Detalhe da fachada da Sinagoga-Foto GoogleMaps-Street View-jun2017 |
Através
da indicação de Flavio Mendes Bitelman, entrei em contato com sr. István Wessel,
nascido na Hungria. Sr. István chegou a São Paulo em 1957, após a Revolução
Húngara, juntamente com os pais e o irmão ainda bebê. Nesta época moraram no
bairro do Paraiso. Sr. István, na ocasião com 10 anos, estudou no Grupo Escolar
Rodrigues Alves, por indicação de uma vizinha que era professora do curso
primário, e no colégio Rio Branco. Frequentou durante pouco tempo, há décadas,
a “Sinagoga dos Húngaros” (Sinagoga Israelita Paulista), quando muito jovem, e
com pouco envolvimento, acompanhando a mãe e a avó nas Grandes Festas. O pai,
apesar da identidade judaica, não a frequentava, considerando-se aqui sua
história e os campos de Concentração pelos quais passou. Ligou-se à CIP, assim
como muitos descendentes, aonde participou por muito tempo como voluntário,
assim como à Casa de Cultura de Israel. Em relação à Sinagoga Israelita
Paulista comenta que os frequentadores antigos foram falecendo, as migrações
não mais ocorreram, e muitos dos filhos destes frequentadores optaram por frequentar
outras sinagogas. A mãe, hoje aos 94 anos, frequenta uma sinagoga Chabad.
Adriana Sancovsky Shor, no Facebook, em “Guisheft Anúncios” deixou um
comentário: “Eu frequentei a sinagoga húngara da R
Augusta quando criança, acompanhando meus avós Edith e Sandor Tihanyi e minha
bisavó Sara Eibenschutz. Frequentei
no final dos anos 70/início dos anos 80. No início as mulheres ficavam na
metade do lado direito do salão e os homens do lado esquerdo, com o Rabino e a
arca posicionados numa área elevada no fundo do salão. No final dos anos 80
(acho) descobriram que estavam todos voltados para o lado errado, e tudo foi
reposicionado para a parede do lado esquerdo de quem entra na sinagoga, com os
homens agora na metade da frente e as mulheres do lado de trás. Lembro que parte da reza ou da prédica eram feitas em
húngaro. Mas já nesta época a maioria dos frequentadores eram mais velhos. Os
filhos e netos dos húngaros originais da sinagoga já não iam tanto.
Quando virou Chabad meus avós pararam de frequentar
lá e nunca mais voltei.”. E indicou
a sra. Frida Kier Weingarten no Facebook. “Ela poderá te dar mais informações
sobre esta sinagoga.” Gabriela Rottgen comentou que conhece o filho de sra. Frida, Marcelo
Weingarten, e entrará em contato...
No Facebook também, em “Thora
Judaismo e Sionismo” Eva Strum indicou:
“Robert e Pierre Neufeld frequentaram esta sinagoga.
Roberto é oftalmologista. Jorge e Andre Gabanyi são gêmeos e húngaros
frequentavam esta sinagoga. Eu sou filha
de húngaro, porém meus pais eram mais ortodoxos. Frequentávamos um pequeno
minyan na casa do Sr. Citron, que na época ficava na rua Estados Unidos. Na
própria casa dele. Era em um anexo. Tinham húngaros bem religiosos. Procure por Daniel Citron. O minyan era na casa dos avôs dele”.
Evelyn Montano, também por indicação de Flavio Mendes Bitelman, comentou que a família
não frequentava a Sinagoga Israelita Paulista. Somente por ocasião de
Bar-Mitzva dos filhos dos amigos dos pais, ou casamentos de conhecidos...e
somente enquanto o pai estava vivo (o pai faleceu em 1968). Evelyn indicou sr.
José Weinberger, representante dos judeus húngaros na Casa Húngara e também
Dorothea Piratininga (Hidas, de solteira), que hoje mora em Budapeste.
