quarta-feira, 28 de março de 2018

Histórias são contadas, leituras sugeridas...a Sinagoga Israelita Paulista

Conversando com Paulo Valadares, fiquei sabendo que os húngaros tinham uma seção na Chevra Kadisha (geral): “Eles compravam uma quadra e sepultavam os seus mortos...muitos eram muito ortdoxos e outros, mais laicos.  Os ortodoxos eram em sua maioria, provenientes do interior da Hungria, mais à nordeste. Os de Budapeste se autodenominavam neológos, de linha conservadora...

Paulo sugeriu algumas leituras. Uma delas, “Alma Estrangeira”, de Judith Vero, apresenta uma radiografia dos húngaros em S. Paulo. Este livro aborda, inclusive a delicada questão de alguns judeus que são documentalmente "católicos" ou "evangélicos" por três ou quatro gerações, mas que em casa permanecem judeus. Muito se descobriram judeus já na adolescência ou até quando adultos... E comento que alguns dos que aqui chegaram, depois de 1956, além de terem passado pela Segunda Guerra, foram impedidos de continuarem judeus na Hungria do pós-guerra... e buscaram uma forma de sobreviver.

Paulo também sugere o documentário “Um Passaporte Húngaro”, de Sandra Kogut, neta de imigrantes húngaros que vieram para o Brasil, e que decide tornar-se cidadã húngara. Apresenta temas como o que significa ser húngaro, e para que ter um passaporte húngaro, e a dificuldade para conseguir este passaporte. Questões como nacionalidade, herança e identidade, são apresentadas e permitem entender um pouco desta mentalidade destes imigrantes...

Ortodoxos de origem húngara também vieram para o Brasil... O Rebbe de Munkach, na Hungria, por exemplo, morou no Brasil nos anos 1950/60...  No site do Yad Vashem e também do Geni.com podemos ler que, no final de fevereiro de 1944, antes da invasão alemã da Hungria, o rabino Rabinowitz, o Munkatcher Rebbe, partiu de Budapeste para Eretz Israel com sua família. Em 1947, o rabino Rabinowitz foi nomeado rabino-chefe de São Paulo no Brasil. Em 1963, ele retornou com a família para Israel, como Rabino Chefe de Holon, até 1978, e depois mudou-se para Petach Tikva, onde estabeleceu seu Beit Midrash. Ele escreveu os livros Divrei Nevonim, um comentário sobre a Torá, e Binat Nevonim, um tratado filosófico do Holocausto. Ao falecer, no dia 27 de Kislev, 5758 (26 de dezembro de 1997), seu filho Yair assumiu a sinagoga e a administra até o dia de hoje.

Fotos dos documentos de ingresso no Brasil
meu avô Yechiel Leib, meu pai Maurice Szwarcbart e minha tia Rachel Szwarcbart Dzialowski
Contei ao Paulo Valadares que meu avô paterno e meu bisavô materno eram amigos do Munkatcher Rebbe, na época em que morou em São Paulo, tendo inclusive feito o noivado de meus pais. Paulo encontrou a documentação de ingresso ao Brasil, e respectivas fotos, de meu pai, meus avós e minha tia, no Arquivo Nacional.  Comentei que o nome do navio em que chegaram da Itália, após a Segunda Guerra era “Andrea Gritti”, e que desembarcaram na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, aonde permaneceram em quarentena, antes de se mudarem para São Paulo. Paulo, assim, escreveu: “Eles desceram no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1947 - só há um manifesto de passageiros dois dias depois, com o desembarque em Santos - quando eles já tinham desembarcado..“Você conheceu a Anna Rosa Campagnano? Ela fez uma tese sobre judeus italianos (ou que migraram de lá). A tese da Ana defendida na USP relaciona a "Colonia Mussulini" em S. Paulo”. Que excelente!!! Vou ler...

E assim...histórias são contadas, são registradas e muitas vezes documentadas... Resgate de Memórias, Muitas Histórias...

