O Aron Hakodesh e o Parochet (a capa que
cobre o Aron Hakodesh) que pertenceram à Sinagoga Mordechai Guetzenstein
e ao Colégio I. L. Peretz em São Paulo (não em seu primeiro edifício
construído), foram doados à Sociedade Israelita de Ribeirão Preto, na época em
que a escola foi desativada. Frequentei a sinagoga da Vila Mariana, e a escola,
durante muitos e muitos anos, sendo esta sinagoga o ponto de partida de minha
pesquisa e estudo, iniciado há muitos anos atrás...
Weder Teixeira, contou, pelo Facebook,
que Ribeirão
Preto, juntamente com São Carlos, passaram a ter comunidades atuantes a partir de
2000. Enfatizou que neste ano a Sociedade Israelita de Ribeirão Preto (SIRP)
completa 21 anos de existência. Seu surgimento deu-se com a vinda da empresa
Netafim para a cidade, recebendo diversas famílias que passavam
transitoriamente pela cidade, e, ainda, permanece atuante. Weder escreveu:
“Inclusive vou te passar alguns nomes dos fundadores,
lembrando também que a SIRP se enquadra naquelas comunidades classificadas como
"migratórias" ou "transitórias", pois boa parte das
famílias moraram por alguns anos na cidade, vindas da capital paulista, carioca
e de outras localidades, transferidos a trabalho ou estudos. Hoje a atual presidente é a Tamara Segal. A lista de membros
fundadores tem sobrenomes como: Zeiger, Fadida, Calderón, Rothschild, Abuleac,
Goldstein, Rozemberg e outros que preciso levantar no estatuto social de
fundação. Tenho fotos do primeiro Cabalat Shabat feito no refeitório da
empresa Netafim, aqui em Ribeirão Preto, com o nome oficial de fundação, além
de fotos das primeiras festas religiosas. Ela é mantida e reconhecida pela Fisesp,
e vez ou outra recebe visitas de alguns alunos de Yeshivá, mantida pelo Beit
Chabad. Vou ver em meus arquivos aqui algumas fotos das primeiras reuniões no
ano de fundação. Sociedade Israelita de Ribeirão Preto. Apenas como adendo, o mais destacado membro da comunidade judaica de
Ribeirão Preto, que teve grande notoriedade política na cidade foi o engenheiro
Jaime Zeiger. Na cidade, o mercadão municipal e a antiga rodoviária foram uma
de suas principais marcas na cidade. O teatro de arena do município leva o seu
nome, e um dos filhos dele, o Alberto Zeiger, teve relevante participação na
fundação da SIRP. Precisaria juntar as fotos de fundação, pois algumas eu tenho
no computador. Outras eu doei para o acervo da comunidade. Inclusive fui eu quem foi retirar esse Aron HaKodesh doado
pela Sinagoga e pelo colégio. Falta-nos agora um Sefer Torá.
Em
artigo publicado pela Fisesp, em outubro de 2011, relativo à comemoração de Rosh
Hashaná em Ribeirão Preto, podemos ler: “Ribeirão Preto, no entanto, a
comemoração reuniu todos os integrantes da comunidade judaica, em um mesmo
endereço. O estilo “comunitário” é a saída para permitir que todos participem. “A
comunidade é pequena, então, nos unimos para facilitar a prática para todos”,
comentou Moacir Braun, presidente da SIRP (Sociedade Israelita de Ribeirão
Preto). “Nesses dias, o judeu pensa em todas as ações que fez ao longo do ano
que passou, e pede perdão a quem ofendeu, e depois a Deus. As pessoas se
encontram e se reconciliam”, explica o Sr. Franja Hamburguer, 96, o mais velho
entre os judeus ribeirão-pretanos”. Está disponível na internet o estudo “A memória coletiva em famílias da Sociedade Israelita de Ribeirão
Preto”, a Dissertação de Mestrado,
apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto -
USP, por Milena Callegari Cosentino, sendo a orientadora Marina Massimi., em 2013. Tal
estudo e pesquisa informa que teve como objetivo “estudar como membros e
familiares de uma comunidade judaica brasileira vivem a memória coletiva e o
que isso significa em suas vidas”. Para informações e detalhes consultem https://teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-24072013-104950/pt-br.php
Ribeirão Preto foi fundada em 1856, e situa-se
na região nordeste do estado de São Paulo, a aproximadamente 315km da capital. Como
lemos, também na Wikipédia, “no começo do século XX, a cidade
passou a atrair imigrantes, que foram trabalhar na agricultura ou nas
indústrias abertas, na década de 1910.”
Pelo Facebook, Esther Naslauski Bacht escreveu: “A família do meu pai foi itinerante. Meu tio mais velho nasceu em Franca em 1908, minha tia no Rio de Janeiro em 1909, meu pai no Rio de Janeiro 1910 e o mais novo em Batatais, em 1912, mas não sei o porquê deles terem mudado tanto. Sei que moraram em São Paulo a infância toda...” Como vemos na Wikipedia, Batatais pertence à Região Metropolitana de Ribeirão Preto, e, até o início da década de 1870, permaneceu uma vila voltada principalmente para a criação de gado. Porém, a partir dessa mesma década, a região foi se transformando em uma área produtora de café, sendo conhecida como “Novo Oeste Paulista”. E com o desenvolvimento da atividade cafeeira, esta região passou por mudanças econômicas, fruto inclusive da construção das estradas de ferro (Central, Mogiana e Paulista), que ligaram o interior ao litoral, e da chegada de imigrantes da Europa.
Também pelo Facebook, Lilian Starobinas indicou Tânia Fukelmann Landau e Geni Schkolnick. Tânia Fukelmann Landau contou: “Minha mãe é de Batatais. A minha mãe é viva e sabe contar esta história melhor que eu. Acho que ela ia gostar de fazer um depoimento, se quiser. Meus avós eram russos, não sei como foram parar em Batatais, cidade próxima a Franca, município que tinha sinagoga, cemitério e uma comunidade judaica bem representativa. Em Batatais, que eu saiba, existiam duas famílias judaicas, a da minha avó e a do meu avô. Lá morava também, sozinho, um amigo do meu avô, que mais tarde, se casou com a minha avó quando ela ficou viúva, ainda nova. Este padrasto da minha mãe, o avô querido com quem eu convivi, era romeno. Sei que mantiveram as tradições, apesar da distância da comunidade. Naquela época não era fácil se deslocar de uma cidade para outra, usavam charrete! Lá, entre eles, falavam em Idishe e aprenderam o português. Uma pena foi o idioma russo ter se perdido nesta trajetória. Bem que eu gostaria de saber ler alguns pensadores na língua original. Na praça de Batatais tinha um banco com o nome do meu bisavô e da sua casa de comércio. A praça era, e ainda é, muito interessante, além dos tradicionais bancos, mantém suas árvores podadas e esculpidas com figuras de animais. Minha avó fez amizade com a população local, e manteve algumas ao longo da vida. Tenho contato com filhos e netos destas pessoas. Talvez também possam colaborar recuperando os fatos. Se necessário, me avise...” Espero podermos falar a respeito...e conseguirmos os depoimentos...
Myriam K. Epelboine contou que ela e os pais
eram a única família judia em Atibaia, mas comentou que em Bragança havia
outras famílias também... E Adolpho Libeskind Sirotá escreveu: “Minha mãe nasceu em Guaratinguetá! Meu avô
veio de Lodi/ Polônia!” Iremos conversar...aguardem novidades...
Qual a sua história relacionada às comunidades judaicas e sinagogas do interior paulista? Vamos compartilhá-las? Escreva para myrirs@hotmail.com