Dorothea
explicou-me que na Hungria não havia gueto. Por 150 anos, durante o Império
Otomano, as comunidades judaicas de Buda e Pest floresceram, assim como durante
o Império Austro-Húngaro, no reinado de Josef II, que adotou medidas liberais, emancipando
“parcialmente” os judeus, abolindo restrições, consolidando direitos civis,
acesso às escolas laicas, compra de terras, originando uma aculturação e
assimilação crescente... Dorothea comentou que muitos judeus enriqueceram (na
região central do pais), chegando a compor 10% da população. Porém vale lembrar
que o norte da Hungria, tornou-se um centro de
ortodoxia e do estudo talmúdico, e que no nordeste, residiam os chassidim, judeus
que na sua maioria eram originários da Galícia (como exemplo Munkacz). “Assim sendo, neste país os judeus ou eram muito ortodoxos, ou
assimilados”, como comentou Dorothea. Após a I Guerra Mundial, com a perda de
territórios por parte da Hungria, o antissemitismo passou a se manifestar.
Durante a II Guerra, o pai de Dorothea permaneceu em campo de trabalhos
forçados, por três anos, após ser convocado como reservista no exército, conseguindo
fugir após este período... e a mãe permaneceu escondida em uma casa de família
católica. “A Guerra traumatizou a família. Inclusive, os integrantes do partido
político extremista, que surgiu à época, assassinava os judeus na rua”. Budapeste
foi invadida ao final da II Guerra, quando se estabeleceu um gueto e
deportações para os campos de concentração. Dorothea nasceu em Budapeste em
1953, época do comunismo, quando não se era permitido ter uma religião. A
família conseguiu fugir em 1956, no momento da Revolução Húngara, quando as
fronteiras ficaram desguarnecidas, vindo para o Brasil. Não chegaram a
frequentar a Sinagoga Israelita Paulista...
Por
mensagem do Facebook, sr. Jorge Appel escreveu: “Entre em contato com a sra.
Julianna Boda, que tem um bom material sobre a Sinagoga dos húngaros".
Em Rubin Editores, Eva Rosenfeld e
Marianne Norma Grunberger indicaram Judit Breuer “Talvez possa ajudar...ela também é húngara”.
Contatei Judit por mensagem...e Julianna Boda por mensagem e por e-mail. Aguardo
retorno de ambas senhoras.
Na mesma página, Anderson Rubin
contou: "Existe um imóvel em frente ao Parque Augusta que
me chamou a atenção, quando passava pela grade em formato de Magen David. Me
aproximei e na porta um buraco no batente da mão direita. Buraco (vazio) no
lado direito, onde um dia já foi fixada uma mezuzah. Ornamentos
decorativos nas janelas em formato de Menorah e Magen David. (Uma pena que depredado).À primeira visita,
logo percebi que se tratava de um Beit. Sempre que passo a pé, mesmo
sabendo que ali não é mais uma sinagoga, faço questão de parar, dar uma boa
olhada; atravesso a rua, toco o buraco da antiga mezuzah e imagino quantos
tsadikim passaram e fizeram o mesmo movimento. Se tivesse condições comprava e retornaria". Como detalhe, a
mezuzah, hoje em dia, encontra-se no lado de dentro da Sinagoga, como contou
Ivo Kauffman.
Considerando
tantas histórias questiono: Alguma notícia sobre um antigo e muito amigo de
meu pai, o sr. George Stein, de origem judaica e húngaro, seu filho sr. Miguel, seu genro sr.
Carlos e os netos?
Aguardo
ainda a participação de outras famílias, como Neufeld, Borger, Strauss, Kovari,
Ledman, Schontag, Strauss, Boda, Breuer, Blau, Rabino Shimon Brand... e também o agendamento da
visita ao edifício da Sinagoga Israelita Paulista a ser com o Rabino
Ivo Kauffman...
E você,
saberia de alguma história da comunidade judaica húngara e sobre a Sinagoga
Israelita Paulista? Fotos, memórias, histórias, documentos Atas e plantas do
edifício? Gostaria de participar e compartilhar sua lembranças??? Escreva para
mim myrirs@hotmail.com
ou deixe aqui um comentário!
Leiam um pouco mais sobre os judeus da Hungria nas Revistas Morashá: http://www.morasha.com.br/comunidades-da-diaspora-1/os-judeus-da-hungria.html e http://www.morasha.com.br/comunidades-da-diaspora-1/os-judeus-da-hungria-no-seculo-xx.html
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