do Rab. Ghazali, rabino este que conduz as rezas nesta sinagogaga nos Shabatót. Victoria comenta: "meu pai era o frequentador mais antigo em todos os shabatot e tinha 94 anos.  Fazia questão de ir sempre na sinagoga. Só não ia quando se sentia muito doente, sentava sempre na mesma cadeira e abria a Arca (aonde tinha os Sefer Tora) todos os sábados. Quero ressaltar o respeito pela memória dele, e ainda hoje essa cadeira só é ocupada quando os meus irmãos Jose ou Isaac vão na sinagoga. Quando não vão, coloca-se um sidur e um talit no lugar..." 

Famílias de frequentadores desta sinagoga e da Sinagoga Israelita Brasileira, também no bairro, foram lembradas pelo sr. Cesar Srur e demais presentes, como Habib, Calderon, Memran, Chatah, Amar, Mizrahi, Zekhry, Sayeg, Sawoya, Nigri, Mansur, Duek, Homsi, Zeitoune, Hadid, Muro, Simantob, sr. Geraldo Porto, e Srur. E também, Crespin, Basrave, Sidi, Campeas, Haber, Gamal, Adissy, Politi, Sarraf, Derviche, Tawil, Cohen, como apresenta Rachel Mizrahi em seu livro Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro 

A comunidade judaica do bairro, como lembraram Linda e Victória, era unida e “se ajudava”, famílias eram próximas por amizade ou por parentesco, porém cada família frequentava somente uma das duas sinagogas: ou a família fazia parte da Sinagoga Israelita Brasileira ou fazia parte da Sociedade União Israelita Paulista. Estas sinagogas mantinham o seu rito nas rezas, de acordo com o país de procedência.

Victoria Hadid contou que a família morava na Rua Dom Bosco e o pai, já nascido no Brasil, trabalhava com venda de colchões e de roupas, vendendo-as de porta em porta. Antes dos pais se casarem, foram vizinhos... Já Linda Zeitoune comentou que os pais vieram do Líbano. O pai também foi mascate, estabelecendo-se posteriormente em uma loja à Rua dos Lavapés.

Quanto ao ensino, muitos estudaram na Escola Luiz Fleitlich e na Escola Estadual Firmino Proença. Sra. Loris Chatah, esposa de sr. Salim e a quem conheci no domingo dia 03/12, comentou ter estudado com minha mãe Dora Dina Rosenblit Szwarcbart, dividindo a mesma carteira escolar na época do primário...

Diversas pessoas começaram a comentar as postagens feitas relacionadas à comunidade judaica da Mooca. Entre elas, Raquel Calderon Kopelowicz, que escreveu no Facebook: “Frequentamos muitos anos a sinagoga da Moóca!  Não me lembro do nome da sinagoga, mas era na primeira quadra do lado esquerdo quando a gente vinha da rua da Moóca! Acredito que não tenho fotos, mas teria que perguntar para minhas primas que frequentavam também. Tinha o meu tio avô, Salim Homsi, z"ll, que rezava e cantava junto com o Rabino! Bons tempos que não voltam mais”

Daniela Zeituna Levy também deixou um comentário na postagem “Visita à Mooca...Rua Odorico Mendes", agradecendo por dar sequência e estar escrevendo sobre as Sinagogas Sefaradis da Móoca. Como lembra, “eram 2 na mesma rua, de tantos judeus. Meus avós se casaram em uma delas (família Duek e Zeituna), meus bisavós vieram da Síria (Alepo) e primeiro moraram em Santos e depois na Móoca. Lembro de frequentar durante minha infância esse "Knis"(sinagoga) e passar as festas lá, como em Yom Kipur. Só aqueles que eu identificava como parentes eram mais de 30 pessoas (início da década de 90). Gostava mesmo de Purim, porque quando acabava a leitura da Meguilá, as crianças ficavam no térreo e as mulheres no primeiro andar jogavam balas, doces e "lâbis" para nós... Era muito divertido, comia doces por um mês... Minha mãe conhece muito sobre as famílias que frequentavam e pode te contar muitas histórias!” 