O post de hoje é dedicado à elevação da alma de meu pai Maurice Szwarcbart, Moshe Tzvi ben Yechiel Leib Hacohen Z’L, na semana de seu Yurtzait, em 14 de Nissan, Erev Pessach...

segunda-feira, 26 de março de 2018

“Sinagoga(Synagogue) Israelita da Lapa”- The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art


“Sinagoga(Synagogue) Israelita da Lapa”
District: Lapa- São Paulo Brazil
Location: George Schmidt Street, 185 - since 1953
Foundation of the "Israeli Synagogue Society of Lapa": 12 October 1941
Theodor Herzl Brazilian Jewish School - started in 1961, and after a period joined the Chaim Nachman Bialik Brazilian Jewish School
Project: built by “Construtora Corazza & Novelleto Ltda”. Designer and Technical Manager:  Pedro Corazza

Description of the building:
The building of this synagogue has the same configuration, format and similar design of the other synagogues of the same period. A small courtyard, bordered by a wall and a gate, separates the street from the synagogue building. The entrance to the internal space of the synagogue is possible through a hall and a side door, which leads to the male sector. The male sector is formed by a central corridor and lateral benches. 
These benches, made of wood and very well preserved, have the same pattern as the synagogues built in this period. Maguen David are carved on the sides of these benches. They have niches to keep the prayer books, such as Sidurim and Machzorim. Had they been made by the same carpenter? I have not yet found any information regarding this detail. There are also no “metal plaques” in these banks with the names of the regulars, as we have seen in other synagogues. 
At the end of the corridor is the  Bimah, on the same floor, and Aron Hakoseh at the front. Access to the upper floor, where the female sector is located, is possible by a staircase. The women's sector has a small wall that allows visibility to the male sector. Windows with rounded top edges are located on one side of the building. The upper front windows correspond to the women's floor there is a round window with a Maguen David. Unlike the Cambuci and Brás synagogue, it does not have the Mazalót painted inside the synagogue.

Current state:
Nowadays, men and women occupy the ground floor, sitting men on the right and women on the left. The wooden door, former access to the synagogue building, is no longer used. The building is very well maintained, and the synagogue maintains the prayers of Cabalat Shabbat every two months. The school has been disabled, but the synagogue is still active, performing the Rosh Hashanah and Yom Kipur ceremonies every year. 
We can verify that this synagogue, internally, followed the same constructive pattern and format of the synagogues already divulged: the masculine sector was in the lower hall, the feminine sector in the upper floor. Side arched windows with matching arches at the top, along the upper floor. A cabinet against the wall of the side entrance was the Aron Hakodesh at the time when the goers prayed in a small synagogues on Guaicurus Street, before the construction of the building of this synagogue. 
This synagogue, which we can still see today, is an example of the art in the synagogues, which covers the details of the wooden benches, the "Ner Tamid", the fabric cover of Aron Hacodesh (Paróchet), the Menorah which Torót kept carefully. We also note the plaque that identify the board and fiscal council that built this synagogue.

Comments on the photos:

Two lions flank the Ten Commandments Tablets, situated on the wooden Aron Hakodesh, Blue Paróchet with embroidery, Bimah, on the same floor, in wood, Menorah, Window with Maguen David, Old entrance door, Women's sector, Aron Hakodesh, Wooden benches with side detail of Maguen David, The synagogue building

quarta-feira, 21 de março de 2018

Uma roda de conversa na "Sinagoga dos Húngaros"


No encontro de domingo, dia 18/03/2018, na Sinagoga Israelita Paulista participamos de uma roda de conversa. 

