sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Conhecendo o edificio da Sinagoga Israelita Paulista


Quem passa em frente ao edifício situado à Rua Augusta, 259 nem sempre percebe tratar-se de uma sinagoga, apesar dos amplos janelões com Maguen David e Menorót na fachada, e das jardineiras de concreto instaladas na calçada.

Com a autorização de visita do Rab. Ivo Kauffman, conheci a Sinagoga Israelita Paulista no dia 6 de fevereiro de 2018. Um portão duplo de metal separa a rua de um pequeno espaço interno e aberto. Ao lado direito deste pequeno espaço tem-se uma construção. A entrada desta, através de uma antiga e conservada porta dupla em madeira, nos conduz a um hall de distribuição, com fotos dos ex-presidentes em uma das paredes. No lado esquerdo do hall, uma cozinha reformada mas com as janelas originais; ao lado direito, pequenas salas e à frente, uma escadaria, também em madeira, nos leva ao andar superior. Este andar é ocupado, hoje em dia, por dormitórios, mas como nos conta Pierre Neufeld, uma pequena sinagoga, para os Shabatót e demais festividades judaicas, já ocupou tal piso, com lugares para homens e mulheres, que sentavam-se separadamente.

No piso térreo, ao fundo do pequeno espaço interno da entrada, tem-se um hall com duas placas, de 1992, sendo um relativa aos ex-presidentes, já divulgado no post anterior, e outra de agradecimento e homenagem, por parte da diretoria. Na placa dos ex-presidentes, os nomes dos senhores Eugenio Klein, Ferdinando Roth, alexandre Zimmermann, Eugenio SpivaK, Ferdinand Hochenberg, Nicolau Harnat, Armando Ratzersdorf, Bernardo Borgida, Alfredo Krausz, Desiderio Farkas, Carlos Gabor, dr. Ladislau Grunberger, Luiz Nebel, Paulo Strauss. Já na placa dos homenageados, Miklos Hungar, Sigismundo Gansl, Aron Goldmann, Ernestina Goldmann, Chava K. Koch, Gabriel Koch, Francisco Schwarcz, Familia Michaan, Arpad Kovari, Tamas Kovari, Samuel Klein, Emmerich Neufeld

Retornando ao espaço físico da sinagoga...logo após o hall que contém as duas placas, ao lado direito uma biblioteca e ao fundo, vemos um amplo salão com luminárias antigas, piso e paredes brancas, com duas Menorót estilizadas, Aron Hakodesh em madeira escura com a paróchet vermelha e Torót em seu interior, os leões ladeando as “Luchót Habrit”, Bimá também em madeira escura, Ner Tamid, cadeiras estofadas e armários com sidurim.  O espaço desta sinagoga, em seu aspecto, diferencia-se das sinagogas já visitadas até o momento.

Há tempos atrás, este salão era ocupado em Rosh Hashana e Yom Kipur, mas posteriormente passou a ser utilizado também nos Shabatót. Pierre lembrou que inicialmente o Aron Hakodesh esteve situado ao fundo do salão. Um palco, utilizado como Bimá, fora instalado à frente do Aron Hakodesh, como já relatado também por Adriana Sancovsky Shor: “no início as mulheres ficavam na metade do lado direito do salão e os homens do lado esquerdo, com o Rabino e a Arca posicionados numa área elevada no fundo do salão. No final dos anos 80 descobriram que estavam todos voltados para o lado errado e tudo foi reposicionado para a parede do lado esquerdo de quem entra na sinagoga, com os homens agora na metade da frente e as mulheres do lado de trás”. E desta maneira esta sinagoga permanece até os dias de hoje, como podemos ver nas fotos deste post, conservada, realizando os Shabatót uma vez por mês...

Aguardem as próximas publicações, com novos depoimentos de Rab. Ivo Kauffman, Pierre Neufeld, Marcelo Weingarten, informações do historiador Paulo Valadares, e também algumas fotos antigas...

E você, teria alguma foto, documento e historias desta e também de outras sinagogas em São Paulo?

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