E Daniela compartilhou o post “Visita à Mooca...Rua Odorico Mendes" na própria página do Facebook: “Sinagoga Sefaradi da Móoca:  Quem não sabe de onde veio, não pode saber para onde vai... Adoreiiii ler a matéria!” Convidou Daniel Levy, Monica Zeituna, Hosana Martins,  Esther Scagliusi, Leila Zeituna, Judite Pinheiro,  Regina Zeituna,  Suzete Scenegaglia Zeituna,  Gladis Duek,  Maria Aparecida Duek,  Leandra Pinheiro Caliano, Mario Pinheiro e  Iago Zeituna para lerem também!!

Daniela Zeituna Levy, Haim ZeitouneLinda Zeitoune e Victoria Hadid provavelmente participarão da visita à Sinagoga Israelita Brasileira. Marcio Rosenthal também!  E você, gostaria também de participar?

 Vejam abaixo o video sobre o evento do dia 03/12/2017...

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista - Mooca

A pedra fundamental da Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista, localizada à Rua Odorico Mendes, 380, no bairro da Mooca, foi assentada em 07 de julho de 1935 em terreno cedido pela família Klabin, e a inauguração desta ocorreu em 29 de março de 1936. Rachel Mizrahi em Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro escreve que o sr. Julio Derviche foi um dos fundadores da sinagoga, e a fundação desta deu-se em sua casa. Fizeram parte da fundação as famílias Chatah, Mizrahi, Adissy, Sawaia, Cohen, Zaide, Hazan, Habibe, Efraim, José, Halali, Memran, entre outras. Sr. David Amar foi o presidente, nesta ocasião, e seu irmão Mario Amar também o foi durante anosPodemos ler que esta sinagoga era conhecida como a “Sinagoga dos Amar” ou dos de Safed, por ter sido fundada, em sua maioria, pelos judeus provenientes desta cidade. Era frequentada, inclusive, por judeus de origem marroquina, egípcios, libaneses, sefaradim e de Jerusalém.

Esta sinagoga é lembrada no Requerimento apresentado pelo então Senador Romeu Tuma e publicado no Diário do Senado Federal em 26 de Maio de 2010.  Neste requerimento podemos ler “o empresário sr. Alberto Serur era um empreendedor. Nasceu em São Paulo/SP mas sua descendência era Libanesa. Era membro da Comunidade Israelita de São Paulo e foi um dos responsáveis pela fundação da sinagoga que recebeu o nome de “Sociedade União Israelita Paulista...”( http://legis.senado.gov.br/diarios/BuscaPaginasDiariocodDiario=538&seqPaginaInicial=56&seqPaginaFinal=56 )

Em outubro de 2017, como comenta Henry Lederfeind, houve uma “reinauguração” da sinagoga. “Os filhos do sr. Bernardo Zekry reformaram a sinagoga e está muito linda! Fui lá numa homenagem que fizeram a ele.” 

E como já publicado, em dezembro  tive a oportunidade de conhecer esta sinagoga. Aqui apresento alguns detalhes:

A edificação possui, logo após a entrada, um amplo salão para recepções. O acesso ao primeiro piso, o setor masculino, dá-se por duas escadas laterais. A Bimá situa-se na parte central deste piso, separada do Aron Hakodesh, e “protegida” por uma grade de madeira, como podemos visualizar nas fotos. Os bancos, renovados e mais modernos substituíram os originais em madeira e distribuem-se em três partes, ao redor da Bimá. Detalhes na pintura acima do Aron Hakodesh se mantem, assim como as luminárias. A cor azul e branca prevalece nas paredes, e o piso, em madeira, está bem conservado.  Diversas Torót permanecem guardadas no Aron Hakodesh. Um novo lance de escadas, iluminadas por uma ampla janela, conduz `a galeria feminina, protegida por um balcão... Nesta sinagoga os serviços religiosos continuam a acontecer nos Shabatót, conduzidos pelo Rab. Ghazali.

E você, frequenta ou frequentou a Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista.?Algum detalhe a acrescentar? Saberia dizer quem fez o projeto e a construiu? Alguma correção a fazer no texto acima? Possui fotos, documentos ou gostaria de registrar suas histórias e memórias relativas a esta sinagoga?

