Placa em homenagem aos ex-presidentes Sinagoga Israelita Paulista Foto Ivo Kauffman |
Na
sexta-feira, 02 de fevereiro de 2018, por indicação de Jorge Appel, pude
conversar com sra. Julianna Boda, que nasceu na Hungria e chegou ao Brasil em
1957. Sra. Juliana, autora do livro Korbán, com relatos de histórias vividas na
época da Segunda Guerra Mundial, entregou-me um belo texto, com suas memórias
relacionadas à Sinagoga Israelita Paulista. Aqui compartilho-o com sua
autorização:
“No começo do ano de 1957, na Sinagoga Húngara da Rua Augusta, começou
a ter muito movimento. Chegaram muitos imigrantes da Hungria, inclusive da
comunidade judaica. Por falta de conhecimento da língua brasileira, todos
ficaram felizes que havia um lugar onde podiam se encontrar-se e fazer
amizades. Descendentes de famílias (a maioria falava húngaro) também gostaram
da idéia. Assim, até no meio da semana
havia frequentadores, inclusive minian (10 homens para poderem realizar as
rezas matinais. Mesmo que não tivessem um rabino, as pessoas mais antigas do
local tomavam conta e a dirigiam. E dessas amizades, saíram alguns casamentos
também. Num período, o rabino Friedlander foi o responsável, mas na maioria das
vezes só tinham o Chazan (cantor). Mesmo assim, as Grandes Festas foram bem
feitas e entusiasmadas, e a sinagoga ficava cheia de gente. Uma vez convidaram
outro rabino húngaro, não me lembro de onde, ficou pouco mais de um ano, não
foi possível sustentar. Assim, foram, os presidentes que tomavam conta e
organizavam. Alguns: Sr. Grünberger, sr. Nebel. A sra. Judit e família mudaram
para lá e cuidaram com muito esmero do local. Um dos filhos fazia a cobrança
mensal na colônia. Com o passar do tempo os jovens foram casando com pessoas
que não dominavam a língua húngara, e foram frequentar outras sinagogas, onde
as línguas hebraica e brasileira se misturavam. A Sinagoga Húngara passou por
dificuldades, mas até hoje existe, mesmo com menos movimento”.
Sra.
Julianna entrou em contato com sra. Judit Breuer. No mesmo dia, pude conversar
com sra. Judit, que contou que também nasceu na Hungria, estudou em escola
judaica, morou em um edifício aonde só moravam pessoas da comunidade judaica e
passou a Segunda Guerra Mundial em Budapeste. Sra. Judit, chegou ao Brasil em maio
de 1957, aos 20 anos, sem os pais. O pai faleceu na Rússia em 1942, em um campo
de trabalhos forçados, e a mãe chegou ao Brasil posteriormente. Comentou que a
Sinagoga Húngara foi fundada graças a algumas famílias que se uniram com tal
propósito e que havia na sinagoga um grupo feminino que se reunia para, entre
outras tarefas, enviar ajuda às famílias na Hungria. Sra. Judit trabalhou na
sinagoga por volta de 1977, quando muitos frequentadores já tinham saído e os
bailes de épocas anteriores já não aconteciam mais. Lembrou-se também de ex-presidentes,
entre eles sr. Luiz Nebel.
Compartilho aqui, também, que ao divulgar o post “A comunidade judaica húngara em São Paulo e a Sinagoga Israelita Paulista” na página do Facebook “Jewish Brasil-Comunidade Judaica do Brasil”, Linda Cristina Weinberger Iles contou: “Frequentei a sinagoga com meu pai José Weinberger e meu avô Miklos Silberer no final da década de 70 e anos 80. Lembrei de muitos nomes citados no primeiro post, muitos frequentavam a minha casa, mas eu era muito criança, só me lembro que ia na sinagoga brincar ... Infelizmente todos já se foram, inclusive meu pai e meu avô, mas voltei no tempo com esse post... Ficaram as lembranças na minha memória do shil da Rua Augusta... Tenho umas fotos que eram da minha mãe, vou procurar!”
Compartilho aqui, também, que ao divulgar o post “A comunidade judaica húngara em São Paulo e a Sinagoga Israelita Paulista” na página do Facebook “Jewish Brasil-Comunidade Judaica do Brasil”, Linda Cristina Weinberger Iles contou: “Frequentei a sinagoga com meu pai José Weinberger e meu avô Miklos Silberer no final da década de 70 e anos 80. Lembrei de muitos nomes citados no primeiro post, muitos frequentavam a minha casa, mas eu era muito criança, só me lembro que ia na sinagoga brincar ... Infelizmente todos já se foram, inclusive meu pai e meu avô, mas voltei no tempo com esse post... Ficaram as lembranças na minha memória do shil da Rua Augusta... Tenho umas fotos que eram da minha mãe, vou procurar!”
E no
grupo RUBIN EDITORES,
também do Facebook, Marcos L Susskind comentou:
“Maravilhoso seu trabalho. Merece ser impresso,
plastificado e exposto naquela Sinagoga. Parabéns.”
E você, gostaria de contar alguma história sobre a época em
que frequentou a Sinagoga Israelita Paulista? Possui fotos? Documentos?
Aguardem as próximas postagens...
Este seu blog, cada vez melhor... parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirSuper obrigada Ber pelo seu comentário, apoio e incentivo!!!
ExcluirWOW . emocionou aqui, lembrei do meu pai , do rabino Shimon , Do tio Tibor , da dona Eva do Paulo e Alexandre ...B'H'
ResponderExcluirOla sr.Yochanan, se puder conte mais sobre esta sinagoga!!! Qual o nome de seu pai? E o sobrenome do sr. Tibor, sra. Eva, Paulo e Alexandre?
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