Alan Kovari, filho do sr. Tomaz (presidente desta sinagoga), iniciou o encontro  informando aos presentes que "esta sinagoga funciona todo Rosh Hashaná e Yom Kipur, e uma vez ao mês, no último Shabat do mês, acontece um Cabalat Shabat e Shacharit Shabat, com kidush e almoço". Alan contou que o sr. Tomaz, imigrante da Hungria, quando assumiu a presidência, comprometeu-se em mantê-la funcionando, como uma missão de vida, mesmo que fosse difícil manter os frequentadores, colaboradores e conseguir um “minian”. Quando o sr. Tomaz chegou com a família ao Brasil, um pouco antes da década de 1960, estava com 5 anos. A sinagoga foi muito acolhedora para a família, o pai de sr. Tomaz, sr. Arpat, podia sentia-se bem, por poder se encontrar com os imigrantes húngaros. Na presidência, o pai de Alan providenciou a tradução da Atas da sinagoga para o português, realizada por sr. Gabór Aranyi e digitalizou-as, inclusive, como forma de perpetuá-las e preservá-las. Até 1965 tais Atas eram escritas em húngaro. Sr. Tomaz possui também as plantas. Comentei com todos participantes do encontro que Roberto Strauss, também presente neste encontro, havia me enviado o desenho do Aron Hakodesh, doado pelo tio-avô, Paulo Strausz.

Roberta Sundfeld, historiadora, apresentou-se e contou que teve a oportunidade de entrevistar, na década de 1980, o sr. Luiz Nebel, um dos presidentes e fundadores desta sinagoga. Sr. Luiz havia informado, e apresentado documentos, comprovando que esta sinagoga foi fundada em 1924, por judeus húngaros. Roberta lembrou que sempre se considera o BethEl como a primeira sinagoga dos bairros fora do Bom Retiro, porém comentou que tal informação não procede, pois o BethEl é de 1928/29. Assim, Roberta sugere, deveria haver um estudo para saber quem são os húngaros que chegaram na década de 1920 e instituíram tal sinagoga fora do Brás/Bom Retiro. Neste sentido, eu comentei detalhes já estudados, pesquisados e divulgados aqui neste Blog, e no Facebook, quanto às questões apresentadas, como locais aonde situaram-se e quanto aos três períodos da imigração desta comunidade.

Apresentei, a todos que vieram nesta visita, detalhes de minha pesquisa sobre "As Sinagogas em São Paulo". Rachel Mizrahi enfatizou que através da história e origem das sinagogas é possível resgatar o histórico dos fundadores.

Sra. Suzana Yara Guttman falou que duas épocas foram marcantes: “uma antes da Revolução, antes de 1957, na sinagoga da Rua General Osório, que remete à minha infância. Minha irmã, Marion, sete anos mais nova, começou a frequentar a sinagoga na Rua Augusta. Marcante, assim, foi a Segunda Guerra, aonde grande parte conseguiu chegar antes desta, e também a Revolução Húngara, quando vieram muitos húngaros”. Muitas atividades e eventos foram feitos, audições, cantores. Sra. Sara acompanhou ao piano o Chazan na realização do primeiro casamento realizado nesta sinagoga. Acabou casando com o filho do sr. Guttman, da CIP. Havia uma associação de mulheres que organizou a remessa de ajuda para a comunidade na Hungria. A mãe da sra. Suzana e Marion possuía uma empresa de moda, famosa, chamada Madame Boriska. O pai, sr. Julio Perl, foi um dos três Chazanim que cantava nos Shabatot e Grandes Festas, juntamente com sr. Emerich Neufeld e sr. Luiz Nebel. Serviços emocionantes e muito bonitos, como comenta sra. Suzana. Isto até falecerem. Todos lembraram que o Aron Hakodesh situava-se ao fundo do salão, sobre um palco/tablado elevado, que hoje não existe mais... Muitos casamentos ocorreram entre os frequentadores. Sra. Suzana sugeriu entrar em contato comTomaz Venetianer.

