quinta-feira, 2 de junho de 2016

Arquitetura da Sinagoga - Período Medieval e “Pré-Emancipação”:

Durante a Idade Média, a sinagoga exerceu também a função de centro de estudos.

Neste período, a Arca deixou de ser uma peça móvel. A maioria das sinagogas possuía salões subdivididos por fileiras de colunas e várias delas, como as de Toledo, refletiam influências mouriscas. 

A sinagoga de Worms , com um salão abobadado serviu de modelo para outras da Europa Central e Oriental. Era comum terem um segundo pavimento, torres e galerias externas. Diversas sinagogas foram construídas em madeira, mas nenhuma perdurou até os dias de hoje. Uma divisão separava homens e mulheres e várias sinagogas dispunham de um pátio para resolução de questões legais e celebração de casamentos. 

Nota-se uma diferença entre a arquitetura sinagogal de Israel, aonde a comunidade judaica vivia em seu próprio ambiente e a da Diáspora, aonde ocorreu o encontro da tradição judaica com o mundo medieval, a arte gótica e suas técnicas. Este fato gerou uma falta de continuidade na linguagem visual e no partido arquitetônico adotado.

Durante a Idade Média, selecionou-se concepções construtivas dos edifícios da época para adapta-las às sinagogas, mas não se encontrou um meio próprio de expressão. Após um longo processo de adaptação, e o contato com a arquitetura da Europa, criou-se, na Polônia do século XVI e XVII um tipo arquitetônico independente: um conceito próprio de espaço para a sinagoga.

As comunidades judaicas do período medieval eram geralmente pequenas, o que determinou as dimensões dos edifícios das sinagogas: o número de membros determinava a escala da construção, preocupação esta funcional e não emocional.

Alguns regulamentos de autoridades cristãs proibiram construções de novas sinagogas, ampliações destas, ou que as mesmas tivessem maior altura que as igrejas locais, apesar da lei judaica delimitar que aquelas fossem mais altas que o entorno. Dessa forma, estes edifícios passaram a ter o piso abaixo do nível do solo, permitindo que a altura da parte interna fosse aumentada, sem transgredir a altura da parte externa: o exterior não refletia a preocupação com interior. Este aspecto transparece em toda a Diáspora, neste período.

A busca de uma solução arquitetônica e equilíbrio para a relação de espaço da plataforma de leitura- Bimah- e da Arca Sagrada permanece, herdando-se, da Antiguidade o fato de que a liturgia determinava o desenho do edifício. A Arca já ocupava uma posição fixa, voltada para a direção de Jerusalém e guardando a Tora, porém não ocupava um lugar destacado no espaço como um todo. A sinagoga permanecia como casa de assembléia, a oração não era a única atividade do local, e a Bimah continuou como local central do recinto. Somente na Itália encontrou-se uma solução harmoniosa para estes dois focos, diferentemente dos conceitos espaciais correntes.

Posteriormente, o Aron Hakodesh- Arca Sagrada – atinge importância, refletindo-se nas suas dimensões e no nível artístico - época da Renascença e Barroco, propostas que subsistiram na Europa até recentemente.

O recinto das mulheres, introduzido nos tempos antigos, foi mantido nas sinagogas da Idade Média, adquirindo importância ao final do século XVI. Uma galeria encoberta, acima ou abaixo do pavilhão principal, ou ainda um vestíbulo separado, permitia ouvir o serviço sem que fossem vistas. 

Mais detalhes da Sinagoga de Worms:  https://es.wikipedia.org/wiki/Sinagoga_de_Worms 

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