terça-feira, 5 de maio de 2020

Bauru e a comunidade judaica da cidade


Sr. Samuel Sirotá tocando Shofar
Ao fundo, sr. Max Gochberg
Sinagoga de Bauru
A busca por mais detalhes sobre a comunidade judaica de Sorocaba permanece. Assim que possível o material disponível no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo será apresentado, assim como uma visita à cidade será realizada. 

Como já divulgado anteriormente, a família Crochik, saiu da Bessarábia, estabeleceu-se na Argentina e, posteriormente, na Colônia do Barão Hirsch, onde sr. Bernardo, ou Berl, nasceu. Chegaram a Sorocaba por volta dos anos 1930, cidade em que uma das irmãs do sr. Berl já morava. Por aproximadamente 16 anos, até a construção do edifício da sinagoga, as rezas foram realizadas em um sótão de uma casa de esquina, onde funcionava a loja de sr. Berl. A família Crochik, ao sair de Sorocaba, mudou-se para Campo Grande, voltou a Sorocaba e, depois, morou em Bauru, cidade em que sra. Paulina Raquel (Crochik) Kogan, filha de sr. José Crochik e neta do sr. Berl, morou por 16 anos. Nesta cidade, como comentou sra. Paulina, também havia uma comunidade judaica, com mais ou menos 15 famílias, e uma sinagoga. E lembrou-se das famílias que moravam na cidade: Sirotá, Sitnic, Bishulski.

Por indicação de sra. Paulina, entrei em contato com sra. Esther Sirotá, que contou um pouco sobre a comunidade judaica de Bauru e a sua respectiva sinagoga. Os pais de sra. Esther chegaram à cidade em 1934, provenientes das Colônias de Quatro Irmãos. A família de sra. Esther, tanto Tabojniansky como Sirotá, eram de origem russa. O pai, sr. Samuel, era comerciante em Bauru, tinha uma loja e assim, a família estabeleceu-se na região central, a, mais ou menos, 10 quadras da sinagoga. 

Para construir uma sinagoga na cidade, a comunidade comprou um terreno amplo,  à Rua Quintino Bocaiuva, 4-49 (quadra 4, n.49), situado em uma região que, à época, era residencial. O edifício foi construído “no nível da rua”, com amplos janelões na fachada, e uma entrada larga com degraus ao lado direito. Após à entrada, um corredor. A primeira porta conduzia à sala das mulheres, um recinto com mais ou menos 3 metros de extensão. Uma porta de correr, em madeira, separava-a do salão principal, maior, o qual correspondia à ala masculina. Este salão possuía mesas apoiadas em cavaletes, uma Bimah ao centro, e, à frente, o Aron Hakodesh com suas Torót. As paredes da sinagoga eram brancas, com listras azuis. Nas Grandes Festas as famílias judias da cidade acolhiam e hospedavam famílias da comunidade judaica provenientes de cidades vizinhas como Marília e Garça. O pai de sra. Esther, era o Chazan da sinagoga. Na foto vemos o sr. Samuel Sirotá tocando Shofar, e ao fundo o sr. Max Gochberg. Com o encolhimento da comunidade judaica da cidade, onde muitos mudaram-se para São Paulo, preocupados com a continuidade do judaísmo, a sinagoga acabou sendo vendida. Atualmente é utilizada como residência. O valor obtido com a venda foi doado para a Sinagoga Talmud Torah, e a Torah foi doada para a Sinagoga de Santo André. 

Sra. Esther comentou que as famílias Bishulski(Jayme), Milstein, Litvak(Nathan), Feldman, Crochik, Meksik, Tcherniakovsky, Zoniz(Leon), Gochberg(Max), Meckik(Manuel), Sitnic(David), Bobra(Isaac), Burach, Kaplan, fizeram parte da comunidade judaica de Bauru.

Sra. Esther cursou Faculdade em Bauru, e há 50 anos reside em São Paulo, no bairro da Mooca. Lecionou matemática e atualmente é diretora escolar. Em São Paulo frequenta a Sinagoga do “Moshev Zkenim” até hoje, mas chegou a frequentar também a Sinagoga da Penha, onde o pai trabalhou como Chazan.

Você teria alguma informação, histórias, memórias, fotos, documentos, sobre a comunidade judaica de Bauru e sua sinagoga? E sobre Sorocaba e demais sinagogas do interior paulista? Escreva para mim... myrirs@hotmail.com

4 comentários:

  1. Sou sócio da CIP de São Paulo, onde resido. Mas estou passando o isolamento social em Bauru, onde tenho também um apartamento. E estou procurando saber se há comunidade judaica na cidade, bem como loja de artigos judaicos. Trouxe de São Paulo velas kosher para shabat, mas gostaria de comprar uma chanukiah e velas.

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  2. Eu gostaria de saber mais sobre essa comunidade. Nunca ouvi falar de sinagoga em Bauru. Estou em busca das minhas origens.tenho uma grande afeição pelo judaísmo. Moro em Bauru.

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    1. Boa noite, referente a sua pergunta, você conseguiu contato ou endereço, também tenho interesse!

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  3. Moro hj em Botucatu SP perto de Bauru.existe sinagoga ?

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