Roberto Strauss, arquiteto formado pela FAU em 1980, e húngaro desde 2013, frequentou a sinagoga em sua infância, na década de 1960, acompanhando o pai nas Grandes Festas. "A sinagoga ficava lotada, com pessoas inclusive do lado de fora. A grande maioria participava da sinagoga somente nestas ocasiões, falava-se muito, e o rabino a todo momento pedia silencio". Os quatro avós de Roberto vieram da Hungria. A família veio de Schopron, e Budapeste. O avô Reizfeld era médico da “colônia inteira”, porém não frequentou a sinagoga. Quando os avós e tios- avós eram vivos, na época da infância de Roberto, este não teve curiosidade em saber o motivo da vinda dos avós ao Brasil. Apesar do antissemitismo na Hungria, acredita que o motivo foi a busca de trabalho. Roberto estuda húngaro na USP.

Roberta informou que o Consulado Húngaro ofereceu ao Museu Judaico a oportunidade para organizar uma exposição sobre as Sinagogas Húngaras e do Leste Europeu, que será realizada na Universidade Mackenzie: a recuperação das sinagogas, a maioria na Hungria, mas também na República Tcheca e Polônia, a ser iniciada em 14 de maio. O governo húngaro tem um programa de preservação de sinagogas, transformando-os em museus, salas de concerto, bibliotecas e outros usos...

Andre Molnar não se lembra da Sinagoga da Rua General Osório, porém lembra-se de frequentar a Sinagoga da Rua Augusta. Chegou ao Brasil, aos cinco ou seis anos, com os pais, vindo da Hungria, não recebeu educação religiosa, mas fez Bar-Mitzvah nesta sinagoga, tendo tido aulas e aprendeu hebraico com Rabino Jolesz. O Bar Mitzva contou com muitos presentes...e Andre recorda-se que não conseguiu terminar o discurso... Frequentou esta sinagoga até 1975, quando casou-se com uma moça mais ortodoxa, passando a frequentar a sinagoga dos húngaros mais ortodoxos, nos Jardins: a “dos Citrons”, e o Beith Chinuch. Adré comenta: "Mas esta sinagoga da Rua Augusta foi muito marcante, e  sinto que é uma pena que não mais exista a participação, com mais frequência, da comunidade húngara, nesta sinagoga". Entende que é obvio que muitas coisas mudaram de lá para cá, mas percebe que pode ter havido falha da juventude. "Nas Grandes Festas todos vinham, mas ficavam de fora, em uma salinha, sentados às mesas, e dando voltas no quarteirão aguardando o final das rezas". Andre acredita que talvez haja uma volta, e depende de cada um presente neste encontro, depende de se organizarem, "pois cada um tem uma história...sr. Nebel, sr. Paulo Strausz, Neufeld, muitos outros. E há os que hoje em dia não querem nem se apresentar como judeus, que não viriam à sinagoga". Andre comenta que não era religioso, acompanhava o pai sr. Laszlo e sra. Ana Molnar, moravam perto, eram participantes, havia bailes. Os pais passaram a II Guerra escondendo-se na Hungria, em porões, e por parte de mãe e pai perdeu-se famílias, porém hoje voltou à religião, frequenta o Chabad, e mudou muito em relação ao que recebeu, de judaísmo... Uma sinagoga na Caio Prado, conduzida pelo Rabino Friedlander, foi aberta, e alguns frequentadores seguiram-no. O Rabino Jolesz após atuar nesta sinagoga, retornou a Israel.

Sr. Tomás Hajnal lembra bem da sinagoga, já está com mais de 80 anos, conta que sentava-se perto da grade para poder conversar com a mãe. O pai fez muitos shows de “conversas de surdos”, conversa entre dois amigos, onde um entendia errado o que o outro falava, muito cômico.  Na época separava-se homens e mulheres, as rezas eram em hebraico, os discursos em húngaro. O pai de sr. Tomás chamava-se Paulo e a mãe Margarida.