Participe...deixe um comentário ou escreva para myrirs@hotmail.com !!!

domingo, 10 de dezembro de 2017

Visita à Mooca...Rua Odorico Mendes

Ao publicar detalhes sobre a Sinagoga de São Miguel Paulista entrei em contato com Olga Clara Zeitouni e Haim Zeitoune. Olga Clara havia publicado no Facebook uma foto antiga, de 2 rapazes sentados à frente dos portões da Sinagoga Israelita Brasileira, na Rua Odorico Mendes. Linda Zeitoune comentou a respeito desta foto publicada que o pai, sr. Youssef Haim Zeitoune, era o Chazan nesta sinagoga.  E avisou à Olga Clara Zeitouni que ainda mostrará a casa em que viveram quando chegaram no Brasil

Haim Zeitoune, sobrinho de Linda Zeitoune e irmão de Olga Clara, morou em São Miguel Paulista, e também escreveu que o pai Haim Yossif Zeitoune e o avô paterno Yossef Haim Zeitoune rezavam na Mooca. Frequentou, junto, a estes a sinagoga do bairro. Indicou o Rabino Azulay, da Sinagoga Monte Sinai, para mais informações... “pois todos que rezavam na Mooca hoje rezam na R. Piauí”. E comentou: “Uma vez o Rabino Azulay passou na Sinagoga Monte Sinai um vídeo, aonde meu avô apareceu. Ele era imigrante do Líbano”.

Linda Zeitoune, convidou-me para uma linda homenagem que Victoria Hadid fez aos pais, na Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista, no dia 03/12/2017. Sobre esta homenagem e sobre esta sinagoga vocês poderão ler no próximo post.

Neste dia circulamos pela Rua Odorico Mendes, rua aonde situam-se as duas sinagogas do bairro. Diversas famílias da comunidade judaica viviam tanto nesta rua como no seu entorno. Muitas das casas, da metade do século XX, ou ainda anteriores a esta época, ainda fazem parte da paisagem atual, como podem visualizar nas fotos ao lado...


Uma visita à Sinagoga Israelita Brasileira está programada para o mês de dezembro. Vamos agenda-la com sr. Jamil Sayeg. Aguardo o nome dos interessados, além de Linda e Haim Zeitoune.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Um pouco sobre a comunidade judaica da Mooca

Começo este post citando dois livros da sra. Rachel Mizrahi relativo aos judeus que se estabeleceram no bairro da Mooca: o livro Do mascate ao empreendedor: uma família da antiga Mooca, em que Rachel relata a história de sua família e o livro Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro, aonde apresenta tanto depoimentos orais das famílias da comunidade judaica do bairro, quanto documentos, fotos, tabelas, gráficos e mapas que ilustram o estudo. São leituras fundamentais para quem quer conhecer e entender a história relativa à comunidade judaica deste bairro. Há também um artigo de Rachel Mizrahi no livro Recordações dos Primórdios da Imigraçao Judaica em São Paulo, organizado por Maria Luiza Tucci Carneiro e publicado pela Ed. Maayanot: “Diversidade Cultural dos Imigrantes Sefaraditas e Judeus em São Paulo”. Sobre os Judeus orientais em São Paulo, Rachel apresenta que os judeus originários do Oriente Médio fixaram residência na Mooca, identificando-se com a população de fala árabe que já residia no bairro. Cita famílias Nigri, Sayeg, Kibrit, Amar, Hazam, Halali. Leiam os livros e os artigos completos...

Vale lembrar que a primeira vez que escrevi sobre a Móoca neste blog foi quando conversei com Lili Muro Zaitoune, ao postar detalhes sobre a comunidade judaica da Vila Mariana.  Lili contou-me que o pai foi um dos Chazanim da Sinagoga na Mooca, e que naquele tempo não tinham rabino. Ainda voltarei a conversar com Lili Muro Zaitoune sobre a “Sinagoga dos libaneses na Mooca”, como comentou...


Ida Rebeca e Jose Rosenblit
Registro aqui que minha mãe, Dora Dina Rosenblit Szwarcbart nasceu na Mooca, estudou na escola Estadual do bairro e lembrava que eram poucas as famílias ashkenazim que ali moravam. Meus avós Ida Rebeca Rosenblit e José Rosenblit residiram na Rua Dom Bosco, aonde permaneceram até minha mãe completar 9 anos, quando se mudaram para a Vila Mariana. 

Postei novamente sobre o bairro ao entrevistar o Sr. Moises Goldflus, que estudou o curso primário na Escola Luiz Fleitlich. Como comentou na época, “a escola era frequentada pela comunidade judaica da região, tanto pelos ashkenazim vindos da Europa, como pela comunidade judaica proveniente da Siria, moradores da Mooca. Eram comunidades que interagiam, e estudavam na mesma classe. Lembrou inclusive das famílias Mizrahi e Amar”. Esta escola atendia aos membros da comunidade judaica do Brás, Belém, Tatuapé, Penha e Móoca...

Em um determinado momento, Mauro Halpern escreveu que mora no Tatuapé, e enfatizou: “pena não ter sinagoga próxima, pois nos últimos 15 anos houve alguma migração judaica para cá. Só no shopping Anália Franco são umas com mezuzá, os bairros cresceram muito; há gente da colônia que trabalha com comercio no Brás que voltou p zona leste". Lembrei-o das Sinagogas da Rua Odorico Mendes, na Móoca, talvez as mais próximas da região aonde mora.

Ida Rebeca com Dora Dina
Sami Raicher questionou há um tempo “Tem sinagoga na Mooca / Brás atualmente?”  Aguardem por novidades.

Conversei com a sra. Habibe Simantob, em 26 de junho de 2017, sobre a Sinagoga da Penha/Tatuapé, cujos pais e avós eram frequentadores assíduos. Lembrou que o avô, sr. Srul Gutman, ao casar mudou-se para a Mooca e que o sr. Moyses Simantob, pai da sra. Habibe, também fazia parte da comunidade judaica da Mooca. Por sua vez, sra. Habibe indicou o irmão, José Simantob Netto.

Podemos ler à pág. 24 do Boletim Informativo n.37, do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro: "...deslocamentos pela cidade podem ser observados em S.Paulo entre os judeus orientais que se fixaram inicialmente em bairros operários como a Mooca, Brás ou Ipiranga, enquanto a maioria dos sefaradis buscou regiões como o centro comercial da cidade e o bairro da Bela Vista, dispersando-se mais tarde pelos bairros da Consolação e Jardins.


Aguardem novidades nos próximos post, sobre famílias Zeitoune, Hadid, e a visita à Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista, à Rua Odorico Mendes

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Os bancos da Sinagoga Mordechai Guertzenstein


A Sinagoga Mordechai Guertzenstein( Colegio I.L.Peretz), como já publiquei há um bom tempo, não existe mais. Os bancos desta sinagoga foram retirados e estão disponíveis para doação para alguma outra sinagoga. A madeira dos bancos está muito bem conservada, necessitando somente limpeza. Caso saibam de alguma sinagoga a indicar, agradeço. Contatos por e-mail myrirs@hotmail.com
(clique na imagem para ampliar)

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Identificando o bairro da Moóca

A região da Moóca foi, inicialmente, um local de grande concentração de índios, situados próximo ao atual Rio Tamanduateí, como podemos ler nos sites indicados, relacionados ao bairro.  Surgiu em 17 de Agosto de 1556, quando os então governantes de Santo André da Borda do Campo comunicavam que todos estavam obrigados a participar da construção da ponte do rio Tameteai (Tamanduateí). Essa ponte se fazia necessária para a ligação entre zona leste e a região da Sé. (site da Prefeitura de São Paulo - Prefeitura Regional da Mooca http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/regionais/mooca/historico/index.php?p=435 )

A palavra tupi mooca é formada por moo = faz e oca = casa. , oi até do tupi antigo mũoka "casa de parente". E vários nomes de ruas do bairro são de origem indígena.

Podemos ler nos sites indicados abaixo que a partir de 1567, Brás Cubas começou a desbravar a região, fundando, entre outros bairros, o Belém, Tatuapé e a Penha.

Em 1839, Senador Feijó construiu ali uma chácara. Em 1867, ao doá-la para a Régia Câmara Municipal de São Paulo”, e com a construção da Estação Ferroviária da Mooca (projetada, também, a partir de 1867), o desenvolvimento e a urbanização do povoado foi possível, minimizando os prejuízos de enchentes do rio Tamanduateí.