Andre lembra que em 1916, na Hungria houve uma lei em que o cidadão húngaro que tivesse qualquer sobrenome, não obrigatoriamente judaico, podia mudar para húngaro. O sobrenome de Andre é Molnar. Molnar é um sobrenome muito comum, e os avós optaram por este sobrenome. Era Maguenheim e mudaram para Monar. Isto dava uma certa tranquilidade, em termos. A Hungria foi um dos últimos países a entrar na II Guerra. Os avós foram mortos, juntamente com outras 36 pessoas, dois dias antes de a Guerra acabar. Dois tios, irmãos do pai, moraram na Italia. Um deles era professor de esgrima, o outro trabalhava com tecido. E conseguiram sair. E cita o livro Os Judeus do Vaticano. Saíram no ultimo navio, em 1939, da Italia.

O sobrenome de família do sr. Tomás era Leipnicker. Sr. Tomás conta que da Hungria, 700mil judeus foram mortos em Auschwitz. Uma lembrança tão marcante que as mães que aqui chegaram não quiseram ter mais filhos. Recorda-se do pai chorando ao saber do destino de todos em Auschwitz. Os pais de sr. Tomaz também saíram no ultimo navio que Mussolini liberou, em 1939.  

Ingrid Birta, cujo contato foi indicado por Inês Fenyves Sadalla, e que mora em Ubatuba (frequentam a Cojuba), conseguiu comparecer à visita juntamente com o filho Léo. Os avós Florea Farkas e Francisco Birta vieram da Romenia (porém de uma região originalmente da Hungria). Por tudo o que passaram, o trauma foi muito grande e acabaram não transmitindo as tradições judaicas, porém Ingrid e família resgatam neste momento o judaísmo, estudando e frequentando sinagoga.

Deste bate-papo, seguido de visita à sinagoga e um Lechaim, participaram Alan Kovari, Rabino Ivo Kauffman, Gabriela Rottgen, Rachel Mizrahi, Ingrid e Leo Birta, Anderson Rubin, Roberta Sundfeld, Roberto Strauss, Andre Molnar, Suzana Yara Guttman, Marion Kastscher, Tomás Hajnal, David Carlessi e eu, Myriam Szwarcbart.

Agradeço a todos os presentes e aguardem a próxima postagem com comentários, entre outros, de Paulo Valadares sobre a Chevra Kadisha Húngara.

Em breve, um próximo encontro

segunda-feira, 19 de março de 2018

Agradeço a todos que estiveram presentes nesta visita! Sinagoga Israelita Paulista


Agradeço a todos que estiveram presentes nesta visita à Sinagoga Israelita Paulista, ou "Sinagoga dos Húngaros", realizada no domingo, 18/03/2018, data em que é comemorado o Dia da Imigração Judaica no Brasil!! 

Foi um lindo encontro, uma oportunidade para cada um falar um pouco sobre sua história, suas memórias, poder ver e rever a sinagoga: uma roda de conversa, seguido de um Lechaim e uma visita...

Já está sendo programado um novo encontro, para que as pessoas que não puderam vir, possam visitar a sinagoga, conhece-la, rever antigos amigos e conhecidos, relatar sua história e encontrar os que estiveram, ontem, presentes!!

Obrigada a todos que compareceram e vejam na próxima postagem detalhes desta roda de conversa

Acompanhem a pesquisa aqui no meu Blog e no Facebook! Estas são as nossas histórias!! Estas são as lembranças da nossa comunidade judaica em São Paulo!!!

Vamos continuar resgatando as memórias , contando histórias, compartilhando fotos e documentos das Sinagogas em São Paulo!!! 

Divulguem meu trabalho, divulguem minha pesquisa!!! Participe voce também!!!

segunda-feira, 12 de março de 2018

“Sinagoga(Synagogue) Israelita Brasileira”-The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art


District: Mooca- São Paulo Brazil

Location: Rua (street) Odorico Mendes, 174

Foundation: This synagogue was founded in 1928 by Jews of Lebanese origin. At the time of the foundation, there were 13 families in this synagogue. It functioned initially at Oscar Horta Street and moved to Odorico Mendes Street, 174, in the Mooca district, in August 1930, when it was officially inaugurated. 