A partir de 1869 surgiram novas casas, oficinas e pequenas fábricas. Nos anos de 1880 a 1890 começaram a surgir novas fábricas do ramo têxtil e de calçados, em áreas próximas das ferrovias (o transporte das matérias-primas dependia dos trens). Algumas fábricas de massa como Carolina Gallo, Rosália Médio, Romanelli são instaladas na Mooca. Em 1891, o casal Antônio e Helena Zerrener fundaram a Cia. Antarctica Paulista. Industrias como Cotonifício Rodolpho Crespi, Armazéns Matarazzo, Tecelagem Três Irmãos, Grandes Moinhos Minetti Gamba, Fábrica de Tecidos Labor, Cia União dos Refinadores, além de outras, estabeleceram-se no bairro.

Museu da Imigração- antiga Hospedaria de Imigrantes
Na ocasião, um público maior começou a ser atraído para o bairro, principalmente imigrantes italianos e espanhóis, mão-de-obra que chegava através do Porto de Santos e seguia para a Hospedaria de Imigrantes. A oportunidade de novos empregos possibilitou o desenvolvimento do comércio local. O bairro foi aos poucos se formando, novas casas e novas chácaras começam a aparecer.

Em 1875, a família Paes de Barros criou o Clube Paulista de Corridas” no local onde hoje está instalada a Administração Regional da Mooca, cujas arquibancadas comportavam até 1200 pessoas. O grande interesse da população, que vinha do Centro, por esta atividade motivou a criação da linha de bonde Mooca-Centro, movida a tração animal, uma inovação para a época. A estrada de ferro inglesa na região passou a ter um ramal se estendendo pela rua dos Trilhos até o Hipódromo.

Posteriormente, novos imigrantes passaram a se instalar na Mooca: espanhóis, portugueses, lituanos, croatas, húngaros e judeus do Oriente Médio.

Museu da Imigração- antiga Hospedaria de Imigrantes
Diversas atividades daquela época ainda se mantém na região que hoje em dia ocupa mais de 7 quilômetros quadrados de área. Pode-se citar um intenso comércio e serviços (padarias, lojas, sapatarias, cantinas, pizzarias, doceiras, gráficas, bancos, escritórios) e atividades socioculturais (como o Clube Atlético Juventus, fundado em 1924).  A Festa de San Genaro, criada há mais de 40 anos, continua s ser realizada.

De passado industrial, a região abriga Museu da Imigração do Estado de  São Paulo (antigo Memorial do Imigrante), e o "Trem Cultural do Imigrantes", e é hoje em dia uma região predominantemente residencial e de serviços, sediando inclusive algumas universidades.

Trem Cultural do Imigrantes
O bairro chegou a ter intensa atividade política e revolucionária , fruto de sua natureza industrial. Como podemos ler na Wikipédia, “seus habitantes, no início do século XX, eram trabalhadores imigrantes, oriundos de países com um emergente pensamento socialista

O distrito da Mooca, é servido pela Estação Bresser-Mooca da Linha 3 Vermelha do metrô de São Paulo, e pela Estação Juventus-Mooca da Linha 10 da CPTM





quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Sinagoga de São Miguel Paulista... compartilhando histórias.

Rua Salvador de Medeiros hoje em dia-GoogleMaps  
Ao divulgar a publicação relacionada à Sinagoga de São Miguel Paulista, diversas pessoas entraram em contato! E aqui compartilho algumas histórias...

Sr. Nehemias Singal, um dos fundadores da Sinagoga de São Miguel Paulista, era sogro de Daniel Scaba. De origem polonesa e naturalizado brasileiro, morou em Marília anteriormente. Adorava tocar violino, era um homem muito religioso e tocava shofar na sinagoga. Comerciante em São Miguel, migrou para o Bom Retiro. Daniel nos conta: “No Bom Retiro, foi o principal chazan da Sinagoga Luso Brasileira na rua da Graça”. Sr. Nehemias Singal era casado com Sra.Clara Shuster, natural de Pernambuco. Tiveram 7 filhos: Wolf Jose, Isaac Meir, Moshe, Joel Leão, Reuwen Dov z'l, Iona Ester Rahel e Iafa Etel. Daniel não chegou a conhecer a Sinagoga de São Miguel. Sr. Nehemias nasceu em dia 12 de dezembro de 1920 e faleceu dia 28 de maio de 2006. Srs. Oscar, Isaac, Saul(Schaia), Riva, Tônia e Lisa eram seus irmãos. Os avós paternos do Daniel Scaba se chamavam Daniel e Shoshana Scaba,z'l naturais de Beirute, eram primos dos avós de Olga Clara Zeitoune, (Olga e Joseph Zeitoune z'l) citada na publicação anterior.