With the growth of the Jewish community in the neighborhood, the construction of a larger synagogue was considered in an area of the Barão do Jaguara street. But part of the visitors chose to build a new synagogue on Piauí Street, called Monte Sinai Congregation, in the neighborhood of Higienópolis. The frequency in the Brazilian Israeli Synagogue began to decline with the change of the regulars to Higienópolis, caused by problems with the floods in the neighborhood of Mooca, and the enrichment of this community.
Project: unknown author


Description of the building: The lateral entrance, through some steps flanked by two columns, unlike the other synagogues already described. The Bimah is not near the Aron Hakodesh, but is situated in the center of the male sector, which is located on the ground floor. As in the synagogues already visited, the women's sector is located on the first floor and is limited by low walls, which make it possible to follow the prayers and the vision of the male sector. A party hall was used for celebrations, parties and gatherings.



Current situation: The building is conserved and maintaining, as far as possible. The “Sinagoga (Synagogue) Israelita Brasileira” remains active. The building of this synagogue is in "constant maintenance", so that it is possible to remain in use: painted walls, excellent lighting and renovated floor. The benches of this synagogue, originally made of wood, were replaced by plastic chairs, arranged around the Bimah, and around the tables used for study. The old wooden benches were with termite and without conditions of use




Some photos uploaded:

Aron HaKodesh, on raised floor, in wood, with notches also in wood.
Bimah, on raised floor, in wood, is covered by a beautiful carpet
Rimonim supported by Bimah
Entrance of the Synagogue, with side columns.
Double door made of wood
Women's sector
Torót and details

Ner Tamid fixed to the ceiling, next to Aron Hakodesh
Windows with Maguen David
Synagogue building
View of the male sector
Old Party Hall



The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art- Center for Jewish Art- The Hebrew University of Jerusalem:




sexta-feira, 9 de março de 2018

Sinagoga Israelita Paulista: conversando com Rabino Shimon Brand

Antes de iniciar o post divulgo que a visita à Sinagoga Israelita Paulista será realizada dia 18/03/2018 às 10h30...

Ontem, dia 08/03/2018, pudemos conversar com Rabino Shimon Brand sobre o período de setembro de 1993 a setembro de 2003, em que trabalhou na Sinagoga Israelita Paulista, à Rua Augusta. Rabino Shimon Brand foi convidado pelo Rabino Alpern, do Chabad Central, para atuar nesta sinagoga, já em uma fase de pouca frequência e gradativo esvaziamento por parte dos antigos frequentadores, composto pela comunidade judaica húngara.

Contou-nos que a frequência a esta sinagoga ocorria principalmente em Rosh Hashaná e Yom Kipur, e que era composta originalmente por judeus húngaros, neólogos. Inicialmente instalados à Rua General Osório ao se mudarem de endereço, parte destes instalou-se na Rua Augusta e parte na Rua dos Seminários. Nos anos 1950, segundo Rabino Shimon, a sinagoga funcionava no primeiro andar do edifício (até anos 1970/80) e o salão era usado somente nas Grandes Festas. Como comentou, foi inclusive espaço do Ballet Stagium, fato a confirmar...

Durante o período de dez anos, participou de casamentos, Bar-Mitzvot e Brith-Mila, colônias de férias, realizou sedarim de Pessach, eventos artísticos, aulas nas casas, tanto para casais como para senhoras, criou um local de estudos para meninos, construiu Sucah no pequeno jardim de entrada, organizou uma biblioteca, englobando 150/200 sócios no período. Com o apoio do sr. Samuel Klein construiu a mikve, atrás do antigo palco (hoje em dia somente para homens).

O “nussach” adotado pela comunidade húngara era o Ashkenazi, e cada um possuía seu sidur e machzór, Com a entrada do Rabino Shimon Band, adotou-se inicialmente o sidur publicado pela Ed. Sefer, de “nussach” Sfarad e posteriormente o sidur Chabad (Tehilat Hashem). Ao lado podemos ver dois sefarim (Tratado de Talmud Bavli e Tanach) ainda guardados no armário da sinagoga...

Como já comentado, tanto sr. Emerich Neufeld, como Marcelo Weingarten, continuaram participando da sinagoga quando o Chabad a assumiu. Em uma época quando os mais antigos frequentadores já haviam falecido, os filhos destes praticamente já não frequentavam a Sinagoga da Rua Augusta, a região estava degradada.

Após a atuação de Rabino Shimon Brand, a sinagoga permaneceu sem um rabino fixo por um período. Porém os frequentadores continuaram a mantê-la aberta às sextas-feiras e sábados(Shabatót), inclusive com jantares e almoços, seguindo a tradição... Desta forma permaneceu, até o momento em que o Rab. Ivo Kauffman passou a conduzir os Shabatót, hoje em dia, uma vez ao mês...Pierre continua a participar destes Shabatot... e com ótimas lembranças...

Durante a conversa com Rabino Shimon Brand, este comentou sobre outros minianim e/ou sinagogas em São Paulo: Rua Cubatão (dos franceses, família Danek), Leyad (composta por judeus da Bahia, famílias Faintuch, Apsan, e situada na Barra Funda, ao lado da Casa de Cultura de Israel), Clube Luso (no Bom Retiro), Sinagoga dos Tmeim (Rua Ribeiro da Silva)...alguém teria informações????

segunda-feira, 5 de março de 2018

Visita programada à Sinagoga Israelita Paulista

A visita à Sinagoga Israelita Paulista está programada para domingo 18/03/2018,  às 10h30. Os interessados, se possível, encaminhem-me um e-mail para myrirs@hotmail.com, ou uma mensagem (inbox) pelo Facebook, com nome e fone de contato, para que possam ser avisados. Assim, cada um poderá fotografá-la, desenhá-la, conhecê-la e contar um pouco mais sobre sua história... 

Conversei há uma semana com sr. Tomaz Kovari, presidente desta sinagoga, o qual contou-me sobre um álbum de fotos, relativo a uma recepção a um Rabino, nos anos 1960. Alguém possui fotos deste acontecimento? Conversamos também sobre as plantas da Sinagoga, as Atas de Reuniões, já traduzidas pelo sr. Gabor Aranyi, e falamos sobre o Clube Húngaro, situado antigamente na Rua Candido Espinheira, em Perdizes. Sobre este Clube, Eva Rosenfeld comentou com Roberto Strauss que os pais também frequentavam-no, que passou muitas tardes de domingo brincando neste local, e que possui fotos. Roberto Strauss  avisou-a que gostaria de ver estas fotos...

Em relação à Sinagoga na Rua Augusta, Eva Rosenfeld contou que a frequentava nas Grandes Festas e em alguns Shabatót, enquanto a mãe Veronika Szanto Rosenfeld, mais conhecida como Vera, estava viva, acompanhando-a. Porém depois que sra. Vera faleceu, ficou uns anos sem frequentar. Voltou a frequentar acompanhando o pai (Gerson Rosenfeld) que faleceu no final de junho passado. Voltou apenas uma vez sem ele, porém "ficou difícil ver o lugar que ele sentava, vazio". Mas enfatiza que voltará, “porque são todos muito carinhosos”.

Katy Voloch escreveu: Eu frequento a Sinagoga, mas a minha irmã, Judith Korda Recanati, que mora em Israel, frequentou a Sinagoga na juventude. Judith Korda Recanati contou que não considera-se só húngara... "e quando visito lá (Hungria) e me perguntam hazajottel?se voltei à casa - com certeza não é lá...mas nem no Brasil, mesmo que este tenha me influenciado mais...e os mais de 40 anos  em Israel é uma história longa a ser contada..."

Na busca de mais material relacionado à Sinagoga Israelita Paulista, questiono: alguém possui alguma foto quando esta localizava-se na Rua General Osório, 182? Documentos, plantas, algo a contar???

Aguardo novidades!!!