Sr. Leibe Berenchtein comentou, no Facebook, na página “Thora, Judaísmo e Sionismo”: “Conheci o sr. Zacarias(Igel) pelos anos 80, aproximadamente, quando residia no Bom Retiro, e ele me relatava sobre a sinagoga de S. Miguel, ele residia na Rua Guarani, e me parece que ele também contribuiu com a sinagoga da Rua Joaquim Murtinho...E pelo tempo que já se passou, recordo da vontade ou desejo dele de poder fazer ou criar algo para formar uma união ou colaboração para os patrícios daquela região, afastada da coletividade judaica mais central, ou seja Bom Retiro e proximidades. E ele não mediu trabalho ou custos para colocar em prática suas ideias”.

Sr. David Lerer encaminhou-me um e-mail, afirmando: ”Tudo confere. Meu pai Mendel Lerer foi o melhor amigo de Moisés Igel e desde os anos 40 frequentei muito a casa da Rua da Estação e lembro-me dos máus odores da Nitroquimica. No fim da vida Moisés e Mendel frequentaram juntos a sinagoga da Rua da Graça...”

Já na página do Guisheft Anuncios”, Rochéli Ciocler indicou o filho Andre Ciocler Chan, por ele trabalhar em São Miguel. Sr. Milton Copa relatou: “Meu primo Jaime Copat morava lá muito tempo. Quem sabe ele conhece”. Por sua vez, Michele Rachel Ventura Danciger indicou Perola Ventura. Aguardo contatos de sra. Perola e sr. Jaime Copat.

No Grupo Hebraica”, também do Facebook, Simone Fridman Assayag demonstrou surpresa... e escreveu: “Que legal! Nunca imaginei que houve uma sinagoga em São Miguel!”. E sr. Mario Henrique Kucinski comentou também: “Maravilha.

Entrei em contato com Leo Igel, sobrinho de Regina Igel, questionando-o se sabia de algo sobre a Sinagoga de São Miguel:  Em resposta, Leo escreveu: “Bem interessante, dessa eu não sabia, atualmente eu moro em Israel, porém posso verificar com meus familiares. Sr. Moises é meu avô e o sr. Zacarias é o irmão dele. Vejo que já entrou em contato com a minha tia Regina Igel, ela seria o melhor pessoa para te responder...”

Reedito esta postagem, após divulgá-la, incluindo os comentários que recebi. Deem uma olhada:

Olga Clara Zeitouni comentou: Parabéns pelo texto. Continuaremos o trabalho de busca. Emocionou-me muito ver a foto da casa onde eu vivi a minha infancia. Grande abraço, lindo trabalho!”

Haim Zeitoune também escreveu: “Parabéns, adorei a matéria! Morei em São Miguel Paulista, aonde era a sinagoga do Sr. Zacarias Igel...sou neto dele”. E completou: “Tem outra sinagoga da Moóca, aonde meu avô, por parte de pai, era chazan. Frequentei por muitos anos a sinagoga da Moóca.. me avisa por favor quando irão visitar”.

Em breve visitaremos as Sinagogas da Moóca e escreverei sobre estas... Alguém mais tem interesse nestas visitas???

Mira Tafla questionou se Marly P Singal é parente da família e completou: “Olha que legal este trabalho de pesquisa”

Yara Gurtstein também escreveu: “Parabéns! Trabalho emocionante... agradeço a oportunidade única de conhecer a história e pessoas que transformaram sonhos em realidade, com muito esforço”. 

E você, conheceu ou sabe de algum detalhe sobre a Sinagoga de São Miguel Paulista? Alguma história da comunidade judaica do bairro? Fotos, documentos, memórias para compartilhar?